sábado, fevereiro 06, 2010
sexta-feira, fevereiro 05, 2010
sai de casa a luz la fora me encantou em vez de taxi resolvi andar ou talvez a palavra melhor seja pular de muletas o espaço aberto grande as pessoas pessoas frutas sinais bares vitrines onde me vi pedrinhas nesse pedaço a calçada levanta buracos 4 quadras! mais 2 pistas da praia andei até um quiosque eu que nunca gostei de ficar no calçadão estava amando sentada numa cadeira amarela de frente para o sol sol na minha cara de frente por favor não tem coco so no outro!, o mar azul la embaixo com linhas linhas linhas que não param de se mexer coco maravilhoso que acabou antes da hora
corpos bonitos corpos estranhos gatinhas garotões ouvindo as conversas as linguas saias biquinis azuis amarelos listras shortinhos muitos shortinhos e vestidinhos poses bicicletas cabelos turistas solsolsol suei muito mas estava otimo fotografei com o celular de um garoto tomara que ele me mande da proxima vez levar a maquina voltei lentamente sentando nas cadeiras que normalmente não percebemos que ficam nas calçadas - cadeiras dos porteiros dos vendedores de frutas dos bicheiros comprei uma manga e pendurei na muleta parece que andei quilometros preciso fazer isso mais
corpos bonitos corpos estranhos gatinhas garotões ouvindo as conversas as linguas saias biquinis azuis amarelos listras shortinhos muitos shortinhos e vestidinhos poses bicicletas cabelos turistas solsolsol suei muito mas estava otimo fotografei com o celular de um garoto tomara que ele me mande da proxima vez levar a maquina voltei lentamente sentando nas cadeiras que normalmente não percebemos que ficam nas calçadas - cadeiras dos porteiros dos vendedores de frutas dos bicheiros comprei uma manga e pendurei na muleta parece que andei quilometros preciso fazer isso mais
quinta-feira, fevereiro 04, 2010
o parque era uma parede verde-negra, o céu agarrava as arvores
minha cabeça moia pensamentos
o céu tem de se desprender do chão quando clareia
sempre gostei de fazer isso, anotar frases , palavras de que gostava dos livros
uma coleção de frases assim como se coleciona caixas de fosforos ou maços de cigarros
quando era pequena saia catando maços de cigarros pelas ruas! hoje em dia não consigo não achar horrivel isso...e caixas de fosforos e
depois colecionei frasqueiras que estão se acabando e alguns poucos marcadores de livros que ficavam num caminhaozinho de madeira que acabei dando para o menino
e agora ficam naquele sofazinho miniatura, na estante
hoje resolvi ficar quieta quieta e quase não sai do quarto
ja que as opções...mas ai os pensamentos crescem e invadem e ficam enormes e tenho que fingir que eles não tem muita importancia
minha cabeça moia pensamentos
o céu tem de se desprender do chão quando clareia
sempre gostei de fazer isso, anotar frases , palavras de que gostava dos livros
uma coleção de frases assim como se coleciona caixas de fosforos ou maços de cigarros
quando era pequena saia catando maços de cigarros pelas ruas! hoje em dia não consigo não achar horrivel isso...e caixas de fosforos e
depois colecionei frasqueiras que estão se acabando e alguns poucos marcadores de livros que ficavam num caminhaozinho de madeira que acabei dando para o menino
e agora ficam naquele sofazinho miniatura, na estante
hoje resolvi ficar quieta quieta e quase não sai do quarto
ja que as opções...mas ai os pensamentos crescem e invadem e ficam enormes e tenho que fingir que eles não tem muita importancia
domingo, janeiro 31, 2010
escrevo sobre minha instabilidade e penso se sou bipolar, palavra meio na moda. acho que papai e mamãe eram, principalmente mamãe. Será que não tem como jogar fora tudo o que herdamos deles e que não é nosso, que não somos nós ? no biografico ficou essa sensação: isso é sua mãe, isso é seu pai. mas talvez não exista essa pessoa que é só ela; ou talvez a idéia seja se livrar dos excessos, ou das pulsões que assumimos como nossas e que são muito mais ligadas a desejos "deles". Ih, tá confuso, risos.
