domingo, julho 31, 2011

Tiro fotos do entardecer azul quase preto mas depois não gosto, acho que ficou banal. Ao vivo sempre parece incrivel. Miranda insiste em ficar embaixo da cama, ao invés de vir para cima, onde é mais seguro; acontece o inevitavel, Leonora entra e vai direto pra cima dela, e fica aquela miação. Tenho que ser enérgica com ela, e me da pena; jogo agua, vassouradas. Stress, todo dia isso, e eu achando que com o tempo fosse melhorar... Tento não ligar muito, mas é dificil.
Heisenberg conta os deliciosos passeios com Bohr, pela Ilha de Seeland, na Dinamarca, ou seus proprios passeios pelas montanhas alemãs, ou uma caminhada com Einstein, acompanhando-o à sua casa em Berlim. Década de 20, e as discussões sobre a fisica e a mecanica quantica que estavam ainda sendo formuladas ... Tudo muito vivo e fresco. E gosto também das descrições dos lugares, florestas, lagos, o castelo de Helsingor, o sol se pondo, praia; penso se ainda são assim. A impressão de que era facil fazer essas caminhadas, chegar nesses lugares. Ja aqui...aonde? lembro agora de Santiago, uma vez em que subimos e subimos um dos morros da Cordilheira dos Andes, que cerca a cidade... algo proximo. Em comparação, as descrições das pequenas cidades na India no livro sobre Buda são de dar pena: abandono, sujeira, pobreza. Outro dia vi os carros no aterro e so essa visão rapida me deu saudade dessa sensação de quando viajamos e pegamos a estrada, de amplidão e de liberdade e de espaço e de tempo.

segunda-feira, julho 25, 2011

erro numero um: lanche finalzinho da tarde; pão pão pão. adiantou nada ir andando até o centro. cheguei como um furacão sem conseguir relaxar, so agora, depois de um banho quente demais, talvez. de manhã não quero acordar. Panda não sabe se quer ficar embaixo das cobertas ou em cima. talvez estranhando o laptop na cama, coisa rara. tentar controlar a irritação.

quinta-feira, julho 21, 2011

Tento fazer o retrospecto da semana e não lembro muito, tento fazer o retrospecto dos dois, tres ultimos anos, correlacionando pessoas-situaçoões-sentimentos, etc. Uau. Comecei à ler o Fritjof Capra, "Sabedoria Incomum", que estou achando mais objetivo e conciso do que "O Tao da Fisica", onde ele se repete e se perde, e acabei largando na época. Estou gostando do começo desse, onde ele narra sua formação nos anos 60, em plena contracultura, ondas misticas, Beatnics, politização, e a primeira vez que leu o livro de Werner Heisenberg (que formulou os principios da indeterminação da fisica quantica), Fisica e Filosofia. E também comecei à ler um livro sobre budismo, "Um Fim para o Sofrimento", apesar de muito enciclopédico, uma pesquisa grande. O Murakami terminei, gostei e não gostei. Tinham partes que dava vontade de ler muito, sem parar, como no domingo, que fiquei a noite toda lendo; mas o final me enjoou um pouco, e so peguei de novo na quarta. Não sei explicar. Talvez tenha um tempo um pouco longo, às vezes, ou cenas que se repetem, ou algo pesado. Ao mesmo tempo é bom...
Miranda mia durante horas no alto da pedra, não sei o que fazer, ontem subi até la em cima, descemos e a trouxe no colo. Hoje estou cansada, ela chegou até bem perto e voltou.
Cansada.

terça-feira, julho 19, 2011

ainda não tinha calçadão? Ou era muito pequeno. Década de 70, parece pelos carros.

sexta-feira, julho 15, 2011

Fico com vontade de (re)ler a Ana Cristina César, e esqueço. Hoje deu vontade de ler também o Borges Oral, mas preciso primeiro devolver o Murakami. E vontade de fazer uma série de ... e fotografar o cara com as petecas na Rio Branco, tão bonito e colorido, ja o vi duas vezes.

quinta-feira, julho 14, 2011

Essa capa ficou faltando, do "Após o Anoitecer", do Haruki Murakami.

