terça-feira, fevereiro 27, 2007

Sabado das quatro `as seis e meia.

praia cheia, além de cair no mar maravilhoso, peguei meu binóculo imaginário, fiquei olhando olhando ...

Menino de 5 anos toda hora traz uma concha do mar ou um palito pra mãe, sentada na sua cadeira. A mãe não tem barriga, usa um sutiá tomara que caia branco e muito filtro solar no rosto, que é mais claro que o corpo. Tem seios grandes, usa brincos, um biquini com uma fita grande que cai de lado... o pai fica com o filho, na beira da água. E ele sempre volta com alguma coisa para a mãe, com um olhar ansioso, querendo dizer algo, querendo agradar. Ele fica brincando com outras crianças também, meio perdido, procurando companhia. Só no final da praia a mãe se levantou e levou uns biscoitos e algo para ele beber (ele estava brincando com uma menininha).

O cara magro que chegou sózinho carregando uma cadeira e um livro vermelho ( que eu achei ser Meu nome é Vermelho, inventando uma certa cumplicidade imaginária e até um contentamento!, mas não tenho certeza), colocou a cadeira de frente para o sol e lá ficou...`as vezes eu via sua sombra contra a luz na própria cadeira, e tentava perceber se ele estava lendo ou não...

o casal que se ama, com olhares ternos e cúmplices e beijos na boca, com a filha loirinha e de pernas rechonchudinhas que andava olhando para os pés, como que maravilhada com o funcionamento fantásico daquele equipamento! Era uma criancinha de 1 ano e pouco, acho, que estava descobrindo as maravilhas de andar, as maravilhas de qualquer coisa... dava voltas pela areia, ia até a água, tocava na água, na areia, andava, andava. E os pais sorridentes e amorosos iam atrás!

o pai branco, com o cabelo dourado, parecia um americano. judeu? com as duas crianças e a pranchinha...primeiro vi a menininha carregando a prancha, decidida. Perdi de vista. Depois a vejo tentando tirar a prancha do irmão maior, que tenta desajeitadamente jogá-la na água para depois deslizar sobre ela, a menina corre para tentar pegar a prancha pra ela, mas nenhum dos dois consegue. O pai no meio, sem reação. Numa dessas correrias, ela corre demais e bate na prancha, torce o pé, chora. O pai a coloca no colo, leva pra cima. Eles estão "acampados" na parte de cima da areia, não consigo ver, já que meu posto de observação é `a beira-dágua. Tempos depois, eu estava na água, a vejo numa prancha maior, surfando deitada...e o pai lá, parecendo um treinador!

as gatinhas de biquininho jogando futivolei, modernas e descoladas ( e jovens!). Depois chegou um cara se enturmando, todo todo.

A menina olhando apaixonada pro namorado, acariciando-o, com um olhar de"dona".

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Marluce






Continuando com a "saga" das lojinhas antigas...A Casa Marluce fica na Voluntários da Pátria e é um armarinho -" presentes novidades miudezas". Os donos são a Suely e o marido, que está atrás do balcão. Esqueci de perguntar desde quando existe! Novidades nas próximas edições!O que acho engraçado, ancrônico: os dizeres no papel rosado, as calçolas de senhora no balcão, a falta total de design, o que cria um ambiente acolhedor e um pouco triste ao mesmo tempo, ingênuo talvez.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Montiel









Lojinhas singelas que estão desaparecendo.Esse é o dono, seu Ramón, lendo seu jornalzinho, tranquilo...

Nesses dias em que fico em casa com o pé estirado para cima, depois de torcê-lo após correr atrás do bonde!, lendo e lendo Os Filhos da Meia-Noite e adorando adorando adorando. Salman Rushdie escreve de uma forma engraçada, leve, como se estivesse contando essa estória para mim! E é isso que o livro é: uma estória enorme, cheias de personagens obsessivos, crenças várias, algumas comidas, e um realismo mágico bem dosado, junto com a estória de um país nascendo, com todos seus conflitos étnicos e religiosos - como diz na introdução do livro, os ocidentais lêem como fantasia, mas na India é visto como realista.( "Eu podia ter escrito seu livro, disse um leitor ao escritor; "conheço tudo aquilo"). E nomes maravilhosos (de nóvo!), como Padma, Mumtaz, Amina, Alia, Musa, Aadam Aziz, Tai, Lila Sabarmati...