Controlar a instabilidade, não deixar ela tomar conta de tudo, ou fingir, to pretending.
ontem costureiras furaram como sempre, tudo furou, cheguei em casa exausta, aos pedaços. de noite meu rosto doia, a boca. os gatos dormiram comigo, lindinhos, Bubu, Coco e Miranda. Agora escuto Jamie Cullum como sempre, depois de um simpatico almoço no Gourmet, tomei 2 taças de prosecco rosé, me salvou de um desastre qualquer, Rita me salvou de um desastre qualquer, agora parece que tudo esta indo engraçado que a idéia a imagem que sempre vem é indo caminho melhora como se realmente houvesse um caminho.
sexta-feira, janeiro 29, 2010
terça-feira, janeiro 26, 2010
Rola uma discussão que so acompanho à distancia, tanto por dificuldades de me inserir nesse ser-artistapolitico quanto, agora, por estar com o pé engessado, mas achei interesante esse texto do Wilton Montenegro, que aponta, acho, algumas contradições e/ou caminhos.
Algum tempo antes de se suicidar, Nicos Poulantzas escreveu um ensaio sobre a questão do partido, discussão candente nos anos 60/70, onde dizia que, no instante mesmo em que é criada, a forma partido torna-se passado, pois só atende às reivindicações estabelecidas até o momento de sua fundação. Desdobremos isso até sua teoria sobre o Estado que, segundo Luiz Eduardo Motta, “ainda se faz presente quando se percebe que muitas de suas questões abordadas ainda permanecem (mesmo que tragam consigo novos problemas como o fenômeno da judicialização da política e das relações sociais, que fortaleceu as instituições estatais do direito e as representações funcionais jurídicas perante a crise das representações políticas do poder Legislativo e do Executivo), surgindo como uma nova forma de autoritarismo estatal, da fragmentação das decisões e das execuções do poder de Estado com a emergência das agências reguladoras e do chamado "terceiro setor", da formação de blocos regionais políticos e econômicos, do fortalecimento do poder local e a questão da "glocalização", da construção de novas formas de política de controle com o emprego das tecnologias de informação e da complexificação da sociedade civil e dos novos movimentos sociais.” A parte que fala de agências reguladoras e judicialização, lembra alguma coisa?
O Estado contemporâneo, especialmente se constituído por transformações não antagônicas, (como o Estado brasileiro antes x após 1930, onde a economia mudou de forma sem mudar de mãos), carrega o peso de apenas adaptar suas instituições, sem realmente transformá-las. Isso faz com que a maioria dos seus órgãos administrativos permaneça ainda preso a um arcabouço antigo que dá a devida sustentabilidade ao sistema. Para não enveredar demasiado por essa área, lembremos que a expansão horizontal da economia proposta pelo pessoal da Unicamp, continua negada pela afirmação do medo da inflação disseminado pelos herdeiros do pensamento de Samuelson. Isto é, a frase do Delfim continua valendo: é preciso crescer o bolo para depois reparti-lo, o que também significa que a pirâmide social brasileira, apesar de ter melhorado consideravelmente no governo Lula, continua isósceles em vez de escalena.
Claro que numa política de estado, tudo o que ele faz é também cultural, tanto no sentido de Civilização (Kultur), quanto no de formação (bildung), para usar as definições de Étienne Balibar, e atinge claramente suas instituições culturais. O conselho federal de cultura foi criado para abrigar um dos nossos maiores poetas, que estava passando dificuldade de sobrevivência, e está com nova versão. A Funarte, apesar de ter sido criada durante a ditadura militar, em 1975, desempenhou um papel importante no desenvolvimento e integração de algumas linguagens. As instituições vão se adaptando aos tempos para poder sobreviver, e não raro tornam-se lugares de vícios culturais ou cabides de emprego. Todavia, é bom lembrar que alguns personagens da área passaram para a história como formuladores, como Gustavo Capanema e Aloísio Magalhães (este, duplamente), e outros ainda poderão entrar nesse pequeno círculo.
Roberto Schwarz, em 1986, começou uma conferência assim: “Brasileiros e latino-americanos fazemos constantemente a experiência do caráter postiço, inautêntico, imitado da vida cultural que levamos. Essa experiência tem sido um dado formador de nossa reflexão crítica desde os tempos da Independência . Ela pode ser e foi interpretada de muitas maneiras (...), o que faz supor que corresponda a um problema durável e de fundo.”
E terminou assim: “... o que importa, a saber, a dimensão organizada e cumulativa do processo, a força potenciadora da tradição, mesmo ruim, as relações de poder em jogo, internacionais inclusive. Sem prejuízo de seus aspectos inaceitáveis – para quem? – , a vida cultural tem dinamismos próprios, de que a eventual originalidade, bem como a falta dela, são elementos entre outros. (...).”
