segunda-feira, outubro 31, 2011

outra de William Carlos Williams tão fotografico! enquanto escuto Debussy o gamba come uma banana em cima da geladeira e Panda dorme no sofa da sala

Outra de William Carlos Williams

O DIREITO DE PASSAGEM

Transitando com a idéia posta
em nada deste mundo

a não ser o direito de passagem
eu desfruto a estrada por

efeito de lei —
vi

um homem de idade
que sorriu e desviou o olhar

para o norte, além de uma casa —
uma mulher de azul

que estava rindo e se
inclinando para a frente

a fim de olhar o rosto meio
voltado do homem

e um menino de uns oito anos que
olhava para o meio da

barriga do homem
para uma corrente de relógio —

A suprema importância
deste inominado espetáculo

fez com que eu acelerasse
ao passar por eles sem palavra —

Por que me importaria o rumo?
e lá fui rodando sobre as

quatro rodas do meu carro
pela estrada molhada até

que vi uma moça com uma perna
sobre o parapeito de um balcão.
(trad. José Carlos Paes)

William Carlos Williams

A DURAÇÃO

Uma folha amarfanhada
de papel pardo mais
ou menos do tamanho

e volume aparente
de um homem ia
devagar rua abaixo

arrastada aos trancos
e barrancos pelo
vento quando

veio um carro e Ihe
passou por cima
deixando-a aplastada

no chão. Mas diferente
de um homem ela se ergueu
de novo e lá se foi

com o vento aos trancos
e barrancos para ser
o mesmo que era antes.

(tradução: José Paulo Paes)

"A verdade é que as notícias de jornal oferecem o justo incentivo para a poesia épica, a poesia dos acontecimentos. [...] O poema épico teria de ser o nosso 'jornal'. Os Cantos de Ezra Pound são um equivalente algébrico disso, mas um equivalente tão perversamente individual que não alcança ser compreendido universalmente como seria mister. [...] Terá de ser um estilo épico conciso, de pontaria certeira. Estilo de metralhadora ".

Poeta fundamental numa tradição de gigantes, a poesia norte-americana, em que cada autor parece estar observando o mundo pela primeira vez e inventando a linguagem poética (...). Dentro desta tradição, William Carlos Williams se destaca por sua capacidade de transformar todo assunto ou objeto em matéria poética. Daí sua atenção toda peculiar ao fugaz e ao diminuto, ao aparentemente desimportante, enfim.

A poesia surge do mais inesperado solo... "Ele continua a arrebentar rochas e rachar poemas". (T.S. Eliot numa carta de fevereiro de 1959, aludindo a um de seu poemas mais conhecidos, "Uma espécie de canção".

(comentário de José Paulo Paes publicado
no livro "Poemas". Companhia das Letras, 1987)

série meio bebada...








so falta tirar essa "maldita" lixeira da foto.

