quinta-feira, dezembro 27, 2007

Rembrandt ... Caravaggio....


... ardendo de febre e os gatos lindinhos foram me fazer companhia! uma luz meio dramática .
Hoje foi um dia meio metamorfose, o que é bem óbvio de dizer...Quando fui ao banheiro me dei conta de que estou uma baleia e nada nadica da que eu mesma pensava que era quando me olhava antes no espelho não sei quem está me enganando eu ou o espelho o que dá no mesmo enfim. Hoje me vi, simplesmente. ou finalmente, sei lá. Não sei porque não aconteceu antes... não me reconheço, fico na dúvida de quem sou eu, se a pseudo magra ou a gordinha ? Uma bola na minha barriga e o pior, fome fome, fome. Devo estar com vermes famintos. Tenho que descobrir. Fico um pouco chateada com isso, talvez por isso tenha ido dar uma andada, que foi ótimo, foi a versão curta-metragem do que espero que seja o fim de semana, natureza, sol, céu, natureza, eu. `As vezes é tão difícil estar com os outros - ou chato. Será que todos sentem isso ? Mal estar ou falta de contato. Deve ser normal, só isso. Comi uma manga competamente maravilhosa e não queria que acabasse nunca. Agora estou enlouquecidamente escutando Abbey Road, e realmente é de enlouquecer. Outro dia queria ter escutado com "todos" mas não rolou. Aliás não rolou nada...
Os móveis da sala estão desencaixados e fora de lugar, fora de prumo de rumo de. agradável. o que faz uma coisa ser agradável ou nao ? são os sentidos que determinam ? bem, tenho que lidar com essa" bolinha" por enquanto

sábado, dezembro 15, 2007







Ouvindo selecionando músicas do Album Branco para colocar no ipod...as lembranças casa da Bulhões, o álbum Branco de quem era? Do papai ? não consigo imaginar muito bem ele escutando, se bem que o Bloody Sweat and Tears era do papai e também o Chicago...e tinha também o Revolver, e nós, pequenos, Pedro de shorts marrons -deve ser de alguma foto essa lembrança, lembrança fabricada ? -aliás todos usávamos shortinhos e aquelas camisas meio indianas, e escutando Chicago e Beatles e Simon e Garfunkel e o Bloody que eu queria achar de nôvo. Parênteses: Miranda chega perto e se estende lânguidamente em pose meio esfinge. Fecha parênteses. A sala tinha várias janelas que acompanhavam o lado de fora, quando a gente passava lá também indo para o quintal, era clara, o sofá e as poltronas - aonde foram parar? que eram estofados de xadrez verde, me lembro do estofador indo lá em casa com as amostras de pano. E as portas de quadradinhos de vidro que fechavam a sala por dentro.E papai ouvindo jazz bem alto lá dentro na quele gravador grande de rolo. Década de 70. Sexy Sadie. Julia que a Roberta adorava. Julia Julia morning moon touch me so i sing a song of love. Why dont we do it in the road, que eu imaginava outras coisas...agora toca uma gaita escocesa em don't pass me by.