Recentemente, George Kornis, numa palestra no MAM, falou sobre o desconhecimento da América Latina e de seus artistas entre nós. Agora que estamos buscando conhecer experiências que possam formar nossas instituições, todos, eu inclusive, buscamos exemplos no assim chamado primeiro mundo. Bom, proponho uma olhada na nossa história brasileira e latina. O México é um país pródigo no respeito à arte contemporânea, com museus e centros culturais voltados para as mais diversas experiências estéticas. O Lezama Lima diz que o Aleijadinho é um dos dois mais importantes artistas latino-americanos, o outro é um arquiteto inca; o cânone da literatura ocidental, escrito por Harold Bloom, ressente-se da obra de Machado de Assis ser escrita em português (aliás, diz-se que o Fernando Pessoa seria o mais importante poeta do século 20 se escrevesse em inglês). É preciso voltarmos os olhos para nós mesmos, para perder essa mania de falsa educação e esse complexo de inferioridade (lembro que Caetano Veloso, que escreveu sobre peitinhos e putinhas, disse estar envergonhado da linguagem chula do presidente). Em conversa recente com Zalinda Cartaxo, ela afirmou que a arte contemporânea brasileira não fica a dever nada à arte produzida na Europa, onde ela passou um ano estudando. O Balibar, inclusive, afirma que a formação contemporânea européia hoje é produzida principalmente por imigrantes.
Há um livro, um cartapácio de cerca de 700 páginas, chamado Conceptual Art in Latin America, escrito pelo Luis Camnitzer, onde ele lista todos os artistas latino-americanos de arte conceitual – menos ele, por pudor. O livro foi editado pela Universidade do Texas. Aos amigos da academia, uma questão: as livrarias estão cheias de obras de Arthur Danto, Hal Foster, Rosalind Krauss, André Rouillé, Vilém Flusser, etc. Se alguém precisar estudar a obra do nosso mais importante crítico de arte, o Mário Pedrosa, vai ter que se contentar com apenas um ou dois volumes da coleção organizada pela Otília Arantes. Talvez, para piorar as coisas, tenha que se contentar com as 190 páginas de outro volume organizado por ela, com o Itinerário Crítico, numa edição Cosac&Naify encadernada (nada mais anti-Mário) com uma sobrecapa que reproduz parte (infelizmente) de uma obra da Lygia Pape.
Para terminar. Em entrevista recente, Roberto Machado disse que Deleuze não é um filósofo preocupado com a origem. Ele é um filósofo do meio, porque é ali, segundo ele, que as coisas acontecem, os processos se dão, as diferenças aparecem como multiplicidades. Multiplicidade é um conceito que representa todos nós.
Algum tempo antes de se suicidar, Nicos Poulantzas escreveu um ensaio sobre a questão do partido, discussão candente nos anos 60/70, onde dizia que, no instante mesmo em que é criada, a forma partido torna-se passado, pois só atende às reivindicações estabelecidas até o momento de sua fundação. Desdobremos isso até sua teoria sobre o Estado que, segundo Luiz Eduardo Motta, “ainda se faz presente quando se percebe que muitas de suas questões abordadas ainda permanecem (mesmo que tragam consigo novos problemas como o fenômeno da judicialização da política e das relações sociais, que fortaleceu as instituições estatais do direito e as representações funcionais jurídicas perante a crise das representações políticas do poder Legislativo e do Executivo), surgindo como uma nova forma de autoritarismo estatal, da fragmentação das decisões e das execuções do poder de Estado com a emergência das agências reguladoras e do chamado "terceiro setor", da formação de blocos regionais políticos e econômicos, do fortalecimento do poder local e a questão da "glocalização", da construção de novas formas de política de controle com o emprego das tecnologias de informação e da complexificação da sociedade civil e dos novos movimentos sociais.” A parte que fala de agências reguladoras e judicialização, lembra alguma coisa?
O Estado contemporâneo, especialmente se constituído por transformações não antagônicas, (como o Estado brasileiro antes x após 1930, onde a economia mudou de forma sem mudar de mãos), carrega o peso de apenas adaptar suas instituições, sem realmente transformá-las. Isso faz com que a maioria dos seus órgãos administrativos permaneça ainda preso a um arcabouço antigo que dá a devida sustentabilidade ao sistema. Para não enveredar demasiado por essa área, lembremos que a expansão horizontal da economia proposta pelo pessoal da Unicamp, continua negada pela afirmação do medo da inflação disseminado pelos herdeiros do pensamento de Samuelson. Isto é, a frase do Delfim continua valendo: é preciso crescer o bolo para depois reparti-lo, o que também significa que a pirâmide social brasileira, apesar de ter melhorado consideravelmente no governo Lula, continua isósceles em vez de escalena.