tirei correndo, o onibus chegou.
li leio por esses dias: Ezra Pound, da Jorge Zahar, por Peter Ackroid, daquela coleção amarelinha, Vidas Literarias; tinha comprado num sebo ha um tempão atras, e agora casou com as poesias que estão "voando". Gostei; começo do século, onde todos estavam fazendo, questionando os limites artisticos, querendo mudar; morou primeiro em Veneza, depois Londres, Paris, e por fim Rapallo, na Italia; era intenso, falante, cheio de energia e personalidade, um "poeta-inventor"(classificação criada por ele), critico, teorico, estudou os poetas provençais, a poesia chinesa, entre outras mil coisas; "derrubou as tradições da poesia de lingua inglesa com um projeto modernista"; conheceu William Carlos Williams, Hemingway, Cocteau, Yeats, sempre ligado e querendo "produzir" seus amigos (Eliot, cummings, etc), escrevendo, editando revistas, polemizando; dei uma folheada no Lustra, que saiu agora em portugues, e também numa edição d'Os Cantos, não achei outros livros dele em portugues, apesar da sua obra grande, procurar mais. Teve um projeto meio megalomaniaco, na minha humilde opinião, que alias outros também tiveram nessa época porém com mais sucesso (Joyce com Ulisses, Eliot com The Waste Land) de escrever uma obra que abarcasse toda a historia da humanidade, seus mitos, cultura, etc, e que foram Os Cantos (The Cantos), que ele escreveu durante anos e anos de sua vida e foi publicando aos poucos; tem pedaços bonitos mas é quase impossivel de ler, porque é uma viagem muito pessoal. Ficou treze anos preso, treze anos!, um exagero, por causa de suas transmissões radiofonicas italianas à favor dos fascistas; no começo numa espécie de jaula vazada em Pisa, um horror, depois num hospital, onde escreveu Os Pisan Cantos; foi transferido para os Estados Unidos, onde ficou num hospital. Depois disso ficou, obviamente, muito abalado e etc etc. Ai, não sei escrever resumos.
amorpoesiasabedoria, do Edgar Morin, primeiro livro que leio dele, très sympa et très petit, li em uma hora. Vou copiar o começo, que fala da contradição que vivemos entre ser sapiens e ser demens, que foi o que me pegou; contradições sempre me interessam.
Estou lendo ainda: Eliot, Poesias, Nova Fronteira, trad. Ivan Junqueira, que leio e no outro dia leio de novo e vou pegando um gosto; e Os Infinitos, John Banville, ainda no começo mas interessante. E deveria estar fazendo um projeto de exposição, mas não consigo, e nem sei porque escrevo isso tudo. Feriado tenho que tentar, juro.

sábado, outubro 29, 2011

Existem momentos da minha vida que não lembro muito...como uma amnésia alcoolica, que tenho também ( agora percebo o desastre que estão minhas unhas, tudo um desastre um pouco). Encontrei no mercado um amigo da época de cinema, e entre pegar tomates, cebolas, espinafres, e ai, o que vc esta fazendo, falamos um pouco de fotografia; não consigo lembrar exatamente nada: quando nos conhecemos, o que vivemos, se vivemos, como. Uma amizade rapida que não deixou rastros, que não foi em direção alguma, apesar da simpatia - ia escrever mutua, mas ... (escrevo e risco palavras, depois as reescrevo de novo, as mesmas palavras). Às vezes acho que minha vida inteira foi assim, encontros sem marcas, ou estou exagerando? Ontem à noite lembrava de uma conversa de alguém que havia pintado a casa e que queria pintar uma parede, um canto qualquer de preto, como um grande quadro negro onde poderia escrever com giz as coisas importantes ou desimportantes - filmes que a gente quer ver e esquece, convites de exposições que chegam antes demais e que so lembramos depois, às vezes no dia seguinte. Agora escrevendo lembro que foi a Ana, mas de noite parecia uma imagem de sonho, esse quadro retangulo negro onde podemos fixar nossa memoria, flutuando sozinho. Querendoprecisando reeditar meu mural, by the way, meu grande quadro negro branco de memorias, mas sempre falta algo algo algo.

segunda-feira, outubro 24, 2011

não ia à praia desde fevereiro com minha irmã, uma vez em que fomos cedinho e rapido e foi uma delicia, depois tomamos banho no posto peguei o metro e fui pra Travessa, hoje sai mais cedo, percurso ao contrario, andei até o final do leblon, na areia fofa, beira do mar; no meio da volta minhas pernas e pés doiam, desacostumada, acabei no final indo pra areia dura. tatuagens, mulheres de peitos siliconados e derrieres enormes, navios ao longe, mar mexido e gelado acabei não mergulhando por absoluta falta de coragem, nenens, muitos playboys e patricinhas no trecho entre cesar park e posto 9, argentinos, franceses, pessoas muito gordas, cachorrinhos e lembrava da Panda doente em casa, sol de frente delicioso, minha sombra na minha frente na volta, eu andando andando andando tentando não pensar muito e escutar o mar somente mas conseguindo so um pouquinho, maresia, as pessoas se olham, meninas, chapéus grandes e oculos escuros, dois surfistas se preparam para entrar na agua com aquela roupa preta colada no corpo, muitas pessoas se fotografando, esta tão descritivo tudo, eu e meu corpo sem saber qual é, olhava pra outras mulheres, outros corpos para ver se pareciam com o meu, nem sentei não sei porque, parei no posto pra fazer pipi, depois um certo vexame no mercado onde peguei algumas coisinhas apetitosas e meu cartão foi recusado, tirei algumas coisas e a mesma coisa, fui até o banco e descobri que so tinha 11 reais, rs, voltei e comprei so pão manteiga e atum pra Panda, devolvi o iogurte de marca diferente, a massa de pizza que pensei em fazer com a ricota que tem aqui, tomate cebola hortela pro tabule banana tomate pellatti queijo grana padano que estava com um bom preço, na volta fila imensa,o pão quentinho tinha acabado, não foi a primeira vez, pensando no meu perfeccionismo também, relaxar mais, quando comecei à me culpar foi bom porque percebi e não deixei.

