"Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memoria e desejo, aviva
Agonicas raizes com a chuva da primavera,
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos porticos
E ao sol caminhamos pelas aléias do Hofgarten
Tomamos café, e por uma hora conversamos.
Bin gar keine Russin, stamm'aus Litauen, echt deustsch.
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,
Meu primo, ele convidou-me a passear de treno.
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.
Nas montanhas, la, onde livre te sentes.
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.
..."
(O enterro dos mortos, começo da primeira parte de The Waste Land, T. S. Eliot, 1922; trad. Ivan Junqueira)
sexta-feira, novembro 04, 2011
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