quinta-feira, julho 14, 2011


Quase não escrevo mais, fico pensando se não "fecho" o blog mas ainda não decidi, e às vezes ainda escrevo mentalmente enquanto caminho. Quando atravesso o Largo da Carioca, por exemplo, e vejo toda aquela festa, os evangélicos com microfones desses de show, falando sempre da morte e do inferno, vou passando e ouvindo pedaços de frases que não se completam, são sempre duas ou tres pessoas muito dedicadas, sera que fazem isso por conta propria, por fanatismo, ou são pagos? A Igreja Catolica resolveu contra-atacar e tinha um grupinho rebolando e cantando, meio num clima axé, com camisas padronizadas, paninho na cabeça, missão catequizadora com um nome esquisito que esqueci, um palquinho e tudo... além dos vendedores de cartão de celulares, também com microfones e ... megafones. Os vendedores de aviões, voando para la e para ca. E a banca gigante de jornal, passando videos, e sempre muitas pessoas em volta. Ontem resolvi passar os numeros de telefone pro novo fichario que comprei da Papelaria União, vermelhinho, simplesinho, e olhava pra todos aqueles numeros e não via sentido nenhum naquilo. Para que esse numero, ou esse, ou esse? Passei so poucos numeros. Enxugamento. E não sei o que mais escrever. Talvez devesse escrever sobre "Kafka à Beira-Mar", do Murakami, que estou lendo... e gostando. é uma escrita lenta, que vai andando devagar, e não se sabe aonde vai chegar, mas tem sido saboroso, apesar de às vezes achar que ele da uma carregada na mão. Enfim, talvez não tenha como. Parece um filme, cena, corte, outra cena com outro personagem em outra situação, corte. Em algum momento, essas cenas vão se juntar...O anterior que li, "Apos o anoitecer" (penso se ele não "plagiou" o titulo daqueles filmes do Richard Linklater) também parecia um filme mas era mais naif, ingenuo. Talvez ele ja tenha uma idéia geral do que ele quer, antes de escrever. Ele se senta na mesa, metodico, pensando "essa estoria vai ser sobre isso". E sempre tem algo fantastico, "sobrenatural", o que é interessante. Realismo magico japones? Nesse tem o Nakata, que conversa (mesmo) com gatos, e os gatos conversam com ele, teve a luz misteriosa enquanto os alunos e a professora subiam a montanha e depois todos os alunos desmaiaram, e o personagem principal que foge de casa aos 15 anos. E algumas coisas morbidas também.
Como sempre, as capas são lindas.

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