domingo, abril 17, 2011

Fase vermelha


Compras do ano: o tenis rosa de bolinhas comprei no dia em que a Ursula foi embora, final de fevereiro, numa liquidação da Pontapé, e cusou R§ 30,00 - foi por isso que comprei, rs. A bolsa foi 22,00 numa passagem ao lado da igreja da Uruguaiana, estava paquerando ha dias mas com a minha dureza so às vezes me permito comprar coisas "extras" e a sandalia vermelho fechado comprei ontem na feira da General Glicério por R§40,00. Fase vermelha. Escutando Bill Evans sinfonico, delicia, esperando o arroz ficar pronto, esta um dia lindo e quente, arrumei um pouco o atelier, é bom ir espantando as teias de aranha ficticias e redescobrindo, redescobrindo o que ? Redescobrindo, simplesmente.
na verdade rola uma esquizofrenia de ficar lendo pedacinhos aqui e ali, outro dia dei uma lida no capitulo do livro do Coetze sobre o Robert Walser e li quase até o final mas tive que parar pois estava na hora de ir embora e também metade de Historia de uma Porta, do Camilo Castello Branco, esse li porque estava sentada num banco, cansada de subir e descer escadas o dia inteiro e estava à mão, era muito engraçado o portugues antigo em que ele é escrito e me diverti muito até ser interrompida por um cliente, o mesmo se deu com pedaços de um livro sobre a historia da Biblia, rs, esse meu lado Bouvard e Pecuchet enciclopedista que quer saber das coisas, e frustrado também por não ter tempo para saber profundamente de nada. Ao mesmo tempo acho que sou assim mesmo, multipla e fragmentada, associam isso à contemporaneidade mas acho que isso é mais renascentista, a contemporaneidade tem mais à ver com especialização do conhecimento, nos "clubes" corporativistas, e os renascentistas eram multiplos e faziam varias coisas, estou ficando convencida. Essa esquizofrenia tem à ver também com o trabalho na livraria, onde não se tem um espaço pra chamar de seu, um tempo, uma mesa, um banco que seja, simplesmente os espaços e tempos são dedicados à (des)organização da livraria e aos fregueses, simples assim, então essa sensação de carencia da vida, saudades de mim, e me sinto às vezes como tendo a horrivel vida das galinhas nas granjas industriais, fabricando para os outros, como uma maquina, um relogio tic tac produzindo produzindo. Como disse o Julio, 80 por cento do dia e da energia é sugado pela livraria, flummm, sugado para dentro de um buraco negro. Enfim, ficou meio dramatico, e não era, hehehe. Lembrei da Virginia Woolf e de "Um Quarto que seja Seu - A Room of one's own.
e queria poder ler também livros de iogues e budistas, outra visão mais calma e relaxada da vida, enfim, estou lendo no tempinho que da.
peguei alguns livros para ler, o Contingencia, Ironia e Sociedade do Richard Rorty (depois que tive duas conversas com um cliente interessante e falamos dele, e também de um filme do Valério Zurlini - de quem eu nunca tinha ouvido falar, e de Henry James, e eu não conseguia lembrar o nome do livro que tinha lido e que foi Retrato de uma Senhora e que eu achava que havia sempre desejos frustrados dos personagens porque as ações sempre os levavam para outros lugares, e eles, os desejos, nunca se cumpriam, e que isso me dava um certo nervoso); depois trouxe o Jacob von Gunter que tem uma certa ironia, com saborosas descrições dos seus amigos do Instituto Benjamenta e estou gostando muito, embora praticamente so leia no onibus; e Os Ultimos Dias, do Tolstoi, com seus ultimos textos, cartas e etc e que não folheei ainda. queria também o ultimo do Todorov, A Beleza Salvara o Mundo, e ler algum dia o Tony Judt, nem sei bem porque, simplesmente simpatizei com ele e deu vontade de ler quando dei uma olhadinha no Reflexõess sobre um Século Esquecido, e como não tenho tempo, leio pedaços, fragmentos, e todos os dias são fragmentos pedacinhos de idéias e de livros e então estava sonhando com esse fim de semana, dois dias inteiros so para mim e acordei lentamente, fiquei na rede um pouco antes de comer, depois levei jornal, café e creme crackers com queijo e livros para a rede, Panda pulou em cima do meu colo, por mim o dia poderia ter continuado assim, enfim tive que sair, amanhã nova tentativa, e também Cartas a D., do André Gorz.
"Eu diria que a literatura é, igualmente, uma forma de alegria. Se lemos algo com dificuldade, o autor fracassou. Por isso, acho que um escritor como Joyce fracassou, em sua essência, já que sua obra requer esforço para ser lida". Borges.