domingo, novembro 25, 2007

Acordei pensando na palavra "falá-la" - será isso mesmo?
Consultar alguém.
Tirei a foto.
Coloquei essa foto aí embaixo mas começo a achar que foto "ilustrando" os textos fica meio cafona!
Hoje enquanto lia o José Castello falando de Borges e dos Seres Imaginários dele - Borges - e do Kafka e de outros, um texto saboroso aliás, aliás aliás falei várias vezes essa palavra hoje e até brinquei de falá-la aliás falá-la é estranho será isso mesmo? fala-la ao contrário - saila. e pensei nos meus livros que comprei ontem e como foi bom há tanto tempo que não comprava livros livros novos andava comprando em sebos que também é bom mas é outra coisa no sebo são descobertas, achados e na livraria são os livros que li sobre e recêm lançados...e então comprei um nôvo do Pamuk que nem tinha pensado em comprar mas que na verdade é o primeiro livro dele e gostei do pouquinho que li e da orelha e de qualquer forma ele não precisa me convencer porque já adoro ele, e um outro do Mia Couto -após folhear folhear era essa palavra que pensei antes quando me veio um texto na cabeça e que já esqueci mas era folhear pensando nessa associação entre livros e folhas de árvores folhas livros feitos de folhas amareladas e ocres e secas quando eu estava folheando 3 ou 4 livros dele pensando qual que o Fernando mais gostaria é difícil porque eu talvez gostasse de todos mas estava tentando ser ele naquele momento e também estava absorta e aquele menino me viu do outro lado do vidro e sorriu e foi ótimo só isso esse reencontro que não foi mas que as possibilidades ficaram no ar, não não estou explicando nada bem. enfim, depois pensei com prazer nessa troca de olhares e sorrisos e no desenvolvimento que poderia ter acontecido ? e na verdade é (tão) bom imaginar acho que é melhor do que se algo realmente tivesse acontecido. Imaginar. e também comprei o Robert Fisk, nem folheei aliás mas desde que o vi naquele programa gostei muito dele e suas opiniões decididas mas ainda não o abri. Comecei na verdade pelo mais bobinho que é o Viagem de Theo que estou achando uma pequena delícia é para adolescentes talvez mas é gostosinho de ler e como não sei nada sobre religiões nenhuma então me interesso por essa estória da busca pela essência pelas essências e explicações sobre o começo de tudo. O André disse que jamais leria esse livro, porquê? mas me deu tanto prazer carregar meus livrinhos pra casa fui lendo o Theo no ónibus e louca para chegar em casa e me dedicar `a horas de descoberta mas não foi isso que aconteceu porque ligaram e então sai com eles porque também é bom mas...na verdade saio com uma idéia na cabeça do que pode acontecer e de como pode ser bom, mas são idéias pré-concebidas e que não tem a ver com o que as pessoas são e etc etc etc e então não foi nada do que imaginei não que tenha sido ruim foi até engraçado encontros e desencontros mas como eu havia abandonado meus recém-adquiridos "amigos" pelo encontro com eles de certa forma tinha que haver uma compensação. ok, nada de tão trágico. a falta de liberdade de sempre...
Fernando vê um filme na TVE década de 70/começo de 80, a trilha é típica, sax, teclados, como é ruim tudo! ou engraçado.
mas também vimos um griot falando e foi interessante e vivo e um filme sobre um astrônomo polonês muito legal e azul. hoje conversamos sobre isso nas paineiras (que estava mágica e se abrindo e com sol) sobre as expectativas com o estar com os outros e sobre a minha expectativa de que sempre seja um "encontro" senão sinto que estou perdendo um tempo em que poderia estar comigo mesma. e pronto.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Mrs Dalloway

outro dia estava pensando em livros maravilhosos que li ... Tia Julia e o escrevinhador, Os filhos da meia-noite, o conto A Auto-estrada do Sul - do Cortázar, Minhas Noites são Melhores do que meus dias, Fup, Misto quente, Berlim? que o Franklin me deu, A Tempestade ...
me acho uma pessoa meio vaga. cheia de idéias que voam e então gosto quando tem pessoas pé-no-chão, como a Clara, que é completamente objetiva. é como se minha cabeça não estivesse muito aqui...engraçado o outro dia quando fui para Friburgo, 2 horas e meia ou mais escuando música e músicas no Ipod e a janela e viagem a viagem. não havia ninguém sentado do meu lado, incrível, porque é tão bom a estrada ? devaneios devaneios sempre indo mas carregando milhões de pensamentos e lembranças e lendo o diário da Piauí...'sintoma interessante: o diário é o último refúgio do ego que nos resta, e faz meses que não anoto nada no meu," do diário de Kenneth Tynan - Leve, Alegre e Triste, Fernando tapa os olhos e está gripado de nôvo, coitado.. outro dia, acho que foi na viagem, me deu uma leve tristeza. zs. mas também foi bom escapar para um outro espaço. e depois foi meio ansioso. Equador. Comecei a ler a Odisseia ... não é fácil. preciso de mais livros e mais sempre. acho que tem um livro meu com a Patricia - A Trégua ?
Também pensei nas casas em que morei e fiquei com vontade de "colecioná-las" : fotos. Estou fazendo um almoxarifado de mim mesma.
eu mim nunca sei.

