domingo, novembro 13, 2011

como se eu desenhasse, seria "estorinha" escrita, so que do jeito que ele fez ficou simples e bacana. começo a arrumar a estante e demoro horas, separo alguns livros que não quero, livros para ler de novo ou dar uma olhada, livros livros alguns com selo da Dazibao outros que nem sei como apareceram la, do Ale talvez alguns poucos que eram do papai acho, entro no quarto e as roupas estão esperando para serem guardadas, e as coisas todas, fecho a janela gosto por que me sinto num ninhozinho, lembra as janelas da Bulhões exatamente porque essa sensação não sei vontade de passar mais dias aqui resolvendo coisas como agora talvez depois sentisse tédio ou. dias dedicados à mim mesmo que seja arrumando a estante e olhando coisas parece que vão se encaixando blocos de madeira grandes blocos algum gato mia Pedro não voltou ainda e tantas coisas tantas coisas à fazer

sexta-feira, novembro 11, 2011

tudo começou com os gambas invadindo a casa. ou com o céu azul profundo e escuro la longe e as luzes piscando, recém acesas. Ou Panda e Carlota na rede, o laptop quase por cima. ou percebendo que estava com vergonha de tudo sim; ou depois percebendo que tudo bem, eu estava vivendo uma maluquice qualquer e pronto, não, não estava mais com vergonha, ou o fato de assumir fez ela desaparecer. ou lendo Bartleby e rindo e adorando e pensando se teria alguma semelhança com o Walser mas o Walser é vivo e o Bartleby não. dificuldade de ser sem me cobrar como assim? mamounia oh...

domingo, novembro 06, 2011

+ Eliot

Burnt Norton

(trecho inicial da parte V)


As palavras se movem, a música se move
Apenas no tempo; mas só o que vive
Pode morrer. As palavras, após a fala, alcançam
o silêncio. Apenas pelo modelo, pela forma,
As palavras ou a música podem alcançar
O repouso, como um vaso chinês que ainda se move
Perpetuamente em seu repouso.
Não o repouso do violino, enquanto a nota perdura,
Não apenas isto, mas a coexistência,
Ou seja, que o fim precede o princípio,
E que o fim e o princípio sempre estiveram lá
Antes do princípio e depois do fim.
E tudo é sempre agora. As palavras se distendem,
estalam e muita vez se quebram, sob a carga,
Sob a tensão, tropeçam, escorregam, perecem,
Apodrecem com a imprecisão, não querem manter-se
[ no lugar,
Não querem ficar quietas. Vozes estridentes,
Irritadas, zombeteiras, ou apenas tagarelas,
Sem cessar as acuam. A Palavra no deserto
É mais atacada pelas vozes da tentação,
A sombra soluçante da funérea dança,
O clamoroso lamento da quimera inconsolada.



Words move, music moves
Only in time; but that which is only living
Can only die. Words, after speech, reach
Into the silence. Only by the form, the pattern,
Can words or music reach
The stillness, as a Chinese jar still
Moves perpetually in its stillness.
Not the stillness of the violin, while the note lasts,
Not that only, but the co-existence,
Or say that the end precedes the beginning,
And the end and the beginning were always there
Before the beginning and after the end.
And all is always now. Words strain,
Crack and sometimes break, under the burden,
Under the tension, slip, slide, perish,
Decay with imprecision, will not stay in place,
Will not stay still. Shrieking voices
Scolding, mocking, or merely chattering,
Always assail them. The Word in the desert
Is most attacked by voices of temptation,
The crying shadow in the funeral dance,
The loud lament of the disconsolate chimera.
resolvi que não quero mais ficar down, ou histérica talvez seja a melhor palavra; confusa. posso optar não ficar assim? perguntando e afirmando, apesar disso ser de um controle que não estou acostumada, treino, sera que consigo? tudo depende também da visão, do foco que se coloca, onde; depois de ir rapidamente no Z. e depois no Rosas fiquei cheia de idéias, foi como um sair do fundo, respirar, impulsionou; poesias nas roupas, o livrinho, os fios com borlas e otras cositas, o filme, clips ...acordei tarde demais, foi bom dormir sem nenhuma preocupação, amanhã colocar um apagador na frente.

