segunda-feira, agosto 27, 2007

a vida como ela é


Essa foi a estória mais engraçada que li no jornal hoje...dono de sebo, apaixonado por livros, é analfabeto e está sendo alfabetizado por moça cega! Se estivesse num filme ninguém ia acreditar!
"Recife - `A primeira vista, parece um sebo como outro qualquer, desses que movimentam esquinas, praças e calçadas da capital. Um meio de vida para João Joaquim da Silva, de 48 anos, trabalhador desde os 7 anos de idade e vendedor de livros há 34. A atividade lhe rendeu o sustento da casa, a construção de um pequeno imóvel para morar e ainda a educação do filho, que é militar. Até aí tudo bem, se não fosse um detalhe : o sebista é analfabeto. mas ama os livros. O fascínio diante de um objeto - de conteúdo para ele tão desconhecido - terminou comovendo Maria da Conceição Nunes, 53 anos, psicóloga, psicopedagoga e atualmente fazendo pós-graduação em educação especial. Bigode, como é mais conhecido, está aprendendo a ler com a professora. E aí entra mais um detalhe curioso na vida do pernambucano que não sabe, sequer, a cidade onde nasceu : Conceição é cega.
A deficiência não a impediu de se oferecer como voluntária, arranjar uma sala e um computador na Escola Cristiano Donato e acabar com a "cegueira" de Bigode, como ele mesmo define o fato de não conhecer nem mesmo as letras. Ele agora fecha mais cedo sua banca de livros no bairro da Encruilhada. Antes o fazia `as 18h; agora, `as 16h30m, cadernos sob o braço, toma um ônibus e se desloca pra sua classe de aluno único..."

sexta-feira, agosto 24, 2007




continuo pensando na minha viagem, viagem com aspas porque só fui ali Araruama mas quando começou quando o ônibus começou `a andar e passamos pela ponte e eu olhava da janela aquela janela grande de ónibus de viagem encostada na janela queria escrever tudo o que pensava o que passava na minha frente mas não tinha caneta então fiquei só pensando pensando e fotografando também algumas coisas e então passamos pelos armazéns pelos barcos pela vista do Rio do outro lado e depois casas casinhas favelizadas de tijolo de cimento aparente entulho lixo e mato e mais casas casinhas entulho e mato e depois pastos terrenos cuidados e grandes e bonitos com bois e vacas e eu pensando naqueles terrenos com plantaçoes lindas na Europa e aqui tudo caótico referências erradas e depois apareceram avestruzes! incrivel! uma criação perdida por aqui e casas ao longe solitárias singelas simplórias com poucas janelas e eu sem saber o que ia encontrar e o senhor ao meu lado parecia que dormia mas depois me contou que morava há dois anos lá e que antes morava em Realengo ...e me lembrei de quando eu e Roberta fomos morar com a D. Dulce e pra mim foi triste acho que pra Roberta não porque ela namorava o tempo todo mas eu ficava ali naquele apto de quarto e sala no bairro peixoto que hoje acho bonitinho mas naquela época era terra estranha pra mim que vivia dentro do meu mundo e que havia odiado ter de sair da Bulhões daquela casa que me bastava com a varanda a rede os dois andares a escada os cachorros o jardim o quintal o pingue-pongue a sala grande com suas portas de quadradinhos de vidro e também as janelas e os irmãos... e uma vez fui jogar água na privada não sei porque e tinha um pano no balde e foi direto pra dentro da privada e flupt, foi engolido e a D. Dulce me deu uma bronca horrível ela não tinha a menor paciéncia e a mamãe estava na Bahia curtindo sua adolscência tardia e eu devia ter 12 anos.

banheiro ao sol

vontade de fazer uma festinha no banheiro com os amigos...não tenho como passar essa sensação do sol batendo na pele, mas...

