segunda-feira, abril 30, 2012


Trechos da única entrevista feita com Rê Bordosa, em 1985. por Benevides Paixão

Benevides Paixão: Como foi que começou a sua vida de delírios, porres homéricos e carreiras quilométricas?
Rê Bordosa: Eu fui muito presa, sabe?!... Meus pais eram fodinhas, mas um dia esqueceram a porta de casa aberta... saí de lá direto para um bar. No caminho, fui perdendo minha virgindade, minha vergonha, calcinha, sutiã...

BP: Como foi perder sua virgindade? Doeu?
RB: Só na hora que entrou. Na hora que saiu foi gostoso.

BP: E as mulheres de hoje, como você está vendo?
RB: Meu negócio é homem. As mulheres que passaram por esta banheira foram por puro erro de cálculo.

BP: Erro de cálculo? Como é isso?
RB: É quando saio à procura de um pênis e acabo encontrando
um tênis. Nunca fui chegada em roçar no couro de jararaca
e toda vez que aconteceu foi desvio de verbas. Na falta de um coturno do exército a gente usa havaiana. Não tem cheiro e nem solta as tiras.

BP: Quantos erros de cálculo você comete por noite?
RB: Só sei contar até a quinta dose. Depois, só Deus sabe!

BP: Ué? Você acredita em Deus?
RB: Até a décima dose.

BP: Sua vida é um mar de prazeres, sexo, drogas, festas, aventuras... Isso é o paraíso?
RB: Paraíso? Meu chapa... isso é o inferno. Já disse mil vezes que não nasci para ser a cura e sim a doença.

BP: Como você se define? Uma mulher liberada, moderna...
RB: Sou uma barata que resiste a todos os inseticidas.

sábado, abril 28, 2012

a cadeira é uma cadeira é uma cadeira

cortei o cabelo depois de pegar cenas da Bibi Anderson no Persona e mostrar pro Val, o cabeleireiro, que disse que não dava pra sacar  muito não. ficou legal. depois fiz as unhas e o pé e não conseguia falar nada. e a moça, Gleize, perguntou se eu estava cansada. ela faz massagem no pé e fecho os olhos. voltei à livraria so pra comer bolo e comi duas fatias que me pesaram enormemente. em casa sonoterapia, imediatamente. M. V disse que eu estava com cara de choro e quando tentei explicar, a voz veio cheia de choro, o que é mais constrangedor pra quem escuta. pra mim também. não consegui me concentrar em nada. ontem à noite culpa e vazio e me sentindo presa, deitei no sofa com o vinho horrivel que so consegui beber um pouco ouvindo gotan project, não sei exatamente porquê. alias saber o porquê não é minha especialidade. alias qual é a minha especialidade. outra noite so delirios. F. vai dizer que adoro me fazer de vitima, vicio, bjhbhb. Carlota pula em cima da cômoda e tenta rasgar o saco de ração, peste. A. me escreve dizendo da analise, seria otimo.

segunda-feira, abril 23, 2012

as vezes meu quarto me sufoca, muitos moveis coisas e não é muito grande, é meio ninho, talvez tirar a televisão pintar o armario de branco ou verde claro e tirar o verniz da mesa ela era muito mais bonita sem crua e rustica assumida e então vim pra sala laptop no colo esperando a bateria da maquina recarregar queria ter tirado mais fotos da exposição e da escada e das lonas mas ai acabou não achar nada isso seria o ideal F. diz que eu falo muito de mim e que não "sei" embarcar em outros assuntos, so quando é uma coisa que sei muito e eu não queria isso e acho que às vezes falo alto sem perceber estranhezas que acontecem  e fiquei lendo estudando sobre os cérebros emocional limbico e o cognitivo e etc etc adorei esse estudo hoje e sabado uma meio analise, sexta acabei ficando meio pasma no sofa pensando se ia ou não encontrar a Rô mas não estava muito plena de energia, plena  uma boa palavra estava meio esvaziada na verdade e fui ler o Rimbaud depois mas... e agora na duvida do que fazer, como sempre, se termino uma estoria que me perturba ou se tento fazer com que ela deixe de me perturbar sem dar importância o tamanho das coisas do que se sente varia nas horas e depende, pesos e medidas

MORTE EM FAMiLIA, UMA

MORTE EM FAMiLIA, UMA

Esse é o outro livro que saiu agora, do James Agee, e que ganhou um Pulitzer postumo em 1958.

MULHER CALADA, A

MULHER CALADA, A 
Dar uma olhada. Sylvia Plath me interessa, ou me interessava, quando li A Redoma de Vidro e também a biografia dela.