Claro que numa política de estado, tudo o que ele faz é também cultural, tanto no sentido de Civilização (Kultur), quanto no de formação (bildung), para usar as definições de Étienne Balibar, e atinge claramente suas instituições culturais. O conselho federal de cultura foi criado para abrigar um dos nossos maiores poetas, que estava passando dificuldade de sobrevivência, e está com nova versão. A Funarte, apesar de ter sido criada durante a ditadura militar, em 1975, desempenhou um papel importante no desenvolvimento e integração de algumas linguagens. As instituições vão se adaptando aos tempos para poder sobreviver, e não raro tornam-se lugares de vícios culturais ou cabides de emprego. Todavia, é bom lembrar que alguns personagens da área passaram para a história como formuladores, como Gustavo Capanema e Aloísio Magalhães (este, duplamente), e outros ainda poderão entrar nesse pequeno círculo.
Roberto Schwarz, em 1986, começou uma conferência assim: “Brasileiros e latino-americanos fazemos constantemente a experiência do caráter postiço, inautêntico, imitado da vida cultural que levamos. Essa experiência tem sido um dado formador de nossa reflexão crítica desde os tempos da Independência . Ela pode ser e foi interpretada de muitas maneiras (...), o que faz supor que corresponda a um problema durável e de fundo.”
E terminou assim: “... o que importa, a saber, a dimensão organizada e cumulativa do processo, a força potenciadora da tradição, mesmo ruim, as relações de poder em jogo, internacionais inclusive. Sem prejuízo de seus aspectos inaceitáveis – para quem? – , a vida cultural tem dinamismos próprios, de que a eventual originalidade, bem como a falta dela, são elementos entre outros. (...).”
Recentemente, George Kornis, numa palestra no MAM, falou sobre o desconhecimento da América Latina e de seus artistas entre nós. Agora que estamos buscando conhecer experiências que possam formar nossas instituições, todos, eu inclusive, buscamos exemplos no assim chamado primeiro mundo. Bom, proponho uma olhada na nossa história brasileira e latina. O México é um país pródigo no respeito à arte contemporânea, com museus e centros culturais voltados para as mais diversas experiências estéticas. O Lezama Lima diz que o Aleijadinho é um dos dois mais importantes artistas latino-americanos, o outro é um arquiteto inca; o cânone da literatura ocidental, escrito por Harold Bloom, ressente-se da obra de Machado de Assis ser escrita em português (aliás, diz-se que o Fernando Pessoa seria o mais importante poeta do século 20 se escrevesse em inglês). É preciso voltarmos os olhos para nós mesmos, para perder essa mania de falsa educação e esse complexo de inferioridade (lembro que Caetano Veloso, que escreveu sobre peitinhos e putinhas, disse estar envergonhado da linguagem chula do presidente). Em conversa recente com Zalinda Cartaxo, ela afirmou que a arte contemporânea brasileira não fica a dever nada à arte produzida na Europa, onde ela passou um ano estudando. O Balibar, inclusive, afirma que a formação contemporânea européia hoje é produzida principalmente por imigrantes.
Há um livro, um cartapácio de cerca de 700 páginas, chamado Conceptual Art in Latin America, escrito pelo Luis Camnitzer, onde ele lista todos os artistas latino-americanos de arte conceitual – menos ele, por pudor. O livro foi editado pela Universidade do Texas. Aos amigos da academia, uma questão: as livrarias estão cheias de obras de Arthur Danto, Hal Foster, Rosalind Krauss, André Rouillé, Vilém Flusser, etc. Se alguém precisar estudar a obra do nosso mais importante crítico de arte, o Mário Pedrosa, vai ter que se contentar com apenas um ou dois volumes da coleção organizada pela Otília Arantes. Talvez, para piorar as coisas, tenha que se contentar com as 190 páginas de outro volume organizado por ela, com o Itinerário Crítico, numa edição Cosac&Naify encadernada (nada mais anti-Mário) com uma sobrecapa que reproduz parte (infelizmente) de uma obra da Lygia Pape.