por acaso

sexta-feira, novembro 04, 2011





mergulho numa piscina, braçadas
rodelas de pepino no rosto (sempre penso nos pepinos quando estou cansada), a impressão de que deve ser refrescante ou qualquer outra coisa assim, vi em alguma revista
imagens para fugir de uma sensação desagradavel, desde quarta-feira
"Sigamos então, tu e eu,
Enquanto o poente no céu se estende
Como um paciente anestesiado sobre a mesa;
Sigamos por certas ruas quase ermas,
Através dos sussurrantes refugios
De noites indormidas em hotéis baratos,
Ao lado de botequins onde a serragem
Às conchas das ostras se entrelaça:
Ruas que se alongam como um tedioso argumento
Cujo insidioso intento
é atrair-te a uma angustiante questão...
Oh, não perguntes :"Qual?"
Sigamos a cumprir nossa visita

No saguão as mulheres vem e vão
A falar de Michelangelo

A fulva neblina que roça na vidraça suas espaduas,
A fumaça amarela que na vidraça seu focinho esfrega
E cuja lingua resvala nas esquinas do crepusculo,
Deixou cair sobre seu dorso a fuligem das chaminés,
Deslizou furtiva no terraço, um repentino salto alçou,
E ao perceber que era uma tenra noite de outubro,
Enrodilhou-se ao redor da casa e adormeceu.

E na verdade tempo havera
Para que ao longo das ruas flua a parda fumaça,
Roçando suas espaduas na vidraça;
Tempo havera, tempo havera
Para moldar um rosto com que enfrentar
Os rostos que encontrares;
Tempo para matar e criar,
E tempo para todos os trabalhos e os dias em que mãos
Sobre teu prato erguem, mas depois deixam cair uma questão;
Tempo para ti e para mim,
E tempo ainda para uma centena de indecisões,
E uma centena de visões e revisões,
Antes do cha com torradas.

No saguão as mulheres vem e vão
A falar de Michelangelo.

E na verdade tempo havera
Para dar rédeas à imaginação. "Ousarei" e..."Ousarei?"
Tempo para voltar e descer os degraus
Com uma calva entreaberta em meus cabelos
(Dirão eles: "Como andam ralos seus cabelos!")
-Meu fraque, meu colarinho a empinar-me com firmeza o queixo
Minha soberba e modesta gravata, mas que um singelo alfinete apruma
(Dirão eles "Mas como estão finos seus braços e pernas!")
-Ousarei
Perturbar o universo?
Em um minuto apenas ha tempo
Para decisões e revisões que um minuto revoga.
..."
(Começo d'A canção de amor de J. Alfred Prufrock, T.S.Eliot, trad. Ivan junqueira)
"Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memoria e desejo, aviva
Agonicas raizes com a chuva da primavera,
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos porticos
E ao sol caminhamos pelas aléias do Hofgarten
Tomamos café, e por uma hora conversamos.
Bin gar keine Russin, stamm'aus Litauen, echt deustsch.
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,
Meu primo, ele convidou-me a passear de treno.
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.
Nas montanhas, la, onde livre te sentes.
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.
..."
(O enterro dos mortos, começo da primeira parte de The Waste Land, T. S. Eliot, 1922; trad. Ivan Junqueira)

quarta-feira, novembro 02, 2011

desanimada querendo participar de algo que deve estar acontecendo em outro lugar. sei que isso é ansiedade ldkfsldkfjsdl e que provavelmente não tem nada acontecendo em outro lugar qualquer. ou tem. aqui arrumar arrumar poeira. eu e Pedro nos esbarrando. um pouco cansada disso, queria uma mudança qualquer. os gatos, Miranda vem e vai embora com medo, à noite fica um pouco e idem, tenho que fazer contas que estão esperando ha tempos, organizar como se isso fosse o passaporte para algo. talvez seja.
nada.