ELOGIEMOS OS HOMENS ILUSTRES

ELOGIEMOS OS HOMENS ILUSTRES
Uma vez dei de cara com esse livro, ou mais de uma vez, indo arrumar a sessão de comunicação, e ficava na duvida se ele não deveria estar, também, na sessão de fotografia,  e sempre ficava paquerando, pensando se pegava pra dar uma olhada, curiosa, ja que as fotos são do Walker Evans, numa viagem que os dois fizeram ao sul dos Estados Unidos em 1936, depois da Depressão, e ficaram 4 semanas convivendo com roceiros. As fotos são documentais-tragicas-humanas-lindas, e como estava lendo sobre outro livro do mesmo escritor que saiu agora, James Agee, resolvi "guardar" pra ver se não esqueço de pegar os dois livros.
     indo pra casa da Ana...

domingo, abril 22, 2012

adorei essas letras do livro sobre letras Escrito a Mano, estava tentando me inspirar para fazer as poesias beatnics na Travessa, acabou que ficou tudo mais normal mesmo

segunda-feira, abril 16, 2012

quando estou down perco horas olhando a "vida" das pessoas, entrando em suas paginas, olhando as fotos, o que so me faz sentir pior ainda, hehehe.
acordei de manhã querendo escrever querendo fazer yoga querendo varrer o quarto mas precisando comer e tomar banho e sair e recaregar o mp3 e então não deu tempo pra nada que eu queria. e no ônibus tentei mas como ele sacoleja muito verdadeiro inferno. e depois que conversei com o Chico percebi como continuo cada vez mais histérica provavelmente não tem fim é um negocio que vai embolando e embolando e aumentando e também como essa coisa nada mais um nada sucessão de nadas todo o meu dia vai indo pra lugar nenhum não me conecto à nada e pronto parece que é isso uma coisa assim meio fatalista sem fim sem solução que não consigo ver. e na sexta ou sabado tanto faz mais horas estéreis inocuas sem sentido ? passei o final de semana me odiando. porque eu permito o nada e não consigo sair dele e criar o tudo ou o alguma coisa, pelo menos. queria dormir e sumir mas não, dormi so o suficiente de sempre e não sumi, como fazer para?  fiquei so me odiando desanimada. vi um pedaço do Torremolinos mas não aguentei ver tudo. li jornais, artigos que ja esqueci. tentei ler o Schopenhauer, ja que ele fala do que mais me interessa no momento, que é a vontade, o querer, mas não consegui me concentrar muito. não conseguia me concentrar em nada! acabei vendo um documentario sobre Hitler...buf, que merda. essa tv a cabo é uma porcaria, tenho que cancelar ja que não tenho dinheiro mesmo e cada vez passa menos coisas boas. sensação ruim, mal humor. mesmo assim como, leio, durmo, trabalho, falo.

sexta-feira, abril 13, 2012

conversando sobre filhos e cachorros e gatos e ter alguém para gostar então adoro quando Miranda aparece e fica até de manhã fico feliz feliz isso esta meio bobo eu sou boba e descobri que  fico um pouco aterrorizada quando rola a idéia de e significa um não gostar de mim papo cabeça com a minha propria desisto de escrever agora pelo menos

quarta-feira, abril 11, 2012

vendo o Alan Pauls e gostei tanto do Historia do Cabelo  a forma como ele escreve um pensamento indo à outro e à outro e depois volta e fecha, paragrafos grandes com muitas virgulas enfim o estilo é tudo ja dizia o Celine numa entrevista que eu guardava e que perdi não importa como alias nem lembro direito as circunstâncias e voltando ao Alan Pauls quero ler o primeiro da trilogia Historia do Pranto e a edição também é muito bonita e queria ter esse livro como outros que li e gostei mas esta dificil de ter talvez isso seja um certo fetiche ter os livros que gostamos como uma identidade nossa que carregamos por ai ao invés de mostrar a carteira ou as fotos da familia mostrar os ultimos livros lidos ou os primeiros olha esse foi o primeiro livro que li e esse é o ultimo e ele fala também do manuel Puig - em outra entrevista - e lembro que tinha la em casa la em casa quer dizer na minha casa de criança tinha Boquitas Pintadas e não lembro se dei uma olhada ou não mas gostava desse titulo e comi uma coalhada das que fiz em casa semana passada orgulhosamente e ficaram muito boas realmente e é o que tem para distrair quando chego em casa e não consigo dormir e por isso não queria voltar pra casa enfim voltei ouvindo musica musica musica e acabei saltando antes e andei um pouco no meio do entardecer quase escuro e fiquei bestamente na rede