Bubu

verde verde verde verde verde



Os dias estão assim na garagem! um tapete de micro folhinhas micro verdinhos.

quinta-feira, agosto 23, 2007

em busca





Voltando sozinha sozinha só eu e o motorista no ônibus para o Rio aliás a viagem mais longa da estória-3 horas na volta depois de 1 hora e meia na ida! depois de uma "esticada" de espionagem até Iguabinha em busca da casa que eu nem sabia aonde era e eu andando por aquela rua com uma casa ali outra ali poucas pessoas passavam parecia que eu estava no faroeste o dia cinza terra mato e eu andando andando de repente apareceu uma casinhola um casebre - n. 518 com uma luz acesa do lado de fora e um cachorro pequeno e preto e simpático ao lado da porta. que depois veio falar comigo sorridente estava parada em frente `a casa olhando sem saber bati palmas e então surgiu do nada um carro estacionou ali, saiu um moço de poucas palavras e chamou o dono um nome agora esqueci era afonso angelo não sei perguntei `a ele se conhecia a pessoa que morava na casa ele disse que não mas parecia que ele conhecia sim. não sei se estava na casa errada, eu. parecia um filme. será que o moço que me deu a informação, no ônibus, e perguntou qual era o número, acho que ele ligou pro cara do carro ir lá ver uma moça que estava sondando a casa mas isso eu pensei depois, a estória do filme porque naquela hora como não apareceu não saiu ninguém de dentro da casa eu fui embora e andei de nôvo andei andei até chegar na lagoa aquela lagoa ou aquelas lagoas em que ficávamos quando criança mas acho que era em Sao Pedro D'Aldeia e que era bom crianças aquela água morninha e calma...e depois anos depois olhei praquilo tudo e achei muito brega. E agora voltando dentro desse ônibus fantasma, por outra estrada que não é a da ida. A ida. e agora pensando na casinha simples da D. Dulce e na D. Dulce -sem muita sofisticação, não sei muita coisa porque não havia nenhuma aproximação entre a gente pelo menos enquanto eu era criança talvez depois um pouco me lembro nas raras vezes em que íamos lá e ela fazia questão de que levássemos alguma coisa banana abria a geladeira maçã ou um pedaço de bolo, talvez. e roupas usadas.. engraçado acho que isso é coisa de antigamente? e ela se casou com o Milton -não conheci ou se conheci não lembro mesmo, só sei de algumas estórias mas acho que ele era o oposto dela provavelmente o papai se espelhou nele e depois a mamãe também simples se casa com o papai "sofisticado" ou querendo ser alguma outra coisa...o ônibus anda muito mais rápido na volta, não consigo fotografar só saem litras listras do passar estamos em saquarema, essas cidades são todas meio feiinhas e de casas que são caixotes. a ida. na ida veio rodoviária, algumas sensações de quando criança e eu não achava ela a rodoviária tão feia então; as dunas em Arraial, na Paia Grande, o acampamento, depois a casa de uma amiga da Ursula? quantos anos eu tinha então então então papai em alguma dessas vezes ou mais vezes? e eu gostava desse nome São Pedro DAldeia, gostava da idéia de aldeia ficava mais poético e pequeno e circular e também gostava de Pedro

sábado, agosto 18, 2007

sobre pintar e nao pintar


Não sei porque mas estou cada vez mais básica!...sobre pintar e não pintar...sei lá, não me sinto muito pintora atualmente ou não tenho mais tanta certeza esses meses...nesses meses. acho que porque, quando vi, estava numa série mi-ni-ma-lis-ta e então olho outros trabalhos de outras pessoas com pinceladas e técnicas e adoro e acho muito bom e é tão diferente do meu! me sinto mais próxima de uma essência que é quase nada, mais o nada, quase. e na verdade ainda quero simplificar mais. mas também acho lindo e adoro trabalhos como o do Borremans, do Luc Tuymans ou mudando completamente, da Ana, da Ni... massas, desenho, tinta.ver.