uma foto do Pound

finalzinho dos Irmãos Tanner tão bonito, e depois o gambazinho morto dentro da lata de lixo, sera que morreu sufocado com a tampa, fiquei triste
"Não tenho um unico fato que pudesse dizer aos outros que tenho sido capaz de dar ordem à minha vida. Não vera em mim nada que sugira um rumo determinado. Estou ainda diante da porta da vida, bato uma e outra vez, sem fazer muito barulho, e escuto atentamente para ver se chega alguém que queira correr o ferrolho. Um ferrolho assim é uma coisa pesada, e não ha quem queira aproximar-se quando imagina que quem esta la fora e bate à porta é um mendigo. Não sou mais do que alguém que escuta e espera, nisso porém sou eximio, pois aprendi a sonhar enquanto espero. São duas coisas que andam de mãos dadas, e que fazem bem, e praticando-as mantemos a nossa honra. Se terei falhado a minha vocação, é coisa que ja não pergunto, isso pergunta-se um rapaz, não um homem. Não teria chegado mais longe com nenhum outro oficio. Isso que me interessa! Estou consciente das minhas virtudes e das minhas fraquezas e evito fanfarrear acerca de umas e de outras.Ofereço os meus conhecimentos, a minha força, as minhas idéias, o meu trabalho e o meu amor a quem quer que eles possam servir. Se alguém faz um sinal com o dedo e me chama, outros talvez começassem a coxear, mas eu aproximo-me de um salto, esta a ver, assim como o vento assobia, e piso e passo por cima de todas as recordações para poder correr mais livremente ainda. E o mundo inteiro voa comigo, a vida inteira! E é bonito que assim seja. So assim! Nada no mundo é meu, mas eu também não quero ter mais nada. Ja não sei o que é desejar. Quando era movido pelo que desejava, começava a ver as pessoas com indiferença, como um estorvo, e por vezes afastava-me delas com repulsa, mas agora amo-as porque preciso delas e porque posso me oferecer caso elas precisem de mim. é para isso que ca estou!..."
(Os Irmãos Tanner, Robert Walser, trad. Isabel Castro Silva, Relogio D'Agua)

segunda-feira, outubro 31, 2011

outra de William Carlos Williams tão fotografico! enquanto escuto Debussy o gamba come uma banana em cima da geladeira e Panda dorme no sofa da sala

Outra de William Carlos Williams

O DIREITO DE PASSAGEM

Transitando com a idéia posta
em nada deste mundo

a não ser o direito de passagem
eu desfruto a estrada por

efeito de lei —
vi

um homem de idade
que sorriu e desviou o olhar

para o norte, além de uma casa —
uma mulher de azul

que estava rindo e se
inclinando para a frente

a fim de olhar o rosto meio
voltado do homem

e um menino de uns oito anos que
olhava para o meio da

barriga do homem
para uma corrente de relógio —

A suprema importância
deste inominado espetáculo

fez com que eu acelerasse
ao passar por eles sem palavra —

Por que me importaria o rumo?
e lá fui rodando sobre as

quatro rodas do meu carro
pela estrada molhada até

que vi uma moça com uma perna
sobre o parapeito de um balcão.
(trad. José Carlos Paes)

William Carlos Williams

A DURAÇÃO

Uma folha amarfanhada
de papel pardo mais
ou menos do tamanho

e volume aparente
de um homem ia
devagar rua abaixo

arrastada aos trancos
e barrancos pelo
vento quando

veio um carro e Ihe
passou por cima
deixando-a aplastada

no chão. Mas diferente
de um homem ela se ergueu
de novo e lá se foi

com o vento aos trancos
e barrancos para ser
o mesmo que era antes.

(tradução: José Paulo Paes)

"A verdade é que as notícias de jornal oferecem o justo incentivo para a poesia épica, a poesia dos acontecimentos. [...] O poema épico teria de ser o nosso 'jornal'. Os Cantos de Ezra Pound são um equivalente algébrico disso, mas um equivalente tão perversamente individual que não alcança ser compreendido universalmente como seria mister. [...] Terá de ser um estilo épico conciso, de pontaria certeira. Estilo de metralhadora ".

Poeta fundamental numa tradição de gigantes, a poesia norte-americana, em que cada autor parece estar observando o mundo pela primeira vez e inventando a linguagem poética (...). Dentro desta tradição, William Carlos Williams se destaca por sua capacidade de transformar todo assunto ou objeto em matéria poética. Daí sua atenção toda peculiar ao fugaz e ao diminuto, ao aparentemente desimportante, enfim.

A poesia surge do mais inesperado solo... "Ele continua a arrebentar rochas e rachar poemas". (T.S. Eliot numa carta de fevereiro de 1959, aludindo a um de seu poemas mais conhecidos, "Uma espécie de canção".