domingo, outubro 21, 2007


Ontem depois que minha irmã me ligou de Mauá pensei em escrever mil coisas mas não escrevi e agora não sei o quê. que mil coisas eram essas. eu gostei há tempos não nos falávamos e ela tem umas maluquices parecidas com as minhas. Fomos muito influenciadas pela Shangri-lá que foi nossa infância e a mamãe e a nossa casa, e até hoje! temos dificuldades em lidar com esse mundo o mundo que não é nada disso que ela falava. a impressão é que as pessoas sempre seriam justas e diferentes e questionadoras das repressões burocracias e "estupidezes" diárias e etc etc etc e não é bem isso... hahaha. tudo isso era tão anos 70. tenho que esquecer e superar isso. Estou tentando, juro, mas no fundo não tenho certeza se vou conseguir me livrar disso algum dia. e ontem `a noite acabei falando um monte de "verdades" pro Fernando e foi muito chato porque hoje ele passou o dia triste jururu e monossilábico, e eu me sentindo mal mal mal. e no fundo o que eu quero??? não quero me refugiar na cama de nóvo, que é o ideal talvez! preciso de férias precisamos.

sábado, outubro 20, 2007

Durmo durmo durmo

Durmo durmo durmo não sei pra quê e porquê. Não estou com um sono terrível, é só para ficar ali, naquele mundo outro, suspensa numa estória meio nebulosa - no bom sentido. Acordar pra quê? me pergunto, como se não houvesse o que fazer. Talvez não haja sentido em fazer, ou vontade porque não há sentido. O sentido vem,`as vezes, misteriosamente. Mas só `as vezes. Depois resolvo levantar: já é meio-dia - meio-dia! metade do dia já passou. Tenho prazer comendo - meio mamão, depois a outra metade porque achei que não ia gostar de comê-lo, mas na verdade é muito bom fruta leve que é diferente da sensação de comida mesmo, Não sei descrever isso; sensação de terra, talvez. leite de soja sabor-banana com farinha de semente de linhaça dourada -uau, ficou com um nome muito comprido e sofisticado! e pra termnar, café e dois mini-pãezinhos,,,,porque na verdade não deveria ter nenhum pãozinho! A barriga enorme. Leio o jornal, mastigando as palavras e idéias, e parece que isso me preenche e me estimula, como se eu fosse todas aquelas pessoas que estão fazendo coisas lá; como se eu fosse todas as possibilidades. Possibilidades, só isso que me tornei. mas sem ação. Leio o Idéías que não é o Idéias e sim o do Globo que tem um nome sem graça- revolução de outubro, construtivistas, arte figurativa, o romance em si, um livro de um cara que andou pelas Europas -colonizado vs metrópole algo assim, o Cuenca que só leio no megazine `as vezes mas que tenho simpatia apesar dele ser de outra geração. digitar, letras, os acentos. erros toda hora, porque penso mais rápido do que escrevo, e as letras saem fora de ordem. tenho que tomar um banho porque ontem não tomei e meu cabelo reclama : está pesado, lembrando sua existência suja. ontem foi um dia nada, dia em que fugi de qualquer coisa e de mim-mesma? e no fundo acho que não foi bom - ou foi? Como saber? me culpo e me cobro e não saio do lugar. neurose pura. só que a vida anda morna e chata. acho que escrevo isso há anos.
Fiquei lendo e `as vezes só mordiscando folheando o Gênios do Harold Bloom - ele é muito pernóstico e um pouco chato; se repete, fala de Shakespeare o tempo todo -principalmente de Hamlet, peça que não li. Fica sempre comparando, acho que as pessoas "cultas" pensam assim em comparações Shakespeare `a Dante `a Cervantes e etc- mas tem alguns tópicos tópicos, talvez essa linguagem seja médica algumas coisas legais - coisas, essa palavra é maravilhosa e serve para tudo e não significa nada também - é bem humanista e clássico no sentido de valorizar obras que falam de algo mais -enfim, li pedacinhos sobre Emily Dickinson - dei um livro de poemas dela para o Dudu - acho que ele nunca entendeu, será que por isso anos depois ele me deu o cd do Lenny Kravitz ou algo assim, logo pra mim que não escuto rock e eu também não entendi (achei que ele, Dudu, fosse meio misterioso e inglês e romantico - o que achei que a Emily Dickinson fosse- depois descobri que ela é americana!)), Virginia woolf que adoro, irmãs Bronte- falou muito bem do Morro dos Ventos Uivantes Luiz Costa Lima também falava mas tentei ler e não bateu, tentar de nóvo, Cervantes - tenho que ler, e não lembro mais. e vi televisão. e pensei sobre não ter trabalho não ter profissão e as outras pessoas que têm e sobre o Fernando e sua imagem de "desnutrido" que me irritou muito e sobre vontade de morar sozinha, que anda piscando. e sobre a nossa falta de assunto. e porque nunca falei abertamente aos outros que eu queria trabalhar? talvez porque falasse secretamente e não houvesse resposta, mas talvez as pessoas não entendam pedidos secretos. e fico com raiva de todos e de mim por isso. êta cabeça complicada! bem, agora vai ter o comercial. é isso que está aí, talvez como isso não signifique nenhuma continuidade, eu não fique muuuiiito animada, mas as coisas estão...estão? se encaminhando.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Todos os fogos o fogo