segunda-feira, janeiro 29, 2007



Hoje um mau-humor sem motivo, uma preguiiiça...apesar de ter acordado bem e de ter ficado pensativa, pensando em quê? pensando no gato, pensando na xantipa, pensando. Depois que cheguei em casa fiquei sem saber o que fazer! Dei um telefonema, olhei os emails; nada! Fiz mais pãezinhos, que pareciam biscoitos, estavam ótimos; dormi. Tive aqueles sonhos confusos, de quando se dorme `a tarde; André e a Claudia entravam aqui, não sei como, e eu ia encontrá-los na cozinha, sem camisa! Ou era um vestido estampadão? comíamos biscoitos e pães que eu havia feito; não lembro mais. Depois vi televisão: MTV um programa chamado Made, em que um garoto gay pesando 130 kgs quer se tornar um jogador de futebol e quer se aproximar do pai, e a produção coloca ele com um treinador, uma personal trainer etc. Gostei. Acho que vou me inscrever nesse programa...será que tem aqui no Brasil? Mulher de 42 anos que quer se tornar alguma coisa mas não tem certeza...de nada.Treinador urgente! Li um pouco o Neve, mas já está bem claro que nada vai dar certo, e está um suspense e não estou com paciência! quero saber logo o porquê! Dei duas "mexidinhas" no meu primeiro quadro `a óleo, que não seca nunca; acho que coloquei litros de óleo! mas gostei da experiência: hoje comprei mais cores, uns 3 tons de azul, um violeta, um branco de zinco. Estou louca para saber a diferença entre um branco de zinco e o branco de titaneo! adoro esses nomes: vermelho de cádmio escuro, azul phtalo, verde vessie, laca geranio, alizarin crimson - cor que já fui viciada, não conseguia pintar se não usasse o alizarin! Poderia fazer mil coisas, mas não quero...não sei.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

galeria



Galeria maua no verao






Para manter a galeria aberta durante o verão, resolvemos ocupar a sede do Arte de Portas Abertas, a Galeria Mauá, com pinturas, esculturas, objetos e outras coisas mais...


De 1 de fevereiro à 18 de março
Aberto de quinta a domingo das 14hs às 18hs.
Galeria Mauá, rua Monte Alegre, 277 – tel. 2507-5352

segunda-feira, janeiro 22, 2007

quadro novo


Fui ver o Calder no Paço, é muito gostoso ver os móbiles (que foram inventados por ele! e o Duchamp deu o nome, Mobile!), é engracado isso, pensar que antes não existiam "móbiles" - o tempo todo criando novas relações no espaço, o tempo todo se transformando...e tem vários vídeos passando, um sobre a vida dele bacanérrima, narrado em português e em outros momentos falado em inglês sem legendas (?!) As apresentações do circo que ele fazia eram geniais e engraçadas! Leve e criativo e bem humorado. Talvez, se fosse no Mam, com seus espaços amplos e claros, "casaria" melhor com as esculturas/móbiles dele.

Depois Jay Milder, esse no Mam, um pintor expressionista americano, bonito.

O chato foi ir ver um filme "vendido" como semelhante aos filmes do Spike Jonze (Quero ser John malkovitch, ...) e que era um filminho americano típico, desses feitos em série. E a praga do celular - na fila do banheiro uma mulher conversava ao celular como se todos quisessem saber da vida dela, acho que ela entrou no lavabo e fez (número 1? numero 2? ) falando ao celular...e uma mulher sentada ao meu lado também atendeu ao celular, então mudei de cadeira, e o cara do lado fazia"humm" e tossia o filme inteiro... as pessoas se acham muito importantes e o que acontece com elas idem, e se esqueceram de que estão em grupo!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

John Nicholson




Quadros do John Nicholson, acho lindos, eles passam um clima, uma intimidade talvez...
Dá para ficar olhando durante horas e horas e sempre se vêem coisa novas, a imagem tem uma profundidade, acho que é isso !

Carta da mamae para sua mae


São cartas que a minha mãe mandava para sua mãe, quando ela foi morar em Brasília. Só soube da existência delas qdo a vovó morreu. Elas vão de 1960 `a 1968; essa é legal porque tem o clima político da época, a dureza da época e expressões como "volante","lotação"...

  • Album de Retratos
  • -(Blog da família)


    Queridas mamãe e Ludmila (sem data)

    Aqui vão 2 retratos da “sua netinha” (que filha dedicada!...) e “sobrinha’. Com beijinhos para a vovó e “titia”... Estava com um humor péssimo, por isso saiu de cara amarrada, mas são os mais recentes.