quinta-feira, abril 07, 2011

Ontem sonhei com animais gigantes, tinham uma cabeça meio bovina, corpos alongados de cavalos, flutuavam no mar e tinham olhos profundos, o mar era enorme e tinha o "depois do mar", mas depois haviam vidros quebrados nesse mar e alguém começou a fazer ginastica e eu puxei meu colchãozinho também, talvez por causa do Comer Carne, do Jonathan Safran Foer, como é horrivel a industria de carne, as granjas industriais, de porcos, de perus. Os animais são tratados como objetos despreziveis, tão anti humano e anti ético, parece um filme de terror, ja quase não comia frango, agora volto à ser vegetariana radical, ou talvez porque dormia com a Miranda e adoro quando ela vem pra casa, pro quarto, e de manhã quase sempre vem o Recoreco e suas lambidas carinhosas.

quarta-feira, abril 06, 2011


Estava indo ver o Cortazar/ Weekend à Francesa na Caixa, estava lotado, e essas nuvens negras e lindas nesse corredor de edificios...

!!!


Ed Ruscha, "One Night Stand," 1993.
Acrylic on canvas, 48 x 48 inches.

Arvores envoltas em teias de aranha, que depois das enchentes no Paquistão ali se instalaram.Lindo! E os mosquitos sumiram...

terça-feira, abril 05, 2011

Escutando Rickie Lee Jones, Pirates, quase um "em busca do tempo perdido" pois escutava quando mamãe morreu, eu tinha 21 anos e andava na rua de walkman no ouvido, fita cassete!, e era reconfortante e caloroso. Agora é tudo diferente disso e continuo gostando, como se esse pedaço enorme de tempo, esse lapso de tempo entre as épocas e entre os atos de escutar esse mesmo disco não houvesse existido.
Li uma critica tão bem escrita no jornal de sabado sobre o Livro do Michel Laub, Diario da Queda, e eu so consigo escrever que gostei.

sexta-feira, abril 01, 2011



Apareceram dois casulos, um num lugar maluco como esse quadro que esta na cozinha, outro na parede da varanda, que ja se transformou nesse bichinho...


O dia amanheceu assim ontem, e de madrugada...
O Jardim dos Finzi-Contini. Poético e triste. Na caixa do dvd dizia que eles abriram seus portões para abrigar os outros judeus, como se eles salvassem ou tentassem salvar os judeus, mas não é bem isso, eles eram judeus aristocratas que viviam dentro de seu jardim e de sua mansão, sem muito contato com o mundo la fora, tem uma estoria de amor, e tem a tragédia do fascismo na Italia. Quero ver os extras mas o controle sumiu. Tinha um lagarto morto embaixo da cama. A janela não fecha, as portas não fecham, chove. Isso parece um haikai involuntario. Parece que nada tem muita importancia, ou é a mesma para todos. Ola. Desculpe, acho que sou meio seca. Mas na verdade nem queria estar aqui, faço um esforço sobre-humano. Agora não tem mais hifen, esqueci. Tarefas, tarefas. Amanhã poderia ver...Outro dia descobri que não tenho problemas. Ou isso foi muita pretensão, talvez? Sério. Estava na casa do vizinho que é terapeuta holistico, e ele tentava descobrir de onde vinham minhas insatisfações, e tive esse insight. O unico problema é a sensação de impotencia provocada pela falta de dinheiro; e todas as sensações parentes disso. Falta de energia. Desanimo. Simples, ficou tudo mais. Fui para casa, não tinha muito sentido fcar la. Esperando uma magica, então vim para ca e foi bom. Nem lembro o que fiz. Não importa. Depois acordei às 5 e meia...e outro dia às 4 e fiquei dobrando e guardando roupas. E outra madrugada fui regar as plantas e fiquei na rede olhando a noite.