Li o Julio Cortazar pro Fernando...foi bom ler de nóvo acho que ele não gostou estava com febre acho que não era a leitura apropriada! A Auto-estrada do Sul é outro ritmo quando se lê em voz alta, bem o Hélio já havia falado que os antigos - gregos e outros - liam em voz alta, não existia a leitura solitária como hoje em dia, mas eles liam em voz alta para re-criar o que liam, para corporificar... a estória anda em voltas, se repete, o tempo se estica, alarga e também rola uma ansiedade, todos os contos que eu li eram assim, circunavegações em torno de uma estória que é a mesma sempre a mesma estória. uma busca que não chega nunca. é muito legal quando no final as pessoas são chamadas pelo nome dos carros, a Dauphine o 404 o Simca o Taunus e quando de repente tudo se desfaz o engarrafamento de repente e ele ansioso pensando nos dois em Paris ele o engenheiro do 404 e a moça do Dauphine mas quando o engarrafamento acaba eles vão se distanciando pouco a pouco ele ainda acha que terão as reuniões e etc etc e é tão romântico afinal
a vida se transformou em conversar o dia inteiro com os gatos?

segunda-feira, outubro 01, 2007

Guardar


Essa foto linda, do Fernando, estava num projeto de instalação só com gavetas, milhares de gavetas...

domingo, setembro 30, 2007

ontem


Esses dias ontem estava tudo tão bem arrumei a casa tranquila sem me importar até curtindo arrumar e ver a transformação de sujo em limpo de bagunçado para um pouco mais lógico acho que dá a sensação de que se está cuidando da "coisa", a coisa é a casa sou eu. e depois a reunião foi simpática acho que falei demais pelo menos alguém disse isso talvez seja isso mesmo tinha que ficar mais "na minha"?...sei lá, mas quando a reunião é na nossa casa é difícil perceber o tamanho o limite da coisa...mas no final estava com uma sensação tão tão boa leve e criativa uma amiga resolveu conversar dos problemas dela até meia-noite- até acabar a cerveja! falando falando e tudo é muito complicado pra ela ou `as vezes acho que ela fala uma língua e eu outra não consigo ter uma identificação com a forma de pensar acho que sou mais simplezinha mesmo e não acho as coisas tão complicadas assim e depois o que me irritou mais ainda foi que o Fernando foi incapaz de ser solidário com a minha chateação aliás como sempre! e isso tudo me chateou e a sensação boa sumiu! sumiu.
primeiro comentei no carro e nenhum comentário, nenhuma resposta. depois ele concorda mas acha que também não foi tãããooo assim - mas ele só ficou uns 20 minutos e depois saiu e não voltou mais! chegou em casa e foi direto ligar a televisão! enquanto eu fui fazer o macarrão e molho e queria continuar conversando depois desisti e fui pra cama e dormi mal o tempo todo e não queria sair da cama nunca mais.
auto-referência demais!
ou solidão, talvez. ou será que eu sou uma egoísta e não consigo ser solidária?
pelo menos mudei alguns quadros de lugar e ficou muito melhor, consegui melhorar um pouco o ateliê - o que em si já é uma façanha, apesar de que foi mais uma coisa de esconder a sujeira debaixo do tapete, mas também foi legal porque me deu vontade de voltar `a trabalhar em alguma tela estilo da moça caminhando - depois dos estímulos, é claro... tenho que passar a tela e preparar primeiro.
hoje fiquei menstruada, talvez por isso essa leve dor-de-cabeça..
porque as coisas não são mais simples? não quero que volte todo o desânimo e a vontade de não-fazer. na verdade a sensação de que "tudo está perdido" tinha sumido, que bom, mas agora periga dela voltar e quando ela volta...