    Se você não se incomoda, nem o casal Waldir, eu tenho idéia de ir a Brasília com eles (sem a Roberta) para ver se consigo o que desejava, que era lecionar (em 62, principalmente alfabetizar) em escola da PDF, caso houvesse falta de professoras primárias em Brasília. Meu registro de professora primária particular já está em andamento aqui e estou estudando uns métodos muito interessantes de alfabetizar de 2 professoras.

    Jango chegou ontem e foi uma apoteose sua chegada. Não sei se ele o merece ou não, mas ao menos serve para irritar o Lacerda. 2a. feira chega o Brizola e será outra apoteose, pois já estão jogando volantes convidando o povo.

    Muito obrigada pelo dinheiro. Foi ótimo.
    Caso Roberto e eu consigamos algum “de comer” em Brasilia, eu só irei de vez no mínimo em janeiro. A mulher do Roberto advogado ainda não me deu o tel. do outro advogado. Mas dará. O telefone subiu quase 200,00 e tia Vera diz que dinheiro para ele, é sempre de menos. Vou me inscrever também em alguns concursos que se estão abrindo. Esperamos liberá-la desse encargo o mais cedo possível.
    Beijos, Virginia

    Ludmila

    As tias ficaram encantadas com as cartas. Tia Juju te espera para o aniversário. (?)
    O Humberto já tem namorada, se não me engano. Eu o vi com uma mulata bem arrumadinha, mais baixa q.ue ele, meio “sobre o encantado”...Aliás ele me pagou o lotação outro dia.

    O Susto por aqui pouco aparece, por isso não posso controlá-lo...
    Jorge, Eliane, Célia mandam abraços.
    Beijos da
    Virginia

    Mamãe
    Assisti à conferência do Julião. Estava cheíssima. Gostei muito, embora perdesse muito, pois não tinha microfone nem ar refrigerado nem cadeiras para todos.
    V.

    Roberta vai bem, mas ainda não acertando com o urinol. Chama e tráz o dito depois que acabou de fazer o pipi. o cocô é + fácil.
    Os gêneros alimentícios subindo livremente dia a dia. Laranjas põe-se cartazes assim 50 50,00 1/2 dz (não consegui escrever dentro do quadrado). A pior carne ( assém) custa 150,00 o kg, (por enquanto) e etc, etc.
    Estamos recolhendo ( são umas sras. que formam a Liga Feminina da Guanabara) (acho que é assim) e Tia Vera (que faz parte com d. Nieta também) pediu-me que recolhesse por aqui assinaturas para memorial ao Jango pedindo que dê um jeito nisso, que nossos filhos ficam com fome para os frigoríficos ganharem mais, etc. Essa liga tem sras. de todas as tendências. Vs. podiam fundar a Liga Fem. de Brasilia...
    V.

    terça-feira, janeiro 16, 2007

    essa é engraçada, além de mostrar um lado totalmente desconhecido do papai! Chefe de seção em hospital ? Escola de samba?



    4 – I – 65 (incompleta)

    André faz 9 meses. Está engracadinho? Andréa faz 10 e é levadíssima. O catarro secou completamente só com ar puro, pouca roupa e sol pela manhã.. Muito simpática mas não bonita, na minha opinião. Na do Roberto, é uma beleza!…

    Limpei as paredes da sala, lavei as portas muito bem, pintei a varanda com 1 tinta que sobrou do corredor ( eu e um porteiro pintamos, todos pagaram) e o quarto. O apartamento está mais simpático. Comeremos sempre na cozinha ( estará mais limpa) logo que a geladeira da L. for para Verinha e então a nossa irá para o quarto.

    Abrimos 1 crediário na Sears (4000 por mês) para comprar os presentes de natal das crianças ( 2 carrinhos de bonecas, 2 caminhas idem, 1 pianinho) e mais 1 carrinho de feira que as veias das minhas pernas estão arrebentando, 1 sandália alta, crême para pele, maillot de 2 peças, esmalte para unhas – para mim. Compenetrei-me da proximidade da velhice e resolvi mandar brasa no aspecto – enquanto se é moça, há a mocidade; depois …mandaremos seus presentes pela mamãe.

    Cortei o cabelo `a lá 1.930. Virginia 65 é fogo. Ninguém gostou. Só eu e Roberto. Já é bastante.

