Ela seria fluida durante toda a vida. Porém o que dominara seus contornos e os atraíra a um centro, o que a iluminara contra o mundo e lhe dera íntimo poder fora o segredo. Nunca saberia pensar nele em termos claros temendo invadir e dissolver a sua imagem. No entanto ele formara no seu interior um núcleo longínquo e vivo e jamais perdera a magia - sustentava-a na sua vaguidão insolúvel como a única realidade que para ela sempre deveria ser a perdida.
Clarice Lispector, O Lustre
sábado, janeiro 24, 2009
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