terça-feira, setembro 18, 2007

Gabinete de Curiosidades

Estava procurando alguma coisa sobre Gabinete de Curiosidades, e achei essa biografia tão absurdamente trágica que é maravilhosa!
Georg Rumphius (1627 – 1702) Mais conhecido pela autoria da obra Herbarium Amboinensis, um catálogo de plantas da ilha de Amboina.
...Depois de ficar cego, em 1670, Rumphius continuou o trabalho no seu manuscrito de seis volumes, com ajuda de outros. A sua mulher e filhos pereceram num terremoto, pouco depois. Em 1687, quando o seu projeto estava próximo de ser acabado, as ilustrações perderam-se num incêndio. Com perseverança, Rumphius e os seus ajudantes completaram o livro em 1690, mas o navio que carregava o manuscrito para a Europa foi atacado pelos franceses e afundou, forçando o recomeço da obra a partir de uma cópia que havia sido preservada. Finalmente a obra chega à Holanda em 1696. No entanto, a Companhia das Índias decidiu que continha demasiadas informações sensíveis e o manuscrito acabou por não ser publicado nessa época. Publicado finalmente em 1741, 39 anos após a morte de Rumphius.

sábado, setembro 15, 2007

Floresta mágica ou As Erínias ( Fúrias)

Minha barriga está enorme. Fiquei horas me atrapalhando no computador, nada abria, nada fechava, tudo por culpa de uma atualização de software que aceitei. Continua lento tudo e não consigo escutar música, que era a idéia principal. A idéia principal na verdade é que não tenho me sentido muito bem. Já li isso em algum lugar... também não quero ficar com pena de mim, quando vejo que isso está acontecendo... Ah, a música apareceu, que bom. Piano. Sense and Sensibility, Patrick Doyle. Agora entrou um clarinete. Floretas, musgos, o filme de ontem, Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão, a peça que li, foi gostoso ver os elementos que o Woody Allen pegou, uma espécie de homenagem, tem os espíritos, o Woody Allen voando, Ariel...os desejos soltos na floresta mágica... é tentador, vontade de entrar nessa floresta também e ser Ariel !! - ou ter Puck de ajudante...ou ser Próspero que bola tudo e tem a ajuda dele. Talvez porque eu eu eu esteja vivendo uns dias meio nada, vivendo dias sem sentido. fora da floresta. por mim mesma, sei disso, ninguém me obrigou `a isso. E poderia, poderia? não estar assim. não quero, mas parece que depois que se entra não se consegue mais sair como se eu estivesse dentro de um barril e só visse as paredes desse barril que aliás sou eu mesma é bom quando percebo as maluquices que minha cabeça faz comigo e então me dá um alívio mas ao mesmo tempo fico abismada com essas maluquices mesmas terem acontecido. tipo a timidez neurótica na aula do Hélio. ou a saia que rasgou no bazar e não tive coragem de falar. rolos que invento para mim. isso tudo acontece quando fico muito fora, além, fora de mim.
voltar `a gostar das coisas... a contradição é a frase do filme do Ozu, "...a vida meio decepcionante". ver a frase certa.
quando é para estar (ou não) numa situação.