    Roberto adora o hospital. É chefe de seção e é queridíssimo por eles e elas ( principalmente). Elas treparam na árvore, cortaram um galho, pratearam e deram para ele trazer para casa ( ele havia externado o desejo ). Enfeitou com as bolas da L. Ficou bonitinha. Roberto agora frequenta a Escola de Samba Império da Tijuca – 2 x por semana vai aos ensaios. Escreveu o roteiro para eles. Ela foi campeã o ano passado das escolas de 2a. categoria. Passou para 1a. e vai desfilar com as grandes este ano. A cabrocha mais bonita da Escola já se embeiçou pelo Roberto e tomou um “pitão” por causa dele. O noivo dela olhou fuzilando para ele. Qualquer dia ele chega partido em 10 em casa. Ele me convidou para ir, mas além de não ter com quem deixar as crianças, tenho mêdo também da mulher cismar com a minha cara ( Este homem é meu, vagabunda!… e antes de eu dizer :- Pode levar, é seu – a navalha zum!…)
    Está passando “Oito e meio’ aqui.

    quarta-feira, janeiro 03, 2007

    quarta-feira, dezembro 13, 2006



    Hoje comprei um vestido gracinha e lúdico, no bazar da Patricia Terra. Parece vestido de criança! E essa bolsa escandalosa, que parece de circo, comprei numa loja de 1,99 no centro ( só que ela custou 6,00!) . Se alguém vir uma bolsa verde andando pela rua, já sabe! Conversando sobre o
  • Memoria Afetiva

  • ela disse que eu fiz um vocabulário; sim, pensei depois, além de um vocabulário de formas, é um vocabulário afetivo. Um álbum de memórias, de certa forma.

    terça-feira, dezembro 12, 2006




    A volta pra casa, pelas pedras e sombras e manchas.



    Noite gostoooosa conversando, bebendo, e, em alguns momentos, dando uma passada num fio pra lá, num fio pra cá...ampliando a trama da rede, trabalho do João Modé "apropriado" pela Cássia!

    domingo, dezembro 10, 2006

    Tentativas de pintar, ainda no começo.
    Apesar das críticas `a figuração, tem mais a ver comigo.
    caixas, embalagens, sacos...está virando uma obsessão!!

    Embrião de idéia, um varal com objetos que guardo não sei bem porquê e que contém memórias minhas..papéís de embalagens, ingressos para o Grupo Corpo, molde de cadeira para as camisas, etc etc etc. coloquei alguns em sacos plásticos.
    Tenho que pensar melhor...

    caderno de imagens pregadas na parede





    terça-feira, dezembro 05, 2006

    Machine d'Anticyth'ere ou... eram os deuses astronautas ?


    Após o "bife" abaixo, foto de uma máquina fantástica que calculava os calendários solares e lunares, o movimento de outras estrelas e planetas, os eclipses lunares, etc. Encontrada num antigo barco grego no fundo do mar (Astronomy Picture of the Day).

    mangas que caem

    depois de um sonho estranho ou muito estranho, onde haviam me chamado para fazer umas fotos para a Playboy e no começo achava esquisito eles terem me escolhido por eu não ter um corpo muito jovem ou não ser uma top-model, mas se confirmava o convite enfim aquelas coisas de sonho vai não vai e nunca rolavam as fotos ...e a sensação de estranheza durante o sonho continuava, um certo desconforto porque não entendia porque eu?, como se então o meu corpo estivesse jovem? e eu não soubesse. depois pensei que isso tinha a ver com a noite anterior eu me olhando no espelho espantada com o envelhecimento do meu corpo.
    Enfim acordei. meio pesada...não sei o que me fez acordar e continuei meio tonta, meio besta, sem reaçao diante do dia que existia, sem reaçao diante da vida que continuava indo e eu parecia de fora, olhando bestificada como aquilo era possível. Ela parecia indo lá e eu de fora, olhando assustada. via.
    Comi duas torradas e levei 1 banana para comer na sala, olhando o megazine e lendo o Cuenca que estava legal, e comi outra banana que já estava ali, na mesinha. tudo meio devagar...sabia que tinha que ir para o casarão desmontar a instalação mas ralentava esse momento. então a Regina ligou estressada e foi como um sôco, um balde de água fria p'reu voltar `a realidade. Fiquei deprimida, andando pelas ruas. sem dinheiro nenhum tendo que ficar fazendo um puta trabalho braçal e tendo que ir entregar a nota mas como comprar a nota sem dinheiro? e a conta de luz que vai vencer.e os 30 reais que tenho que arrumar para pagar aos caras que estão me ajudando. enquanto andava pela almirante alexandrino tentei não ficar muito pesada na terra como o extra-terrestre disse ontem tentei pensar que estava num planeta que estava rodando num universo e que existiam outros planetas rodando também e como a rua estava em uma descida eu tentava ver e sentir a forma arredondada do planeta tentava sentir essa sensação de estar andando em uma bola. isso tudo para não ficar muito grande o meu problema perto do universo enorme!
    e na casa trabalhei trabalhei trabalhei foi engracado e constante e tranquilo? e também foi cansativo. e um estresse também. e foi. engraçado que um dos caras, que mora na comunidade da Fallet ( ou os dois) lembrava do Pedro meu irmão era um outro Pedro, como se estivessem falando de outra pessoa com outra vida e que eu não vi essa vida ( ou talvez tenha visto rápidamente, entre parênteses) talvez isso tenha feito rolar alguma empatia entre nós 3. outro mundo. mundos e mundos `as vezes planetas muito diferentes entre si. Planetas de nôvo. vontade de escrever de nôvo em inglês. ou francês. mas achei que ia ficar cafona e talvez besta.
    again. encore.
    sim, mas pensei maintenant, que acho uma palvara linda mas é agora...
    agora.
    tentando me entender no tempo. o tempo que passa e quanto ele passa ? como aquelas cenas em que a câmera dá uma volta de 360 graus sobre o personagem. como se o tempo também mudasse. uma reviravolta no tempo.
    voltei de bonde. cheguei em casa e o telefone não estava funcionando! puta que pariu! chorei chorei chorei e lavei a louça e a água que descia me fez chorar mais. como uma tensão saindo e descendo e escorrendo. tudo. a forma de pensar a vida não se "casa" com a vida!...e toda a questão do trabalho. trabalho não era para ser uma realização ou um prazer ou o que se gostasse ? e não trabalho só para ganhar dinheiro e essa contradição e as cobranças das pessoas...e pior (ou melhor) é que passei por 3 dias muito bons!
    o mais surreal foi no meio disso tudo a mulher do Unibanco ligando e dizendo que o Unibanco gostava muito de me ter como cliente (lembrei da crônica da Cora Rónai e o orgulho que ela sentia porque o Amex dizia que ela era associada!) e porque eu não colocava minhas contas em débito automático!