sábado, outubro 22, 2011


peguei a ecoline que estou usando para os poemas e me "permiti" fazer esse desenho infantil; nunca mais havia feito nada
A arte de perder

A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.

Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subsequente
da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.

(Elizabeth Bishop; trad. Paulo Henriques Britto)
amando anticancer estorias de vida e de superação e de reconciliação, objetivo e franco além de todas as pesquisas os tratamentos naturais alimentos e exercicios e ioga e . me emocionei e chorei um pouquinho...talvez eu esteja em busca de algum tratamento, não para cancer porque a principio não tenho que eu saiba mas para minhas instabilidades; antes de ontem não conseguia dormir me culpando do que escrevi, ontem euforica com mil idéias, hoje perfeccionista na livraria e impaciente com tudo e todos, demais. cheguei em casa exausta, dormia e acordava o tempo todo um dormir meio enevoado um acordar que não acorda. so la pelas 6 acordei, acho, e finalmente fui lavar a louça, fazer o brocolis que ainda estava vivo. esses dias hoje e ontem acordar tem sido assim, acordo e fico num outro lugar que não é nem desperto nem dormindo, meio dormindo, e chegando atrasada atrasada.

quinta-feira, outubro 20, 2011

demorei tanto pra chegar em casa, odeio ficar parada em transito sem sentido, rua da carioca é um inferno não entendo porque não fazem outro trajeto ja que esse esta completamente saturado o caminho de volta pra santa é sempre chato em casa panda doente gambas que invadem a casa dor de cabeça insatisfação vontade de sumir vou tentar dormir quem sabe tudo some mesmo

segunda-feira, outubro 17, 2011

Pego o computador e a pasta dos poemas esta aberta, na do Bukowski que postei antes. Estava começando à refazer algumas das que ficaram meio ruinzinhas, mas Carlota resolveu sentar em cima, para ajudar, como sempre, e desisti. Tenho vontade de fazer varias, sempre que leio é gostoso, algumas, não todas; o problema é que não para de chover e o lugar ideal pra isso seria na mesa amarela do quintal, depois coloco pra secar no varal. Essa é uma delas.

“Estilo”

Estilo é a resposta para tudo.
Novo jeito de encarar um dia estúpido ou perigoso.
Fazer algo estúpido com estilo é preferível a fazer algo perigoso sem estilo.
Fazer algo perigoso com estilo, é o que chamo de arte.
Touradas podem ser uma arte.
Boxe pode ser uma arte.
Amar pode ser uma arte.
Abrir uma lata de sardinha pode ser uma arte.
Não muitos têm estilo.
Não muitos podem manter o estilo.
Eu vi cachorros com estilo mais do que homens.
Apesar de não muitos cachorros terem estilo.
Gatos têm em abundância.

Quando Hemingway estourou seus miolos na parede com uma espingarda, isso era estilo.
Por um tempo pessoas te dão estilo.
Joana D’Arc tinha estilo.
João Batista tinha estilo.
Jesus.
Sócrates.
César.
Garcia Lorca.
Eu conheci homens na cadeia com estilo.
Eu conheci mais homens na cadeia com estilo do que fora da cadeia.
Estilo é a diferença, um jeito de se fazer, um jeito de ser feito.
Seis pássaros em silêncio numa poça d’água, ou você, saindo
do banheiro nua sem me ver.