segunda-feira, agosto 27, 2007

a vida como ela é


Essa foi a estória mais engraçada que li no jornal hoje...dono de sebo, apaixonado por livros, é analfabeto e está sendo alfabetizado por moça cega! Se estivesse num filme ninguém ia acreditar!
"Recife - `A primeira vista, parece um sebo como outro qualquer, desses que movimentam esquinas, praças e calçadas da capital. Um meio de vida para João Joaquim da Silva, de 48 anos, trabalhador desde os 7 anos de idade e vendedor de livros há 34. A atividade lhe rendeu o sustento da casa, a construção de um pequeno imóvel para morar e ainda a educação do filho, que é militar. Até aí tudo bem, se não fosse um detalhe : o sebista é analfabeto. mas ama os livros. O fascínio diante de um objeto - de conteúdo para ele tão desconhecido - terminou comovendo Maria da Conceição Nunes, 53 anos, psicóloga, psicopedagoga e atualmente fazendo pós-graduação em educação especial. Bigode, como é mais conhecido, está aprendendo a ler com a professora. E aí entra mais um detalhe curioso na vida do pernambucano que não sabe, sequer, a cidade onde nasceu : Conceição é cega.
A deficiência não a impediu de se oferecer como voluntária, arranjar uma sala e um computador na Escola Cristiano Donato e acabar com a "cegueira" de Bigode, como ele mesmo define o fato de não conhecer nem mesmo as letras. Ele agora fecha mais cedo sua banca de livros no bairro da Encruilhada. Antes o fazia `as 18h; agora, `as 16h30m, cadernos sob o braço, toma um ônibus e se desloca pra sua classe de aluno único..."

sexta-feira, agosto 24, 2007




continuo pensando na minha viagem, viagem com aspas porque só fui ali Araruama mas quando começou quando o ônibus começou `a andar e passamos pela ponte e eu olhava da janela aquela janela grande de ónibus de viagem encostada na janela queria escrever tudo o que pensava o que passava na minha frente mas não tinha caneta então fiquei só pensando pensando e fotografando também algumas coisas e então passamos pelos armazéns pelos barcos pela vista do Rio do outro lado e depois casas casinhas favelizadas de tijolo de cimento aparente entulho lixo e mato e mais casas casinhas entulho e mato e depois pastos terrenos cuidados e grandes e bonitos com bois e vacas e eu pensando naqueles terrenos com plantaçoes lindas na Europa e aqui tudo caótico referências erradas e depois apareceram avestruzes! incrivel! uma criação perdida por aqui e casas ao longe solitárias singelas simplórias com poucas janelas e eu sem saber o que ia encontrar e o senhor ao meu lado parecia que dormia mas depois me contou que morava há dois anos lá e que antes morava em Realengo ...e me lembrei de quando eu e Roberta fomos morar com a D. Dulce e pra mim foi triste acho que pra Roberta não porque ela namorava o tempo todo mas eu ficava ali naquele apto de quarto e sala no bairro peixoto que hoje acho bonitinho mas naquela época era terra estranha pra mim que vivia dentro do meu mundo e que havia odiado ter de sair da Bulhões daquela casa que me bastava com a varanda a rede os dois andares a escada os cachorros o jardim o quintal o pingue-pongue a sala grande com suas portas de quadradinhos de vidro e também as janelas e os irmãos... e uma vez fui jogar água na privada não sei porque e tinha um pano no balde e foi direto pra dentro da privada e flupt, foi engolido e a D. Dulce me deu uma bronca horrível ela não tinha a menor paciéncia e a mamãe estava na Bahia curtindo sua adolscência tardia e eu devia ter 12 anos.

banheiro ao sol

vontade de fazer uma festinha no banheiro com os amigos...não tenho como passar essa sensação do sol batendo na pele, mas...

Bubu

verde verde verde verde verde



Os dias estão assim na garagem! um tapete de micro folhinhas micro verdinhos.