sábado, março 26, 2011

Minha boite-valise no Cedim - Projeto Cor de Rosa Choque



Porque não inventam roupas inteligentes, que voltam para os seus cabides no armario depois de usadas, ou vão direto para a maquina de lavar, esta tudo tão atrasado em termos tecnológicos! Como odeio guarda-las, elas ficam então amontoadas na cadeira, uma bagunça... Preguiça de ir ao Cedim...preguiça de tudo. Ir, voltar...Terminei de ler Diario da Queda, do Michel Laub, o começo é muito bom, li prazerosamente nos ônibus de ida e vinda, depois sempre acho que ja poderia ter acabado ou que passou do ponto, mas li até o fim, gostei, é quase como um diario, tipo de escrita que gosto, intima, confessional; o doutor Pasavento esta parado, assim como o livro sobre John Coltrane; amanhã pretendo retomar, espero, pretendo. Para ler é preciso não so um tempo "fisico"- que não existe, eu sei, um tempo cronologico, do relogio, como um tempo interno. Não da para ler automaticamente, “ah, sobrou um tempinho, vou tapar esse buraco lendo”... Ontem muita dor de cabeça, minha pressão baixou, so queria ficar sentada, enjoo. Além da falta de interesse total em estar ali. Acabei descendo as escadas lentamente até o banheiro, vomitei na pia e vim embora para casa, num taxi gelado que ia lentamente acho que por inexperiencia de andar nos trilhos, eu fechava os olhos e abria de vez em quando querendo já estar em casa, cheguei em casa e dormi até às seis da tarde...depois, vi pedaços de filmes e dois inteiros, Beijando Jéssica Stein, sobre uma moça que rejeita todos os pretendentes e acaba tentando uma relação lésbica, legalzinho, e 500 Dias com Summer - com o ator lindinho de um seriado de extra-terrestes que era barbaro, deitada no outro canto da cama pela primeira vez. P. falou desse filme 1 ou 2 vezes; da moça que não queria ser a namorada de ninguém, que segundo ele era eu. Vou tentar sair agora, ja são seis e vinte da tarde e tenho também que comprar pão. Dib esta realmente com Alzheimer e essa noticia me entristece, o pai do personagem do Diario da Queda também.

segunda-feira, março 21, 2011


Ontem fui na Camerino levar minha malinha para a coletiva no Cedim, fui até a Central, levando a maquina ingenuamente, achando que ia ser interessante. Logo depois da Central, "mulheres de vida facil" muito, mas muito decadentes; na Senador Pompeu montanhas e montanhas de lixo pela rua, casario muito mal tratado, abandono total, pessoas abandonadas, bares tocando musicas altissimo. Não consegui me entusiasmar. Falam tanto em revitalização daquela area, mas parece que isso so tem significado quando traduzido em novos prédios, novos qualquer coisa, o que provavelmente também significa dinheiro circulando. Coisas simples como latões de lixo, garis com vassouras, educação, ajuda na pintura e manutençao das casas...isso acho que não interessa. E existe também uma questão cultural, da idéia do que é publico, do que é privado. As pessoas acham que publico é onde se pode fazer de tudo - ouvir musica alta, jogar lixo, etc.
Hoje escutei Courage, do Milton, uma delicia. Fui reclamar com a Claro da Internet que funciona mal, tive que tirar o modem para ver o numero de série, ela voltou a funcionar. Que bom. Meu mau-humor vai e volta.

sábado, março 19, 2011


meu jardim selvagem, que não consigo fotografar direito; agora com algumas mudinhas que comprei, algumas florindo, e plantas que nasceram sozinhas e...ouvindo Julie London e adorando, chiquérrima, delicioso. sinto uma urgencia de resolver muitas muitas coisas.

Tento gravar Band on the run que esta aqui dentro mas não consigo, começou agora Philip Glass, estou gostando até porque foi inesperado, deve ser do filme do livro sobre a Virginia Woolf, estou esquecendo todos os nomes...Ah, dei de cara com o livro, As Horas. Pausa para escutar e não pensar, so a musica. Pedro tinha entre as coisas dele um cartão postal que papai mandou de Cabourg para mim e Fernando, coloquei nesse porta-retrato meio um pouquinho enferrujado que Bob me deu anos atras, tenho que cuidar dele também. Ontem uma crise de mau-humor e tudo o mais... estava completamente asfixiada ali, quase transbordando, a televisão enorme agravou ainda mais, agora com a saida de... quem sabe eu consiga me sentir melhor. Minhas poucas investigações de ontem, poucas: Harry Connick Jr, um disco de piano que vou procurar o nome porque esqueci e que acabou sendo comprado por um cliente que vai sempre la; John Coltrane at The Village Vanguard que é muito free-jazz, tenho que escutar em outra situação, talvez; no dvd, vi pedaços de Manhattan, Cantando na Chuva; outro dia abri um Bill Evans, Portrait... e gostei. Hoje tive a coragem de tirar as coisas de dentro do atelier e agora tenho que ver o que fazer com elas o que é uma dificuldade. e terminar a caixinha, ou melhor, fazer o que esta so esboçado.