Alan Pauls fala sobre os diários de Virginia Woolf

segunda-feira, abril 09, 2012

Querido Scott, querida Zelda,
O SEGREDO DE jOE gOULD, a HORA DOS aSSASSINOS
caIxa alta não quer sair de jeito nenhum, não sei como ela começou, lendo numa coluna titulos de livros sobre lunaticos, além do Oliver SACKS E DO DEMONIO DA MEIA NOITE E O OUTRO VI HJ E ME INTERESSEI TENHO QUE ANOTAR SENÃO AS COISAS VÃO INDO E ATROPELAM E PASSAM E NÃO SEI PORQUE ESTOU COM RAIVA  vou ligar e desligar o computador pra ver se e corri a maior dificuldade voltar à so consegui 20 minutos e a chuva começou na volta primeiro fraquinha e depois mais forte e foi otimo  sbrinfs e ao mesmo tempo de repente vi o ridiculo de tudo e ai

domingo, abril 08, 2012


Lilies of the valley

escutando as musicas do Pina depois de assistir pela segunda vez ontem sempre tenho vontade de me jogar ali la dentro o filme é incrivel o trabalho dela incrivel e emociona muito os nomes são Thom Hanreich Jum Myiake Rene Aubry acordei com uma das musicas na cabeça e o vinho ontem me deu um enjôo durante a noite e agora ainda e acabei tomando um banho de madrugada Miranda corria pelo quintal mas depois sumiu minhas gatas loucas e achei um ingresso do Circo Voador de começo de setembro porque fiquei com novembro na cabeça e essa minha mania detetivesca de reconstituição dos passos


quinta-feira, abril 05, 2012

e também porque é fantasia não é as projeções aconteceu algum envolvimento ou não contenção se jogar defesa e cada um sente de um jeito ou quer outra coisa
estava escutando pela segunda vez o Keith Jarrett a gravação do show que ele fez aqui no Rio descobrindo e adorando e quando acabou começou o Nick Cave que esta embaixo que peguei do L. e engraçado como por um lado é bom esse descobrir outras coisas do outro e não ser sempre eu e o que escuto e então mergulhar num outro mundo mas acho que quando mergulho esqueço do meu mundo ou não mergulho fundo o suficiente sei la ontem quando peguei o ônibus pra Taquara ja senti que ia ser uma viagem estranha desde o começo uma criança numa cadeira de rodas com problemas mentais o ônibus não andava Presidente Vargas parada lembrei da Panda porquê? ou foi antes enquanto andava até a praça xv e pensei que ela provavelmente sofreu, de fome? e foi tudo tão desesperador porque eu não tinha dinheiro e não consegui embora tenha ido ao veterinario feito exames e gasto uma grana enfim lembrei e chorei e depois chorei varias vezes mini choros por tristeza minha uma exaustão um homem grande que estava em pé às vezes me olhava rapidamente é meio estranho ver alguém chorar em publico bem eu sou mestra nisso durante a enorme viagem que demorou quase duas horas insuportavel e quente eu escutava a Amy que tocou duas vezes e na terceira rodada parei e lia também sobre Schopenhauer gostando da vida dele e da idéia de representação subjetiva e da vontade que ainda não falou muito depois uma mulher desmaiou o ônibus inteiro falava e estava cheio de pessoas em pé paramos na Upa entrou um enfermeiro deu uma examinada nela e depois a  levaram de maca e cheguei logo depois ja eram cinco e tal e na sala de espera tinham umas cinco pessoas e a televisão muito alta  dois homens assistiam atentamente folhei uma revista que estava em cima de moda e outra e começou malhação que é muito ruim eu estava de costas mas escutava e tinha uma revista do sheicho no ie que acho é uma religião e me fez bem porque sempre tem palavras bonitas e tranquilizadoras e dormi acordei pensando a minha vida é essa e é assim porque eu quis e então não tenho que ficar achando que não fui atendida rapidamente pelas malucas ana e marina sempre felizes e volta horrivel cheguei em casa pensando na musica que acho que é do John I'm so tired do album branco hoje consegui focar no que tinha que fazer mas ai fico séria séria

domingo, abril 01, 2012


vendo as fotos que tirei no ônibus fase ônibus no mesmo ônibus onde estupidamente perdi minha carteira e tento ver esse momento quando a carteira caiu deslizou ou ficou esquecida no banco mas essa imagem não vem porque ela não existiu não foi gravada na minha mente e achei que poderia estar no quarto também em algum lugar fico perplexa com essas situações que acontecem sem que tenhamos nenhum controle escapou aconteceu e deve ser um retrato do que tem acontecido o que tem acontecido ontem pensava que incrivel consegui estar tão feliz - em alguns momentos, ressalva  tão zen nas minhas férias nessa pausa e entrei num turbilhão de carências e impossibilidades e o Bergson diz que a possibilidade não existe e pra mim a possibilidade sempre existiu num canto qualquer então ai deve estar o erro