quinta-feira, agosto 23, 2007

em busca





Voltando sozinha sozinha só eu e o motorista no ônibus para o Rio aliás a viagem mais longa da estória-3 horas na volta depois de 1 hora e meia na ida! depois de uma "esticada" de espionagem até Iguabinha em busca da casa que eu nem sabia aonde era e eu andando por aquela rua com uma casa ali outra ali poucas pessoas passavam parecia que eu estava no faroeste o dia cinza terra mato e eu andando andando de repente apareceu uma casinhola um casebre - n. 518 com uma luz acesa do lado de fora e um cachorro pequeno e preto e simpático ao lado da porta. que depois veio falar comigo sorridente estava parada em frente `a casa olhando sem saber bati palmas e então surgiu do nada um carro estacionou ali, saiu um moço de poucas palavras e chamou o dono um nome agora esqueci era afonso angelo não sei perguntei `a ele se conhecia a pessoa que morava na casa ele disse que não mas parecia que ele conhecia sim. não sei se estava na casa errada, eu. parecia um filme. será que o moço que me deu a informação, no ônibus, e perguntou qual era o número, acho que ele ligou pro cara do carro ir lá ver uma moça que estava sondando a casa mas isso eu pensei depois, a estória do filme porque naquela hora como não apareceu não saiu ninguém de dentro da casa eu fui embora e andei de nôvo andei andei até chegar na lagoa aquela lagoa ou aquelas lagoas em que ficávamos quando criança mas acho que era em Sao Pedro D'Aldeia e que era bom crianças aquela água morninha e calma...e depois anos depois olhei praquilo tudo e achei muito brega. E agora voltando dentro desse ônibus fantasma, por outra estrada que não é a da ida. A ida. e agora pensando na casinha simples da D. Dulce e na D. Dulce -sem muita sofisticação, não sei muita coisa porque não havia nenhuma aproximação entre a gente pelo menos enquanto eu era criança talvez depois um pouco me lembro nas raras vezes em que íamos lá e ela fazia questão de que levássemos alguma coisa banana abria a geladeira maçã ou um pedaço de bolo, talvez. e roupas usadas.. engraçado acho que isso é coisa de antigamente? e ela se casou com o Milton -não conheci ou se conheci não lembro mesmo, só sei de algumas estórias mas acho que ele era o oposto dela provavelmente o papai se espelhou nele e depois a mamãe também simples se casa com o papai "sofisticado" ou querendo ser alguma outra coisa...o ônibus anda muito mais rápido na volta, não consigo fotografar só saem litras listras do passar estamos em saquarema, essas cidades são todas meio feiinhas e de casas que são caixotes. a ida. na ida veio rodoviária, algumas sensações de quando criança e eu não achava ela a rodoviária tão feia então; as dunas em Arraial, na Paia Grande, o acampamento, depois a casa de uma amiga da Ursula? quantos anos eu tinha então então então papai em alguma dessas vezes ou mais vezes? e eu gostava desse nome São Pedro DAldeia, gostava da idéia de aldeia ficava mais poético e pequeno e circular e também gostava de Pedro

sábado, agosto 18, 2007

sobre pintar e nao pintar


Não sei porque mas estou cada vez mais básica!...sobre pintar e não pintar...sei lá, não me sinto muito pintora atualmente ou não tenho mais tanta certeza esses meses...nesses meses. acho que porque, quando vi, estava numa série mi-ni-ma-lis-ta e então olho outros trabalhos de outras pessoas com pinceladas e técnicas e adoro e acho muito bom e é tão diferente do meu! me sinto mais próxima de uma essência que é quase nada, mais o nada, quase. e na verdade ainda quero simplificar mais. mas também acho lindo e adoro trabalhos como o do Borremans, do Luc Tuymans ou mudando completamente, da Ana, da Ni... massas, desenho, tinta.ver.