quinta-feira, março 17, 2011

Ao invés de tarefas como sempre, ir atras de pelucias ou cadeirinhas ou tapete de banheiro, tudo, que também gosto, mas é sempre meio corrido porque na minha cabeça o tempo é elastico e da para um monte de coisas mas nunca da para tudo e rola uma pressão,, olhadelas pro relogio que marca a minha vida, hora de entrar, de almoçar , de sair. Resolvi ouvir musica transformadora e preenchedora de espaços fumei um que também é transformador e fiquei limpando detalhes da casa, deve ser maluquice gostar de ficar limpando mas é como voltar a ter um contato mais proximo com as coisas e com a casa e isso me deu um prazer e poderia ficar ali que é aqui muito mais tempo, fui achando coisas meio abandonadas, fotos que tinha esquecido e depois sairia para andar e correr, como fiz outro dia de manhã. Espero estar conseguindo dissolver, despistar o mau-humor que estava vagando em volta de mim.
As pessoas que entram no onibus são gordas, e por isso, lentas. E lembrei da caixa do mercado que não sabia o que era bertalha e que perguntou que banana era aquela e me deu vontade de perguntar se ela não fazia compras. O onibus sacoleja e faz muito barulho e me deu vontade de ir andando um dia, parece um monte de latas velhas se batendo umas contra as outras. Estou realmente atrasada e o onibus parado na rua do Lavradio, tinha que ter saido um pouquinho antes. E o vinho rose que gostei muito era o Quinta das Amoras, pensava amoreira,

sábado, março 12, 2011

Lendo Historia Abreviada da Literatura Portatil, do Enrique Vila-Matas, ele começa falando justamente da boite valise do Ducahmp, que ele encheu de reproduções de suas obras, e eu delirando na maleta que vou forrar de pelucia e encher de cadeirinhas..., sera a minha boite valise, achei agradavel coincidencia a referencia, pela idéia e não pelo Duchamp, não me sinto muito atraida por ele, sacrilégio dizer isso numa época em que ele foi colocado no trono, enfim.
E andando na rua, meio sem porque, ja tinha passado do ponto e resolvi andar até o outro ponto longe, não estava gostando do clima caotico da Rua da Carioca, pessoas, poças d'agua, um aspecto sujo, acho que foi por isso, e acabei cruzei com um cara meio maluquinho que trabalhou aqui na obra e ele esta morando na rua e ficou com os olhos cheios de lagrimas quando me contou.
Deve ter sido por isso que andei mais também, para encontrar com ele e dar um trocadinho para ele, logo eu que também vou ficar qualquer dia pedindo dinheiro na rua, hahaha.
E estava me sentindo triste, triste, como se tivesse descido um peso, uma névoa sobre mim, as musicas na Travessa me fizeram melhorar até, mas quando sai so queria saber de casa, fui até a exposição da Patricia e fiquei zero minutos, sem querer contato, contatos .
Foi bom escutar Belle & Sebastian que tem um clima meio Beatles, depois Band on the Run que não escutava desde minha adolescencia talvez, Julie London.
A Musica da uma leveza, no final.

terça-feira, março 08, 2011

Deveriam fazer uma UPP do silencio. A tarde tocou forro, agora, quase dez da noite, Odair José, e é muito alto, ecoando pelo vale formado pelas varias comunidades de Santa Teresa.
Isso é de um egoismo impar...achar que todos devem escutar a sua musica.
Brasileiro (em geral...) não gosta de silencio, não sei bem porque.
Uma forma de dizer eu existo, estou aqui?

CONTEÚDO LIVRE: LUIZ FELIPE PONDÉ - Deus me livre de ser feliz

CONTEÚDO LIVRE: LUIZ FELIPE PONDÉ - Deus me livre de ser feliz: "Quanto aos meus alunos e aos meus leitores, esses eu nunca penso em deixar felizes, graças a Deus DEUS ME livre de ser feliz. Existem cois..."