(comentário de José Paulo Paes publicado
no livro "Poemas". Companhia das Letras, 1987)

série meio bebada...








so falta tirar essa "maldita" lixeira da foto.

tirei correndo, o onibus chegou.
li leio por esses dias: Ezra Pound, da Jorge Zahar, por Peter Ackroid, daquela coleção amarelinha, Vidas Literarias; tinha comprado num sebo ha um tempão atras, e agora casou com as poesias que estão "voando". Gostei; começo do século, onde todos estavam fazendo, questionando os limites artisticos, querendo mudar; morou primeiro em Veneza, depois Londres, Paris, e por fim Rapallo, na Italia; era intenso, falante, cheio de energia e personalidade, um "poeta-inventor"(classificação criada por ele), critico, teorico, estudou os poetas provençais, a poesia chinesa, entre outras mil coisas; "derrubou as tradições da poesia de lingua inglesa com um projeto modernista"; conheceu William Carlos Williams, Hemingway, Cocteau, Yeats, sempre ligado e querendo "produzir" seus amigos (Eliot, cummings, etc), escrevendo, editando revistas, polemizando; dei uma folheada no Lustra, que saiu agora em portugues, e também numa edição d'Os Cantos, não achei outros livros dele em portugues, apesar da sua obra grande, procurar mais. Teve um projeto meio megalomaniaco, na minha humilde opinião, que alias outros também tiveram nessa época porém com mais sucesso (Joyce com Ulisses, Eliot com The Waste Land) de escrever uma obra que abarcasse toda a historia da humanidade, seus mitos, cultura, etc, e que foram Os Cantos (The Cantos), que ele escreveu durante anos e anos de sua vida e foi publicando aos poucos; tem pedaços bonitos mas é quase impossivel de ler, porque é uma viagem muito pessoal. Ficou treze anos preso, treze anos!, um exagero, por causa de suas transmissões radiofonicas italianas à favor dos fascistas; no começo numa espécie de jaula vazada em Pisa, um horror, depois num hospital, onde escreveu Os Pisan Cantos; foi transferido para os Estados Unidos, onde ficou num hospital. Depois disso ficou, obviamente, muito abalado e etc etc. Ai, não sei escrever resumos.
amorpoesiasabedoria, do Edgar Morin, primeiro livro que leio dele, très sympa et très petit, li em uma hora. Vou copiar o começo, que fala da contradição que vivemos entre ser sapiens e ser demens, que foi o que me pegou; contradições sempre me interessam.
Estou lendo ainda: Eliot, Poesias, Nova Fronteira, trad. Ivan Junqueira, que leio e no outro dia leio de novo e vou pegando um gosto; e Os Infinitos, John Banville, ainda no começo mas interessante. E deveria estar fazendo um projeto de exposição, mas não consigo, e nem sei porque escrevo isso tudo. Feriado tenho que tentar, juro.

sábado, outubro 29, 2011

Existem momentos da minha vida que não lembro muito...como uma amnésia alcoolica, que tenho também ( agora percebo o desastre que estão minhas unhas, tudo um desastre um pouco). Encontrei no mercado um amigo da época de cinema, e entre pegar tomates, cebolas, espinafres, e ai, o que vc esta fazendo, falamos um pouco de fotografia; não consigo lembrar exatamente nada: quando nos conhecemos, o que vivemos, se vivemos, como. Uma amizade rapida que não deixou rastros, que não foi em direção alguma, apesar da simpatia - ia escrever mutua, mas ... (escrevo e risco palavras, depois as reescrevo de novo, as mesmas palavras). Às vezes acho que minha vida inteira foi assim, encontros sem marcas, ou estou exagerando? Ontem à noite lembrava de uma conversa de alguém que havia pintado a casa e que queria pintar uma parede, um canto qualquer de preto, como um grande quadro negro onde poderia escrever com giz as coisas importantes ou desimportantes - filmes que a gente quer ver e esquece, convites de exposições que chegam antes demais e que so lembramos depois, às vezes no dia seguinte. Agora escrevendo lembro que foi a Ana, mas de noite parecia uma imagem de sonho, esse quadro retangulo negro onde podemos fixar nossa memoria, flutuando sozinho. Querendoprecisando reeditar meu mural, by the way, meu grande quadro negro branco de memorias, mas sempre falta algo algo algo.