domingo, agosto 12, 2007

Persona



Relatório Bergman : Persona sexta `a noite, poucas pessoas no estação. Um começo maluco, com cenas desconexas, pensei erraram de filme, mas como a cópia estava em mau-estado (!) só podia ser o Bergman mesmo, uma música moderna, depois veio o letreiro Persona e continuou a montagem rápida...uau! Esse era bem diferente dos que eu havia visto durante a semana. Um monólogo. ou um diálogo entre duas mulheres, sendo que uma ( Liv) nada fala? Mudanca de personalidades. A luz que vai escurecendo bem aos pouquinhos no rosto da Liv Ullmann. A cena com as duas em que Bibi descobre o "segredo" e é filmada duas vezes : a primeira com a câmera no rosto da Liv ( e suas expressões!) enquanto a Bibi fala; a segunda com a câmera no rosto da Bibi e tudo é repetido. maravilhoso! os rostos acabam se juntando... Será que o filme ganhou algum prêmio? é de 66, leio depois. estou viciada, agora quero ver mais.
hoje está aquele dia suspenso no ar: sol, poeira, tem dia dos pais (bleargh!) e deveria ir cumprir minhas (minhas?) obrigações sociais...ou ficar em casa estudando - quase esqueci que me matriculei no vestibular da uerj, e aliás acho tão longínqua essa idéia...aliás não sei que idéia não é longínqua, longínqua que palavra estranha longe longilínea distante. longínqua. tento me encaixar em projetos mas não consigo realmente me ver em nenhum deles e também quero me ver neles. contradição. as coisas são e não são. escutando pat metheny as falls wichita so falls.será que dá pra colocar música no blog?
beijos tchau.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Ontem foi meu terceiro Bergman em uma semana! Segunda foi Da Vida das Marionetes, quarta Cenas de um Casamento, com a Liv Ullmann, que fez "parte" da minha adolescência, e ontem O Sétimo Selo, preto e branco lindo, uma trupe de pessoas pensando sobre a vida, a morte, Deus...e a Morte andando atrás delas! Estranho isso porque nunca pensei sobre a morte e tenho (ou tinha?) resistência `a isso, como se fosse mórbido... Ih, tá parecendo filosofia barata, é melhor só o Bergman falar sobre isso!
Saí andando pelo flamengo, depois praia de botafogo, e fui andando até o humaitá, imersa em meus pensamentos e umbigos e olhando as pessoas e pensando...lá fora um trânsito cão. prefiro ir andando `a ficar presa dentro de um ónibos, com aquele barulho insuportável do motor que acelera e freia e pára e acelera de nóvo e desvia...depois 157, lagoa rápida , tirei da bolsa o livro da Liv Ullmann que resuscitei (tenho há 20 anos! tem uma dedicatória do Mauro, sem data, mas deve ser de 80 ou 81) e é uma delícia, recordaçoes, retratos um pouco melancólicos, interiores...Mutações. De certa forma acho que sou eu mesma ali, quando leio e interiorizo esse personagem que em algum momento da minha vida se misturou com o meu personagem... era engracado como adorávamos tudo isso! Bibi Anderson, Ingrid Thulin, Liv Ullmann...eu, mauro, ursula, mamãe talvez? tudo tão intelectual e pensado e um pouco duro também e denso e difícil e agora não quero mais parar de ver! Hoje vou tentar ver Persona.
subi ipanema, suco de melancia, parei prá ver a loja da Bel que realmente está muito linda.
prazeres.

segunda-feira, agosto 06, 2007


Foi bom voltar pela ponte entardecendo tudo cinza levemente viloeta um toque de azul escuro ali e aqui...queria filmar fiquei filmando internamente fui fotografar a máquina estava sem bateria! os volumes os depósitos do porto fachadas da marinha o mar espesso navios a cor entardecendo na verdade anoitecendo porque estava naquele intervalo que não é noite nem dia, ando gostando dos cinzas. depois irritação com kombi velha e motorista chato dando em cima de mim e eu me esquivando toda hora, cheguei em casa, pizza de frigideira rápida maravilhosa - abobrinha e champignos e cebola e molho de tomates -e fui correndo ver o Bergman "tout seul" no Paissandú. Foi tão bom, aqueles planos longos as análises o tempo inteiro e tudo sendo dito e pensado e também muita neurose e"encucação", e tão diferente do que se vê hoje e tão genial por isso, anos 60 ou 70? vou procurar saber, esse filme eu não havia visto, Da Vida das Marionetes, o título é ótimo e fiquei pensando se tinha `a ver com aquele livrinho de mesmo nome de um autor que esqueci o nome, do séc xix que se matou e que depois foi lido, resgatado por Kafka e... mas só depois. e a fotografia do Sven Nykvist, outro nome maravilhoso. Sven Nykvist. se fala com a língua na ponta dos pés, se a língua tivesse pés..
Carlota está no meu colo, enrolada, carente. procuro uma rádio na Internet., está tocando Haydn, não era bem isso que eu buscava, não sei bem o que buscava, mas até que está legal, é bem mozartiano.
e como fico tanto em casa e quando saio e vejo pessoas e carros e agitação e papos vazios me canso e quero me refugiar de nôvo no meu casulo. estou ficando louca!