segunda-feira, março 07, 2011

lendo o Doutor Pasavento que é também Robert Walser nessa segunda-feira que é feriado mas não é e que o vizinho insiste que não seja em sua obra barulhenta, ruidos que são signos de vida dificil aceitar isso acostumados que somos com a idéia de silencio
meus outros dois gatos so vem à noite e então so tenho a Panda de dia não estou aqui para escrever, mas para enlouquecer frase do Walser e ontem vimos um Bergman com mulheres histéricas e no outro dia o Almas à venda que me deu aflição almas troca de identidade desaparecimento esse é o tema então e dormi muito forçadamente no sabado querendo afundar no sono com loops de pensamentos e sem conseguir ler nem nada Pedro fez lentilhas e torta de queijo e batatas otimo so comecei à arrumar a casa ontem a vassoura quebrou os 3 gatos do pedro ja se instalaram e Miranda não quer mais entrar na casa so a noite e fujo de coisas que tenho que fazer realmente fico so nesse loop indo e voltando indo e voltando mas hoje estou mais ativa e lendo e tudo

sábado, março 05, 2011

achar o remèdio da Carlota
cozinha tudo tudo
fotos que estão no chão
terminar terminar
pipicat
livros tarefas
além de
banheiro, varrer, etcétera
janela do quarto pegar os carretéis caidos
e o quartinho?
...
tantas coisas para fazer tenho que fazer uma lista
uma lista com muitas listas e listras
a casa literalmente de pernas pro ar
eu
de pernas pro ar, tentando me equilibrar nessa posição estranha, can't buy a little help from my friend
gatos querem atenção eu quero atenção de mim mesma finalmente um pouco
saudades da casa, não esse caos mas de qualquer forma saudades da casa do tempo meu so meu e das coisas todas que cercam o tempo e que estão ai e desse contato com as coisas
saudades de mim
fico o dia todo num corredor com um cara estranho e pessoas desconhecidas e os que existem é so um pouquinho, pedaços
estou reclamando
como houve um trator, um furacão - varios, mudança do Pedro, Ursula, não acho mais o tempo dias dias
voltar para a Terra

sábado, fevereiro 26, 2011

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Hoje me senti esvaziada, murcha murcha, parecendo tudo sem sentido - até a falta de sentido, ou a tentativa desesperada de achar um sentido transcendente. Hoje não. Me senti longe, fazendo minhas coisas so minhas, sem conexão com o mundo. E o mundo la, com as razões dele, em outro canto, sem me ver.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

fui acordada por lambidas, um vento na janela entrando às vezes, a idéia era levantar objetiva e ir à praia, mas o vento insistia em dizer não não, levantei e tomei um gole de café, voltei pra cama com a Panda pensando na minha lentidão matutina, ou sou mais observadora do que "atora', palavra que não existe provavelmente- atriz passa logo a imagem de diva, li um pouco o calma no caos esse livro é maravilhoso, coloquei uma musica e fui arrumando pedacinhos querendo ser arrumados, gosto disso, praia amanhã que também deve estar um paraiso so que é lejos muy lejos tudo otimo vontade de ficar aqui mesmo Panda dorme

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Ontem o dia foi feito de pedacinhos, voando, distantes.
Os pedaços estavam maiores hoje, pelo menos.
Puzzle, quebra-cabeça.

bye bye


COmprei mais ervas - manjericão roxo e o outro, tomilho, salsa e uma erva que é para cha que esqueci el nombre... as minhas, algumas, morreram com o calorão, coloquei na vitrine também como idéia, depois acabei comprando umas falsas porque essas nao iam dar certo. A. pergunta se eu fico com raiva, se tenho raiva, sera que mal-humor nao é a mesma coisa? Não, não é, mas talvez tenha algum parentesco. Todos os dias chego em casa e tem problemas, problemas, hoje pela segunda vez um passaro morto debaixo da cama, e etc etc. Como fazer um gato não caçar? Um pouco cansada de tanta coisa. Ontem quando meditei, a resposta que veio foi " calma, relaxe, não se apavore, slowly". Ok, tem razão. Hoje cheguei à mil na T., excitada e feliz. rs. Estou conseguindo ficar feliz, simplesmente, so com a vida mesmo. Ainda não consegui trocar o cesto, nem ir pegar o telefone, nem achar um HSBC para pagar o condominio, e ainda tenho que...so many things, so little time.