segunda-feira, outubro 24, 2011

não ia à praia desde fevereiro com minha irmã, uma vez em que fomos cedinho e rapido e foi uma delicia, depois tomamos banho no posto peguei o metro e fui pra Travessa, hoje sai mais cedo, percurso ao contrario, andei até o final do leblon, na areia fofa, beira do mar; no meio da volta minhas pernas e pés doiam, desacostumada, acabei no final indo pra areia dura. tatuagens, mulheres de peitos siliconados e derrieres enormes, navios ao longe, mar mexido e gelado acabei não mergulhando por absoluta falta de coragem, nenens, muitos playboys e patricinhas no trecho entre cesar park e posto 9, argentinos, franceses, pessoas muito gordas, cachorrinhos e lembrava da Panda doente em casa, sol de frente delicioso, minha sombra na minha frente na volta, eu andando andando andando tentando não pensar muito e escutar o mar somente mas conseguindo so um pouquinho, maresia, as pessoas se olham, meninas, chapéus grandes e oculos escuros, dois surfistas se preparam para entrar na agua com aquela roupa preta colada no corpo, muitas pessoas se fotografando, esta tão descritivo tudo, eu e meu corpo sem saber qual é, olhava pra outras mulheres, outros corpos para ver se pareciam com o meu, nem sentei não sei porque, parei no posto pra fazer pipi, depois um certo vexame no mercado onde peguei algumas coisinhas apetitosas e meu cartão foi recusado, tirei algumas coisas e a mesma coisa, fui até o banco e descobri que so tinha 11 reais, rs, voltei e comprei so pão manteiga e atum pra Panda, devolvi o iogurte de marca diferente, a massa de pizza que pensei em fazer com a ricota que tem aqui, tomate cebola hortela pro tabule banana tomate pellatti queijo grana padano que estava com um bom preço, na volta fila imensa,o pão quentinho tinha acabado, não foi a primeira vez, pensando no meu perfeccionismo também, relaxar mais, quando comecei à me culpar foi bom porque percebi e não deixei.

sábado, outubro 22, 2011


peguei a ecoline que estou usando para os poemas e me "permiti" fazer esse desenho infantil; nunca mais havia feito nada
A arte de perder

A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.

Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subsequente
da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.

(Elizabeth Bishop; trad. Paulo Henriques Britto)
amando anticancer estorias de vida e de superação e de reconciliação, objetivo e franco além de todas as pesquisas os tratamentos naturais alimentos e exercicios e ioga e . me emocionei e chorei um pouquinho...talvez eu esteja em busca de algum tratamento, não para cancer porque a principio não tenho que eu saiba mas para minhas instabilidades; antes de ontem não conseguia dormir me culpando do que escrevi, ontem euforica com mil idéias, hoje perfeccionista na livraria e impaciente com tudo e todos, demais. cheguei em casa exausta, dormia e acordava o tempo todo um dormir meio enevoado um acordar que não acorda. so la pelas 6 acordei, acho, e finalmente fui lavar a louça, fazer o brocolis que ainda estava vivo. esses dias hoje e ontem acordar tem sido assim, acordo e fico num outro lugar que não é nem desperto nem dormindo, meio dormindo, e chegando atrasada atrasada.

quinta-feira, outubro 20, 2011

demorei tanto pra chegar em casa, odeio ficar parada em transito sem sentido, rua da carioca é um inferno não entendo porque não fazem outro trajeto ja que esse esta completamente saturado o caminho de volta pra santa é sempre chato em casa panda doente gambas que invadem a casa dor de cabeça insatisfação vontade de sumir vou tentar dormir quem sabe tudo some mesmo

segunda-feira, outubro 17, 2011

Pego o computador e a pasta dos poemas esta aberta, na do Bukowski que postei antes. Estava começando à refazer algumas das que ficaram meio ruinzinhas, mas Carlota resolveu sentar em cima, para ajudar, como sempre, e desisti. Tenho vontade de fazer varias, sempre que leio é gostoso, algumas, não todas; o problema é que não para de chover e o lugar ideal pra isso seria na mesa amarela do quintal, depois coloco pra secar no varal. Essa é uma delas.