(Bukowski; trad. Leonardo Marona)
"2 mortes"

você me disse muitos anos atrás
(bem antes de Stravinsky morrer
hoje)
que você queria aprender
tudo
sobre motores e monumentos
e guerras e mulheres
e cidades
e sobre a história do
Homem
e eu disse para você
é muito desgastante
não se incomode
o que conta não é o que
sabemos
mas sim o que nós não
sabemos.

você queria tão desesperadamente provar que podia
saber o que ainda não era
sabido.

e quando eu vi você no seu
caixão eu não tinha idéia
de que Stravinsky também
morreria hoje
e que eu me sentaria aqui
e escreveria sobre vocês dois
nesta noite.

(Bukowski; trad. Leonardo Marona)

domingo, outubro 16, 2011

vi de novo o filme sobre o grupo Baader Meinhof, que me fascinava tanto quando adolescente, e é fascinante mesmo, e sou um pouco eles e também não sou, teatrais mimados com senso de orgulho e de inviolabilidade e contra tudo e hippies e exagerados, apesar do Baader meio psicopata e dos assassinatos, obvio, tinha um recorte de jornal dessa época falando deles mas não acho mais prov da segunda fase do grupo outro tipo de "terrorrismo", ou essa palavra virou outra coisa. tem uma hora em que eles estão treinando em algum pais arabe, Jordania talvez, e as mulheres pegando sol nuas e os palestinos horrorizados e o Andreas Baader diz algo como "luta contra o imperialismo e revolução sexual são a mesma coisa" e lembra os protestos de Wall Street de hoje vagamente e antes vi Tokyo-ga, outra chave, filme do Wim Wenders sobre a Toquio anos 80 em busca de resquicios do Ozu, da simplicidade do Ozu que eu na verdade nunca assisti e é bonito e delicado e poético.

esqueci que é horario de verão e tenho que fazer milhões de coisas e acordei muito tarde então no relogio marcava 9 e tanto mas ja eram 10 e tanto, enfim não tenho tenho que fazer nada mas também tenho mas esta tão bom ficar na rede lendo e escrevendo e Panda esta no meu colo como sempre.

sábado, outubro 15, 2011

ontem os dois chopps que na hora foram otimos até porque inusitados mas depois me deu preguiça e queria deitar deitar e vim para casa exausta e dormi e depois acordei deprimida demais. não quero mais pensar nisso, acho que fico dando força para isso quando falo e penso nisso. isso isso isso. no finalzinho da noite melhorei...mas hoje piorei de novo, rs.
saco. mudar a fita, virar a chave, sei la, que peso chato e desnecessario.

hoje

quinta-feira, outubro 13, 2011

ano passado eu era magra magra, esguia
e retrasado também, não sei a formula
um pouco de paixão, corridas,
andar na praia
uma depressãozinha aqui e ali
agora corro mas não estou magra, magra
(de repente isso não tem importancia) me dava prazer, parecia que era tudo mais facil
lépida
computador esta com problemas
como se morassem passarinhos delicados dentro dele

quarta-feira, outubro 12, 2011


fazendo experiencias para a idéia de pendurar as poesias pela livraria, lembrei do Caetano cantando essa, do Maiakovski, n'O Percevejo. Depois a Gal cantou, ficou meio cliche, mas gosto mesmo assim. Não consegui achar quem fez essa tradução; achei uma outra versão, traduzida pelo Haroldo de Campos, mas essa é a da minha memoria.