domingo, agosto 12, 2007

Persona



Relatório Bergman : Persona sexta `a noite, poucas pessoas no estação. Um começo maluco, com cenas desconexas, pensei erraram de filme, mas como a cópia estava em mau-estado (!) só podia ser o Bergman mesmo, uma música moderna, depois veio o letreiro Persona e continuou a montagem rápida...uau! Esse era bem diferente dos que eu havia visto durante a semana. Um monólogo. ou um diálogo entre duas mulheres, sendo que uma ( Liv) nada fala? Mudanca de personalidades. A luz que vai escurecendo bem aos pouquinhos no rosto da Liv Ullmann. A cena com as duas em que Bibi descobre o "segredo" e é filmada duas vezes : a primeira com a câmera no rosto da Liv ( e suas expressões!) enquanto a Bibi fala; a segunda com a câmera no rosto da Bibi e tudo é repetido. maravilhoso! os rostos acabam se juntando... Será que o filme ganhou algum prêmio? é de 66, leio depois. estou viciada, agora quero ver mais.
hoje está aquele dia suspenso no ar: sol, poeira, tem dia dos pais (bleargh!) e deveria ir cumprir minhas (minhas?) obrigações sociais...ou ficar em casa estudando - quase esqueci que me matriculei no vestibular da uerj, e aliás acho tão longínqua essa idéia...aliás não sei que idéia não é longínqua, longínqua que palavra estranha longe longilínea distante. longínqua. tento me encaixar em projetos mas não consigo realmente me ver em nenhum deles e também quero me ver neles. contradição. as coisas são e não são. escutando pat metheny as falls wichita so falls.será que dá pra colocar música no blog?
beijos tchau.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Ontem foi meu terceiro Bergman em uma semana! Segunda foi Da Vida das Marionetes, quarta Cenas de um Casamento, com a Liv Ullmann, que fez "parte" da minha adolescência, e ontem O Sétimo Selo, preto e branco lindo, uma trupe de pessoas pensando sobre a vida, a morte, Deus...e a Morte andando atrás delas! Estranho isso porque nunca pensei sobre a morte e tenho (ou tinha?) resistência `a isso, como se fosse mórbido... Ih, tá parecendo filosofia barata, é melhor só o Bergman falar sobre isso!
Saí andando pelo flamengo, depois praia de botafogo, e fui andando até o humaitá, imersa em meus pensamentos e umbigos e olhando as pessoas e pensando...lá fora um trânsito cão. prefiro ir andando `a ficar presa dentro de um ónibos, com aquele barulho insuportável do motor que acelera e freia e pára e acelera de nóvo e desvia...depois 157, lagoa rápida , tirei da bolsa o livro da Liv Ullmann que resuscitei (tenho há 20 anos! tem uma dedicatória do Mauro, sem data, mas deve ser de 80 ou 81) e é uma delícia, recordaçoes, retratos um pouco melancólicos, interiores...Mutações. De certa forma acho que sou eu mesma ali, quando leio e interiorizo esse personagem que em algum momento da minha vida se misturou com o meu personagem... era engracado como adorávamos tudo isso! Bibi Anderson, Ingrid Thulin, Liv Ullmann...eu, mauro, ursula, mamãe talvez? tudo tão intelectual e pensado e um pouco duro também e denso e difícil e agora não quero mais parar de ver! Hoje vou tentar ver Persona.
subi ipanema, suco de melancia, parei prá ver a loja da Bel que realmente está muito linda.
prazeres.

segunda-feira, agosto 06, 2007


Foi bom voltar pela ponte entardecendo tudo cinza levemente viloeta um toque de azul escuro ali e aqui...queria filmar fiquei filmando internamente fui fotografar a máquina estava sem bateria! os volumes os depósitos do porto fachadas da marinha o mar espesso navios a cor entardecendo na verdade anoitecendo porque estava naquele intervalo que não é noite nem dia, ando gostando dos cinzas. depois irritação com kombi velha e motorista chato dando em cima de mim e eu me esquivando toda hora, cheguei em casa, pizza de frigideira rápida maravilhosa - abobrinha e champignos e cebola e molho de tomates -e fui correndo ver o Bergman "tout seul" no Paissandú. Foi tão bom, aqueles planos longos as análises o tempo inteiro e tudo sendo dito e pensado e também muita neurose e"encucação", e tão diferente do que se vê hoje e tão genial por isso, anos 60 ou 70? vou procurar saber, esse filme eu não havia visto, Da Vida das Marionetes, o título é ótimo e fiquei pensando se tinha `a ver com aquele livrinho de mesmo nome de um autor que esqueci o nome, do séc xix que se matou e que depois foi lido, resgatado por Kafka e... mas só depois. e a fotografia do Sven Nykvist, outro nome maravilhoso. Sven Nykvist. se fala com a língua na ponta dos pés, se a língua tivesse pés..
Carlota está no meu colo, enrolada, carente. procuro uma rádio na Internet., está tocando Haydn, não era bem isso que eu buscava, não sei bem o que buscava, mas até que está legal, é bem mozartiano.
e como fico tanto em casa e quando saio e vejo pessoas e carros e agitação e papos vazios me canso e quero me refugiar de nôvo no meu casulo. estou ficando louca!