    musicas que preenchem o espaço. gosto de preencher os espaços sempre ( pipoca/estopa/caixas de papelão).
    a música das cordas esticadas. Cida. pipocas. a vista impressionante. não estou conseguindo passar nada, só descrever.

    foi bom, muito bom. mangas que caiam. o vento. as moças na cadeira, simpatias........a menina da barraquinha precisa-se muito gracinha. a moita e aqueles meninos. o meu trabalho. as pessoas falando do meu trabalho. a recepçao foi muito legal. o vernissage.
    sim, tenho que pensar niso e me encher disso. me encher disso e não deixar espaço para coisas chatas.

    sábado, dezembro 02, 2006


    Voltei de kombi. 4 pessoas em cada banco, 11 pessoas no total, contando com o motorista. meio apertado, escuro, algumas pessoas são gordas, uma criança vai em pé . Começo a me sentir sufocada, o motorista ainda por cima liga o rádio! uma música americana qualquer, descartável. O som alto. Eu quero sair dali o mais rápido possível, fico me segurando. Tapo os ouvidos, fecho os olhos. Porque essa mania de ouvir música o tempo tôdo, sem nenhuma escolha ? Qualquer coisa serve! me sinto em algum lugar onde não me reconheço... olho para o lado, só vejo rostos cansado e resignados.

    estava vindo do Museu da República, onde tinha ido ver uma exposição chamada Jardim das Delîcias. Que nome ótimo, pensei, em cima da pintura do Bosch. Eu achei que seriam performances, esculturas pelo jardim, mas eram vídeos e poucas performances; depois de tentar assistir `a um vídeo onde a câmera filmava de dentro de um carro uma rua engarrafada, paralelamente `a uma imagem da mesma rua "desengarrafada", comentei com Analu, Patricia e um casal : que vídeo chato! A autora do vídeo estava ali! ela fazia parte do dito "casal"; (fora! fora!). fiquei sem graça, mas ela disse que era chato mesmo, que era pra mostrar isso, o tédio de um engarrafamento...

    antes disso tinha tido a triste notícia de que o dinheiro que deveria ter entrado na minha conta dia 30 havia sido adiado para dia 9 sem ninguém se dar ao trabalho de me avisar; cheques pré voando, etc etc... vontade de ligar, brigar, espernear, mas me sinto impotente. Deveria ter ido ao cinema, pelo menos ...!

    cheguei em casa, meus bonitinhos estavam me esperando... é bom ter gatos!
    comi comi comi, minha barriga está meio pesada, sorvete+ pão integral de verdade torrado com queijo-minas (hum, delícia!) + porções extras de queijo.

    acho que só penso em comer e em cinema!