domingo, janeiro 30, 2011

"As coisas, por exemplo, começavam todas pelo começo e acabavam pelo fim. Por fim, naqueles dias, tinham sido uma grande surpresa para ele, e não as esquecera nunca, algumas declarações de Godard, que dizia gostar de entrar nas salas de cinema sem saber a que horas tinha começado o filme, entrar ao acaso em qualquer sequencia, e sair antes que o filme tivesse terminado...
A literatura, disse, consiste em dar à trama da vida uma lógica que não existe. Na minha opinião a vida não tem trama , nos é que a acrescentamos, que inventamos a literatura...."
Sai para andar, uma vaga vontade de ir comprar o jornal no Guimarães, levando a maquina, vendo os prédios e casinhas e pessoas, mas também uma vontade de andar no "mato', um pra esquerda, outro pra direita, acabei deixando minha bolsa na portaria e fui pelo meu velho caminho, onde corria - o da esquerda, que chamo de pré-paineiras, e que adoro com suas arvores enormes. Fui indo, indo, até chegar numa placa escrito Floresta da Tijuca e resolvi subir, subir, de repente aparece o mar la embaixo e é como uma aparição, o aterro, o dia lindo demais, passei a entrada do mirante dona Marta, resolvi continuar mais um pouco, subindo e subindo, apareceu um pedaço super ampliado da vista que tenho daqui, cruzei com pessoas descendo que perguntaram se faltava muito... Começaram à aparecer carros estacionados, aquele absurdo todo que transformaram aquilo la, pensei que estivesse chegando mas ainda não, bebi uma aguinha numa fonte, cheguei finalmente nas Paineiras orgulhosa de mim, embora minhas pernas doessem um pouco - ja estava à 1 hora e meia andando ou mais, resolvi entrar e tomar um chuveirão ja que estava la. Aquele silencio todo e a paisagem ampla que faz bem so de olhar e estar la, tentava não pensar às vezes, enquanto andava, e deixar uma pausa, um silencio, o mesmo silencio que estava la fora para dentro de mim, tentando parar com a conversa incessante dentro da cabeça. Fui até o segundo chuveirão porque no primeiro tinha fila mas valeu à pena, foi otimo, desci exausta, acabei pegando uma mini carona que adiantou um pouquinho, andei quase 4 horas! Lembrei do F. que atravessa bairros e cidades andando, do Caminhar, uma filosofia que não li ainda, de tudo.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Viagens de Gulliver


Ganhei da Travessa, que ganhou da editora. Edição Penguin/Cia das Letras.
"Quem lê pela primeira vez a versão original de Viagens de Gulliver, tendo como pano de fundo uma vaga lembrança de adaptações infantis, espanta-se ao constatar que tem nas mãos um dos textos mais amargos do cânone ocidental. Como observa George Orwell no prefácio incluído nesta edição, o livro de Jonathan Swift, apesar de todo o seu ressentimento e misantropia, é uma obra deliciosa, que permite vários níveis de leitura. É primeiro um livro de viagens — ou melhor, uma sátira aos livros de viagens, tal como Dom Quixote é, entre outras coisas, uma sátira aos romances de cavalaria; para as crianças, é uma história de aventuras, cheia das criaturas fantásticas e do humor escatológico de que tanto gostam; e é um dos marcos iniciais da ficção científica."

Arquitetura pelas Escadas

Esse livro so com fotos de escadas me interessou porque "remete", palavrinha ruim, rs, ao meu projeto das portarias (Arquitetura pelas Escadas, Patricia Cardoso, Editora Estação Liberdade). As fotos são muito boas e bonitas, todas em São Paulo.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

nao sei porque adorando tanto escutar what are you doing the rest of your life antes algumas do Buena Vista no final cansa um pouco e a fantasia de hoje seria ficar horas horas tirando cada livro da estante
escolheria uma estante - o infantil por exemplo ou filosofia ou literatura estrangeira e olharia cada livro, leria algo, faria uma lista talvez, com os títulos em ordem - estou meio Umberto Eco, talvez ficasse dias e dias fazendo isso, não, poderia interromper para escutar algum cd do Charles Mingus ou de algum grupo novo desconhecido e todos os clássicos que não coheço e no final saberia de todos os livros e de tudo
e no final de semana nem sai de casa (depois da volta travessenta às quase três horas, acho) pensava em ligar para pessoas mas não ligava - estava achando que deveria, as vezes até um certo tédio escutei Kind of Blue varias vezes fotografei o avião e nuvens antes
mas não deveria nada
e arrumei mil coisas
tirei capim da parte de cima do quintal e machuquei minha mão, como sempre (desde criança)
e um bichinho- inseto como uma bruxa ou mariposa esta quietinha aqui, acho que com a asa quebrada, e queria fazer algo mas?
Li um pouco mais do Vila-Matas
A. veio aqui e olhamos o céu sentados no banco do quintal
na verdade esta tudo otimo