Quase não escrevo mais, fico pensando se não "fecho" o blog mas ainda não decidi, e às vezes ainda escrevo mentalmente enquanto caminho. Quando atravesso o Largo da Carioca, por exemplo, e vejo toda aquela festa, os evangélicos com microfones desses de show, falando sempre da morte e do inferno, vou passando e ouvindo pedaços de frases que não se completam, são sempre duas ou tres pessoas muito dedicadas, sera que fazem isso por conta propria, por fanatismo, ou são pagos? A Igreja Catolica resolveu contra-atacar e tinha um grupinho rebolando e cantando, meio num clima axé, com camisas padronizadas, paninho na cabeça, missão catequizadora com um nome esquisito que esqueci, um palquinho e tudo... além dos vendedores de cartão de celulares, também com microfones e ... megafones. Os vendedores de aviões, voando para la e para ca. E a banca gigante de jornal, passando videos, e sempre muitas pessoas em volta. Ontem resolvi passar os numeros de telefone pro novo fichario que comprei da Papelaria União, vermelhinho, simplesinho, e olhava pra todos aqueles numeros e não via sentido nenhum naquilo. Para que esse numero, ou esse, ou esse? Passei so poucos numeros. Enxugamento. E não sei o que mais escrever. Talvez devesse escrever sobre "Kafka à Beira-Mar", do Murakami, que estou lendo... e gostando. é uma escrita lenta, que vai andando devagar, e não se sabe aonde vai chegar, mas tem sido saboroso, apesar de às vezes achar que ele da uma carregada na mão. Enfim, talvez não tenha como. Parece um filme, cena, corte, outra cena com outro personagem em outra situação, corte. Em algum momento, essas cenas vão se juntar...O anterior que li, "Apos o anoitecer" (penso se ele não "plagiou" o titulo daqueles filmes do Richard Linklater) também parecia um filme mas era mais naif, ingenuo. Talvez ele ja tenha uma idéia geral do que ele quer, antes de escrever. Ele se senta na mesa, metodico, pensando "essa estoria vai ser sobre isso". E sempre tem algo fantastico, "sobrenatural", o que é interessante. Realismo magico japones? Nesse tem o Nakata, que conversa (mesmo) com gatos, e os gatos conversam com ele, teve a luz misteriosa enquanto os alunos e a professora subiam a montanha e depois todos os alunos desmaiaram, e o personagem principal que foge de casa aos 15 anos. E algumas coisas morbidas também.
Como sempre, as capas são lindas.

sábado, junho 25, 2011

fui levar a Panda para ser internada e tomar soro, estava fraquinha fraquinha tadinha, sai correndo e fui explicando à ela o que ia ser feito, depois que sai de la meio triste e fui andando para ver se achava uma padaria, sempre as fantasias (insatisfeitas) com as padarias, fui em direção ao Humaita, primeiro apareceu aquela perto da rua onde papai ficou internado (ih, so estorias médicas...), que não tinha absolutamente nada que fosse atraente, excitante do ponto de vista comestivel, uns salgados xoxos, além de uma televisão abominavel com a Xuxa no ar, depois aquela no finalzinho, idem, joelhos e pães de queijo murchos com cara de frio, acabei comprando um saco de biscoito de polvilho e fui esperar o 570 naquela descidona....tão deprimente ficar ali, pessoas, muitas pessoas, contando quantos onibus - que agora são todos brancos! - que passavam, e passaram realmente uns cinco 409!, foi o onibus que mais vi, e sentindo falta das cores, quando vi um dos antigos circulares, amarelo e azul fiquei emocionada, quando resolveram pintar achei legal mas achei que teriam varias cores espalhadas dependendo da linha, e não branco branco branco, enfim, decidi andar na direção oposta, meio tonta de fome, pensando nas confusões todas de grana e com a Panda, como é dificil tomar decisões sem tempodinheiro, vendo pessoas absurdas pelo caminho, os casarões de botafogo, consulado de Portugal lindo onde Fernando gravou uma cena de um filme do Vitor, Forever Living (?), Motel Panda, morro Dona Marta e varios barracos coloridos, aquela loja de uniformes que existe ha anos, resolvi entrar na Eduardo Guinle, edificios enormes foram aparecendo, a Assunção foi exterminada com milhões de edificios horrorosos, como deixaram isso, pelo menos que não fossem tão altos e feios, quando chego na Praia de Botafogo fico na duvida se ainda ando até o Largo do Machado que realmente ja esta bem mais perto ou se pego um onibus, minhas pernas reclamam, a fome também, ok, atravesso, estou longeeee do ponto, volto até aquele ponto tradicional da praia onde estão todos, vou andando por aléias e aléias de arvores da mesma familia que fazem um murinho com a rua, qual arvore sera, sera que a palavra é essa mesma, aléia?, são bonitas e antigas, passa um onibus que vai até o Lgo, André liga para dar o novo numero, entro na van, cena surreal, vai uma pessoa em pé e eu também ja fui em pé uma vez e é muito estranho...chego aqui e tem um gato ruivo perseguindo a Sybil.