“Estilo”

Estilo é a resposta para tudo.
Novo jeito de encarar um dia estúpido ou perigoso.
Fazer algo estúpido com estilo é preferível a fazer algo perigoso sem estilo.
Fazer algo perigoso com estilo, é o que chamo de arte.
Touradas podem ser uma arte.
Boxe pode ser uma arte.
Amar pode ser uma arte.
Abrir uma lata de sardinha pode ser uma arte.
Não muitos têm estilo.
Não muitos podem manter o estilo.
Eu vi cachorros com estilo mais do que homens.
Apesar de não muitos cachorros terem estilo.
Gatos têm em abundância.

Quando Hemingway estourou seus miolos na parede com uma espingarda, isso era estilo.
Por um tempo pessoas te dão estilo.
Joana D’Arc tinha estilo.
João Batista tinha estilo.
Jesus.
Sócrates.
César.
Garcia Lorca.
Eu conheci homens na cadeia com estilo.
Eu conheci mais homens na cadeia com estilo do que fora da cadeia.
Estilo é a diferença, um jeito de se fazer, um jeito de ser feito.
Seis pássaros em silêncio numa poça d’água, ou você, saindo
do banheiro nua sem me ver.

(Bukowski; trad. Leonardo Marona)
"2 mortes"

você me disse muitos anos atrás
(bem antes de Stravinsky morrer
hoje)
que você queria aprender
tudo
sobre motores e monumentos
e guerras e mulheres
e cidades
e sobre a história do
Homem
e eu disse para você
é muito desgastante
não se incomode
o que conta não é o que
sabemos
mas sim o que nós não
sabemos.

você queria tão desesperadamente provar que podia
saber o que ainda não era
sabido.

e quando eu vi você no seu
caixão eu não tinha idéia
de que Stravinsky também
morreria hoje
e que eu me sentaria aqui
e escreveria sobre vocês dois
nesta noite.

(Bukowski; trad. Leonardo Marona)

domingo, outubro 16, 2011

vi de novo o filme sobre o grupo Baader Meinhof, que me fascinava tanto quando adolescente, e é fascinante mesmo, e sou um pouco eles e também não sou, teatrais mimados com senso de orgulho e de inviolabilidade e contra tudo e hippies e exagerados, apesar do Baader meio psicopata e dos assassinatos, obvio, tinha um recorte de jornal dessa época falando deles mas não acho mais prov da segunda fase do grupo outro tipo de "terrorrismo", ou essa palavra virou outra coisa. tem uma hora em que eles estão treinando em algum pais arabe, Jordania talvez, e as mulheres pegando sol nuas e os palestinos horrorizados e o Andreas Baader diz algo como "luta contra o imperialismo e revolução sexual são a mesma coisa" e lembra os protestos de Wall Street de hoje vagamente e antes vi Tokyo-ga, outra chave, filme do Wim Wenders sobre a Toquio anos 80 em busca de resquicios do Ozu, da simplicidade do Ozu que eu na verdade nunca assisti e é bonito e delicado e poético.

esqueci que é horario de verão e tenho que fazer milhões de coisas e acordei muito tarde então no relogio marcava 9 e tanto mas ja eram 10 e tanto, enfim não tenho tenho que fazer nada mas também tenho mas esta tão bom ficar na rede lendo e escrevendo e Panda esta no meu colo como sempre.

sábado, outubro 15, 2011

ontem os dois chopps que na hora foram otimos até porque inusitados mas depois me deu preguiça e queria deitar deitar e vim para casa exausta e dormi e depois acordei deprimida demais. não quero mais pensar nisso, acho que fico dando força para isso quando falo e penso nisso. isso isso isso. no finalzinho da noite melhorei...mas hoje piorei de novo, rs.
saco. mudar a fita, virar a chave, sei la, que peso chato e desnecessario.

hoje

quinta-feira, outubro 13, 2011

ano passado eu era magra magra, esguia
e retrasado também, não sei a formula
um pouco de paixão, corridas,
andar na praia
uma depressãozinha aqui e ali
agora corro mas não estou magra, magra
(de repente isso não tem importancia) me dava prazer, parecia que era tudo mais facil
lépida
computador esta com problemas
como se morassem passarinhos delicados dentro dele

quarta-feira, outubro 12, 2011


fazendo experiencias para a idéia de pendurar as poesias pela livraria, lembrei do Caetano cantando essa, do Maiakovski, n'O Percevejo. Depois a Gal cantou, ficou meio cliche, mas gosto mesmo assim. Não consegui achar quem fez essa tradução; achei uma outra versão, traduzida pelo Haroldo de Campos, mas essa é a da minha memoria.