PERSONALIDADE

Talvez quem sabe, um dia

por uma alameda do zoológico
ela também chegará
ela que também amava os animais
entrará sorridente assim como está
na foto sobre a mesa
ela é tão bonita
ela é tão bonita que na certa eles a ressuscitarão
o século trinta vencerá
o coração destroçado já
pelas mesquinharias
agora vamos alcançar tudo o que não podemos amar na vida
com o estrelar das noites inumeráveis
ressuscita-me
ainda que mais não seja
porque sou poeta
e ansiava o futuro
ressuscita-me
lutando contra as misérias do quotidiano
ressuscita-me por isso
ressuscita-me
quero acabar de viver o que me cabe
minha vida para que não mais existam amores servis
ressuscita-me
para que a partir de hoje a partir de hoje
a família se transforme e o pai seja pelo menos o universo
e a mãe seja no mínimo a terra

Vladimir Maiakovski

terça-feira, outubro 11, 2011

não sei porque eu queria tanto ligar o computador
não sei porque eu queria tanto chegar em casa, fora dar uma corrida
e essa sensação de desconforto com as estorias
corri mesmo estando com sono e agora o sono passou e...vou continuar o livro de fotografias que quando leio sempre adoro mas que esqueço
ontem na minha insonia fiquei vendo as fotos do Edward Weston, maravilhosas, e ele teve um caso com a Tina Modotti, anos vinte, como sempre, no México, e com a Charis que era foda e os nus que ele fotografou são lindos e Stieglitz que era mentor dele foi casado com a Georgia O'keefe e também fotografou-a nua, e ela, Georgia, teve um caso com Paul Strand, que era amigo do Stieglitz e talvez com a Rebeca, mulher dele, que depois se matou, e as fotos que Paul Strand tirou dela são lindas
agora ja esqueci onde entra o André Kertész
e separei os livros deles e esqueci e a revista idem
me esqueço, cansaço
e meio que o "feitiço se virou contra o feiticeiro", como as coisas andam, iguais, shame
escritos de quando se acorda às tres da manhã e se fica na cama sem saber o que fazer
geralmente é às quatro e tal
p. dizia que ele era como o sistema windows que roda varias coisas ao mesmo tempo mas aqui em casa tudo é lento
acho que é porque eu sou mais Mackintosh mesmo
e descobri que girando o botão do ventilador pra esquerda ele gira docemente
e fica so aquele barulhinho constante que teve uma hora em que eu não sabia o que era
e quando cheguei fiz tanta coisa que deveria estar exausta mas so fico exausta quando faço poucas coisas
varri lavei limpei fiz arrumei
é tanta energia
que ela fica, de prontidão, ã espera
e não se vai

domingo, outubro 09, 2011

como sempre me culpo pos-bebedeiras ontem tinha um aniversario que queria ir e esqueci fico sempre hipnotizada e solta dentro do que acontece e esqueço de mim parar com essa a outra obsessão e também esse negocio de idade muito chato ontem percebi também um medo e fiquei horas pensando nisso enfim processos processos e não resultados
outro dia eu e um vizinho fomos juntos no onibus um leve desconforto da falta de intimidade e de não saber o que falar e ele perguntou o que eu fazia com essas horas que "ganhei" quando saio da livraria e eu fiquei sem resposta, falei corro, meio sem graça...
outro vizinho subimos juntos o trenzinho ele mais velho e disse que ja viveu muitas coisas intensamente e achava que eu também e o Wlad outro dia disse isso de outra forma e eu ansiosa querendo mais então não é isso

sexta-feira, outubro 07, 2011

“Algum lugar”

Resolvi, eu
encontrei em minha vida
um centro e o finquei.

É a casa,
árvores além, um limite
de vista que a contorna.

O tempo
chega só como algum
vento, um pouco suspiro
amortecido. E
se a vida não fosse ?
quando algo estava para

acontecer, se eu o
tivesse fincado,
tivesse, insistente.

Nada existe que eu seja,
nada não. Um entre
lugar, eu sou. Sou

mais do que idéia, me-
nos do que idéia. Uma casa,
ventos, mas uma distância

- algo solto no vento,
sentindo o tempo como aquela vida,
anda para as luzes que ele deixou.