passeio de tras pra frente


Da janela do Mam

sexta-feira, junho 24, 2011

Panda com cancer(!); enquanto esperava a ultra, andei até a praia!, que é uma exclamação de tão bom que é de se ver o mar, tomei um cafe na Padaria de Ipanema que foi todo errado porque esqueci que média vem com leite e eu não tomo leite e ai tomei, rs, comprei flores e rucula e couve-flor gigante na feira, sempre com medo de gastar dinheiro, o que segundo Fernando é ruim porque é uma energia negativa, e rescue na homeopatia e olhei sapatos e roupas que antes nem me permitia olhar mas agora me permito ser feliz pelo menos em pensamento e agora tenho que falar com a Simone que é a veterinaria para marcar a operação. Dia lindo e estou de folga, como é bom, apesar de tudo.

quinta-feira, junho 23, 2011


na verdade comecei à ler esse livrinho do Murakami, no diminutivo porque é rapido de ler, subindo as escadas da livraria, depois de pega-lo no estoque para um cliente, que deve ser corredor, alias, e gostei dos pedacinhos que li. no sabado trouxe pra casa e li no fim de semana. o titulo é tirado de uma coletanea de contos do escritor americano Raymond Carver, what we talk about when we talk about love, e gostei disso também. agora lendo Apos o Anoitecer, dele também...
fiz uma salada de feijão fradinho somente com cebola, tomate, cheiro verde e gominhos de laranja _ que era o que tinha na casa!, ficou boa mas pensei que ficaria otima também com rucula, cebola roxa, azeitonas pretas, hortelã.

domingo, junho 19, 2011


outro dia na hora do almoço entrei na antiga Igreja da Sé, que foi reformada recentemente e onde ia a Familia Real (não sei se se usa maiusculas mesmo), entrei em busca de silencio e calma, artigo dificil no centro, mas tocava uma musica de um padre qualquer e fiquei muito decepcionada. nem as igrejas são mais como antigamente, o mundo esta perdido. reclamei com uma moça que me disse que na Catedral também é assim, como se isso fosse normal. ao menos se fosse Mozart, musica erudita...como quando entramos numa igreja em Paris que esqueci o nome, fugindo do frio de dezembro ou começo de janeiro, e o orgão antiquissimo tocava, e o pé direito era muito alto, e ficamos maravilhados e boquiabertos com tudo aquilo, o som invadindo os espaços, magico, e realmente voce se ve transportado em uma onda mistica. e quero lembrar o nome e não consigo;
acabei de ler o Murakami e é muito simpatico, "Do que eu falo quando eu falo de corrida", e a capa é linda, alias todas são. pegar outros livros dele. esse conta a experiencia pessoal dele com as corridas, faz um paralelo com o ato de escrever romances, como a concentração, a persistencia e o "atravessar" os limites, e de como uma coisa ajudou a outra. voltar.
o que lembro dela sem ser triste: ela tocando violão e cantando musicas folcloricas -Benedito pretinho olha as ondas do mar, le le o, olha as ondas do mar, e canções francesas antigas; trabalhando muito traduzindo os textos e batendo furiosamente na maquina de escrever que não sei onde foi parar, assim como não sei onde foi parar o dicionario de espanhol em 3 volumes e que eram uma marca dela, assim como o Saci Perere de papier mache, que ficava junto com outras coisas, com os desejos não muito definidos dela, e que ela colocava tudo no chão e ia arrumando; um vestido que usei depois, adolescente, muito e muito; dançando nas festas e conversando muito, sempre; o natal na Bulhões ao pano cantando musicas de palavrão.
Nina Simone canta na sala, vicio da vez, minha tendencia de reclamar sempre e não ser mais leve, como R.P. que simplesmente foi e arrumou os livros em pilhas de editoras e eu so via o caos e não conseguia me aproximar e comecei à chorar estressada com tudo, me sentindo massacrada, de certa forma, incrivel como cada um reaje de um jeito, mas isso talvez seja sem saida porque cada um é cada um e tento mudar pensar mas tem tantos fatores... agora vejo como minhas unhas estão terriveis, Pedro chega do tenis e me desconcentra, ia fumar um e fico sem jeito. sera que é uma opção isso, realmente? não conseguir decidir nada, sim e não, estou meio Gil hoje, hehehe. outro dia contando pro Julio sobre meus pais, minha mãe que ja morreu à tanto tempo e que era tão idealista e triste, outras pessoas lembram dela como uma pessoa ativa mas a minha lembrança é dela melancolica, presa entre seus desejos e frustrações, como eu alias. talvez isso seja comum, ???, e papai também, querendo uma vida de bon vivant mas sem poder muito, e depois buscava satisfação desenfreadamente, comer, beber muito até entorpecer, não queria voltar para o Rio quando ia chegando a noite e estavamos em Nogueira, e falava com lagrimas nos olhos do Charlie Parker quando ja estava alto, e acho que tenho que me livrar disso tudo.