PERSONALIDADE

Talvez quem sabe, um dia

por uma alameda do zoológico
ela também chegará
ela que também amava os animais
entrará sorridente assim como está
na foto sobre a mesa
ela é tão bonita
ela é tão bonita que na certa eles a ressuscitarão
o século trinta vencerá
o coração destroçado já
pelas mesquinharias
agora vamos alcançar tudo o que não podemos amar na vida
com o estrelar das noites inumeráveis
ressuscita-me
ainda que mais não seja
porque sou poeta
e ansiava o futuro
ressuscita-me
lutando contra as misérias do quotidiano
ressuscita-me por isso
ressuscita-me
quero acabar de viver o que me cabe
minha vida para que não mais existam amores servis
ressuscita-me
para que a partir de hoje a partir de hoje
a família se transforme e o pai seja pelo menos o universo
e a mãe seja no mínimo a terra

Vladimir Maiakovski

terça-feira, outubro 11, 2011

não sei porque eu queria tanto ligar o computador
não sei porque eu queria tanto chegar em casa, fora dar uma corrida
e essa sensação de desconforto com as estorias
corri mesmo estando com sono e agora o sono passou e...vou continuar o livro de fotografias que quando leio sempre adoro mas que esqueço
ontem na minha insonia fiquei vendo as fotos do Edward Weston, maravilhosas, e ele teve um caso com a Tina Modotti, anos vinte, como sempre, no México, e com a Charis que era foda e os nus que ele fotografou são lindos e Stieglitz que era mentor dele foi casado com a Georgia O'keefe e também fotografou-a nua, e ela, Georgia, teve um caso com Paul Strand, que era amigo do Stieglitz e talvez com a Rebeca, mulher dele, que depois se matou, e as fotos que Paul Strand tirou dela são lindas
agora ja esqueci onde entra o André Kertész
e separei os livros deles e esqueci e a revista idem
me esqueço, cansaço
e meio que o "feitiço se virou contra o feiticeiro", como as coisas andam, iguais, shame
escritos de quando se acorda às tres da manhã e se fica na cama sem saber o que fazer
geralmente é às quatro e tal
p. dizia que ele era como o sistema windows que roda varias coisas ao mesmo tempo mas aqui em casa tudo é lento
acho que é porque eu sou mais Mackintosh mesmo
e descobri que girando o botão do ventilador pra esquerda ele gira docemente
e fica so aquele barulhinho constante que teve uma hora em que eu não sabia o que era
e quando cheguei fiz tanta coisa que deveria estar exausta mas so fico exausta quando faço poucas coisas
varri lavei limpei fiz arrumei
é tanta energia
que ela fica, de prontidão, ã espera
e não se vai

domingo, outubro 09, 2011

como sempre me culpo pos-bebedeiras ontem tinha um aniversario que queria ir e esqueci fico sempre hipnotizada e solta dentro do que acontece e esqueço de mim parar com essa a outra obsessão e também esse negocio de idade muito chato ontem percebi também um medo e fiquei horas pensando nisso enfim processos processos e não resultados
outro dia eu e um vizinho fomos juntos no onibus um leve desconforto da falta de intimidade e de não saber o que falar e ele perguntou o que eu fazia com essas horas que "ganhei" quando saio da livraria e eu fiquei sem resposta, falei corro, meio sem graça...
outro vizinho subimos juntos o trenzinho ele mais velho e disse que ja viveu muitas coisas intensamente e achava que eu também e o Wlad outro dia disse isso de outra forma e eu ansiosa querendo mais então não é isso

sexta-feira, outubro 07, 2011

“Algum lugar”

Resolvi, eu
encontrei em minha vida
um centro e o finquei.

É a casa,
árvores além, um limite
de vista que a contorna.

O tempo
chega só como algum
vento, um pouco suspiro
amortecido. E
se a vida não fosse ?
quando algo estava para

acontecer, se eu o
tivesse fincado,
tivesse, insistente.

Nada existe que eu seja,
nada não. Um entre
lugar, eu sou. Sou

mais do que idéia, me-
nos do que idéia. Uma casa,
ventos, mas uma distância

- algo solto no vento,
sentindo o tempo como aquela vida,
anda para as luzes que ele deixou.