(Robert Creeley; trad. Régis Bonvicino)

quinta-feira, outubro 06, 2011

entrou uma musica que não conhecia da Shirley Horn i got lost in her arms uau depois de ouvir Los Hermanos, rs
anotações aula do Hélio
hiper espaço - ñ dimensões Michio Kaku
espaço EM QUE O SONHO ACONTECE
sonhos segundo Jung utilizam simbolos alquimicos
(love is a losing game)
Newton teoria da gravitação universal
gostava de alquimia
O Segredo da Flor de ouro taoista
simultaneidade diferente causalidade
todas as formas criadas tem um espirito
temos varios cérebros - cérebro de réptil/hipotalamo impulsos quimicos
processos inconscientes ligados ao cérebro antigo
Poincaré via as idéias
qual o caminho? não ha caminho. prosseguir andando no desconhecido.
a geometria é o conhecimento do ser eterno Platão.
M. Eliade sagrado e o profano espaço ñ homogeneo ha espaços e tempos diferentes
tempo reversivel
tempo linear ( Moisés) tempo historico
para o oriental o tempo era circular não tinha começo nem fim
gregos não gostavam da idéia de vazio/vacuo/nada
atomos movendo-se no vazio
teoria quantica os vazios são fundamentais
Carlota exige brincar todas as noites e não ando afim falta de tempo para tudo pensar musica internet escrever organizar fotos cozinhar algo ou lanchar
ontem acordei às quatro e quarenta da manhã
levantei tomei suco quatro pães de queijo no forno
comi na cama vendo clarear, as arvores se mexendo e as nuvens indo pra la
dormi de novo não sei que horas, acordei

quarta-feira, outubro 05, 2011

mexendo em fotos, muitas muitas fotos jogando fora separando, raramente coloco fotos minhas acho que gosto de ser so palavras e imagens outras, ano passado estava com Tulina e Rondon, depois da projeção de fotos, feliz, loura e apaixonada que estava ia pra São Paulo naqueles dias e estava aberta pro que estava e o que visse a acontecer...engraçado e maluco, puro non-sense como sempre. não importa, estava vibrando.

remexendo no bau de fotos
ano passado andava na praia praia vazia ia até o leblon, às vezes até o marina e voltava até a Farme
era o que eu mais gostava de fazer naqueles dias e falei isso uma vez pro P. e ele riu, ele que so pensava em ganhar dinheiro dinheiro dinheiro
e era dia de semana e a praia era vazia outra praia diferente dos fins de semana
gostava de ficar vendo as pessoas com seus biquinis maios calções
um desfile, o mar, andava na beira do mar e minha vida estava meio suspensa numa pausa
agora gosto de ler, olho os livros que quero todos
mas nem sempre leio
da um prazer que não sei qual é muito bem
outras vidas que consumo mastigo vivo
sera que é isso
lembrei do minhas noites são melhores que seus dias o titulo era otimo e so lembro disso, do titulo e ele passou por todas as mãos da época eu papai Ursula Lionel Picolé talvez e varios Bukowski e o John Fante e
como um sanduiche frio, meio contra as minhas "regras" alimentares, esta tão bom e tenho que ter menos regras. ouvindo o Arnaldo Antunes, duas musicas que são muito chatas mas as outras gostosinhasbobinhas; F. meu guru e ex, ou a ordem é ao contrario, diz que temos que fazer as coisas sem esperar resultados. Hoje fiquei segurando o maior carão, depois de perceber, como sempreeeee que fico vivendo so fantasias, apesar apesar. meio babacas. sem ficar me julgando também, segundo ele. minha respiração prendeu, hoje, enquanto corria, por causa disso; tem à ver com pensamentos pensamentos, sera que algum dia vou ter algum ataque durante a corrida, hehehe? tatiana hoje disse do drama que nos piscianas fazemos. I love her. queria tanto ter acentos, ver quanto custa um teclado normal. quem sente/ agora esta ausente/ quem chora...

domingo, outubro 02, 2011

Fernando fala das vontades, vontade sem esperar resultados, e ontem quando escrevi a mensagem escrevi porque quis mas sempre é dificil o outro, o que ele (não) quer e a gente faz independente disso? e pode ser uma pressão opressão e não é isso que quero ou sempre é uma pressão de certa forma, foda-se, e muita bebida me deixa triste, enfim, ontem A. T. euforica quero achar essa euforia, também, e as vontades que sumiram.