(Robert Creeley; trad. Régis Bonvicino)

quinta-feira, outubro 06, 2011

entrou uma musica que não conhecia da Shirley Horn i got lost in her arms uau depois de ouvir Los Hermanos, rs
anotações aula do Hélio
hiper espaço - ñ dimensões Michio Kaku
espaço EM QUE O SONHO ACONTECE
sonhos segundo Jung utilizam simbolos alquimicos
(love is a losing game)
Newton teoria da gravitação universal
gostava de alquimia
O Segredo da Flor de ouro taoista
simultaneidade diferente causalidade
todas as formas criadas tem um espirito
temos varios cérebros - cérebro de réptil/hipotalamo impulsos quimicos
processos inconscientes ligados ao cérebro antigo
Poincaré via as idéias
qual o caminho? não ha caminho. prosseguir andando no desconhecido.
a geometria é o conhecimento do ser eterno Platão.
M. Eliade sagrado e o profano espaço ñ homogeneo ha espaços e tempos diferentes
tempo reversivel
tempo linear ( Moisés) tempo historico
para o oriental o tempo era circular não tinha começo nem fim
gregos não gostavam da idéia de vazio/vacuo/nada
atomos movendo-se no vazio
teoria quantica os vazios são fundamentais
Carlota exige brincar todas as noites e não ando afim falta de tempo para tudo pensar musica internet escrever organizar fotos cozinhar algo ou lanchar
ontem acordei às quatro e quarenta da manhã
levantei tomei suco quatro pães de queijo no forno
comi na cama vendo clarear, as arvores se mexendo e as nuvens indo pra la
dormi de novo não sei que horas, acordei

quarta-feira, outubro 05, 2011

mexendo em fotos, muitas muitas fotos jogando fora separando, raramente coloco fotos minhas acho que gosto de ser so palavras e imagens outras, ano passado estava com Tulina e Rondon, depois da projeção de fotos, feliz, loura e apaixonada que estava ia pra São Paulo naqueles dias e estava aberta pro que estava e o que visse a acontecer...engraçado e maluco, puro non-sense como sempre. não importa, estava vibrando.

remexendo no bau de fotos
ano passado andava na praia praia vazia ia até o leblon, às vezes até o marina e voltava até a Farme
era o que eu mais gostava de fazer naqueles dias e falei isso uma vez pro P. e ele riu, ele que so pensava em ganhar dinheiro dinheiro dinheiro
e era dia de semana e a praia era vazia outra praia diferente dos fins de semana
gostava de ficar vendo as pessoas com seus biquinis maios calções
um desfile, o mar, andava na beira do mar e minha vida estava meio suspensa numa pausa
agora gosto de ler, olho os livros que quero todos
mas nem sempre leio
da um prazer que não sei qual é muito bem
outras vidas que consumo mastigo vivo
sera que é isso
lembrei do minhas noites são melhores que seus dias o titulo era otimo e so lembro disso, do titulo e ele passou por todas as mãos da época eu papai Ursula Lionel Picolé talvez e varios Bukowski e o John Fante e
como um sanduiche frio, meio contra as minhas "regras" alimentares, esta tão bom e tenho que ter menos regras. ouvindo o Arnaldo Antunes, duas musicas que são muito chatas mas as outras gostosinhasbobinhas; F. meu guru e ex, ou a ordem é ao contrario, diz que temos que fazer as coisas sem esperar resultados. Hoje fiquei segurando o maior carão, depois de perceber, como sempreeeee que fico vivendo so fantasias, apesar apesar. meio babacas. sem ficar me julgando também, segundo ele. minha respiração prendeu, hoje, enquanto corria, por causa disso; tem à ver com pensamentos pensamentos, sera que algum dia vou ter algum ataque durante a corrida, hehehe? tatiana hoje disse do drama que nos piscianas fazemos. I love her. queria tanto ter acentos, ver quanto custa um teclado normal. quem sente/ agora esta ausente/ quem chora...

domingo, outubro 02, 2011

Fernando fala das vontades, vontade sem esperar resultados, e ontem quando escrevi a mensagem escrevi porque quis mas sempre é dificil o outro, o que ele (não) quer e a gente faz independente disso? e pode ser uma pressão opressão e não é isso que quero ou sempre é uma pressão de certa forma, foda-se, e muita bebida me deixa triste, enfim, ontem A. T. euforica quero achar essa euforia, também, e as vontades que sumiram.