Para terminar. Em entrevista recente, Roberto Machado disse que Deleuze não é um filósofo preocupado com a origem. Ele é um filósofo do meio, porque é ali, segundo ele, que as coisas acontecem, os processos se dão, as diferenças aparecem como multiplicidades. Multiplicidade é um conceito que representa todos nós.
domingo, janeiro 24, 2010
dia maravilhoso maravilhoso maravilhoso sai da minha rotina que se tornou essa semana na casa da Rita andar até o banheiro andar até a sala banho de chuveirinho algumas poucas roupas ver emails emails pensamento pensamento brrrrrrrrrrrrr comer. ler algo...descansando descansando
e comemos bebemos vinho rosé andei restaurante travessa na casa deles andei até o cinema o que foi um exercicio e tanto
vou ficar com um muque! e a perna esquerda grossa! talvez a outra também
folheei o livrinho da Sophie e foi tão bom essa sensação do mundo, sair dos meus pensamentos de sempre e o fime do Resnais com os dialogos fora dos atores como ontem no Manhattan
o tempo levemente extendido
estar na casa deles que é linda vendo as obras os moveis eu
com eles outras coisas me ver de outro jeito andar de muletas perceber que as pessoas te olham como uma invalida e isso é engraçado porque se eu fosse...e ver que posso voltar a ir para a vida
estava meio presa dentro da idéia de não
e percebi ah como demoro que não preciso ser tão externa externa externa e que posso viver algumas coisas so para mim e que não preciso dividir com todos sempre tudo tudo embora ao mesmo tempo dê uma vontade de falar olha esta acontecendo isso e isso e isso mas relativizei mudou a importância o foco
uma redescoberta
e comemos bebemos vinho rosé andei restaurante travessa na casa deles andei até o cinema o que foi um exercicio e tanto
vou ficar com um muque! e a perna esquerda grossa! talvez a outra também
folheei o livrinho da Sophie e foi tão bom essa sensação do mundo, sair dos meus pensamentos de sempre e o fime do Resnais com os dialogos fora dos atores como ontem no Manhattan
o tempo levemente extendido
estar na casa deles que é linda vendo as obras os moveis eu
com eles outras coisas me ver de outro jeito andar de muletas perceber que as pessoas te olham como uma invalida e isso é engraçado porque se eu fosse...e ver que posso voltar a ir para a vida
estava meio presa dentro da idéia de não
e percebi ah como demoro que não preciso ser tão externa externa externa e que posso viver algumas coisas so para mim e que não preciso dividir com todos sempre tudo tudo embora ao mesmo tempo dê uma vontade de falar olha esta acontecendo isso e isso e isso mas relativizei mudou a importância o foco
uma redescoberta
quarta-feira, janeiro 20, 2010
o que não escrevi: como me senti aliviada quando o médico disse que eu iria engessar o pé
ao invés de operar e ficar tres semanas esperando a operação naquela maca absurda
e humana
e o pequeno drama que protagonizei, chorando, quando levei um choque apos ouvir do médico, em palavras profissionais e rapidas
fraturou o calcâneo, vai ter que colocar um pino, cirurgia, internação ja
e a vida que estava levando até aquela hora se desmoronou na minha cabeça
agora até gosto de estar aqui, de "férias", numa casa com estrutura,
estava cansada da minha ardua casa, estava querendo me mudar mesmo!
e daquela vida ter dado uma pausa
amanhã vou alugar uma muleta
ao invés de operar e ficar tres semanas esperando a operação naquela maca absurda
e humana
e o pequeno drama que protagonizei, chorando, quando levei um choque apos ouvir do médico, em palavras profissionais e rapidas
fraturou o calcâneo, vai ter que colocar um pino, cirurgia, internação ja
e a vida que estava levando até aquela hora se desmoronou na minha cabeça
agora até gosto de estar aqui, de "férias", numa casa com estrutura,
estava cansada da minha ardua casa, estava querendo me mudar mesmo!
e daquela vida ter dado uma pausa
amanhã vou alugar uma muleta
terça-feira, janeiro 19, 2010
essa foto é da Bel na sala onde fizeram a tala e depois o gesso
na noite em que passamos pelo Miguel Couto
ja escrevi um pouquinho mas ainda estava meio triste pensando na morte da bezerra como fico sempre
e a menina que quando acordei na enfermaria lotada, além do cara recem operado todo ensanguentado do meu lado e que estava nu, estava lá também sentada numa cadeira de rodas
com um ar triste ausente ela não estava lá ou sofria muito
muito, longe
estava antes na tomografia, e tinha vomitado
depois a vi, em alguma parte, perdida ou esperando
e de manhã ela vomitou de novo, sentada na enfermaria, com mais quinze outras pessoas que também esperavam
a mulher que chorou de manhã e que me deu um copo de água
a mulher que falava de Jesus
a menina que casou com o indio aos treze anos e que se comunicava telepaticamente com ele sua alma gêmea e que escreveu um livro de poesias aos quatorze e tinha um rosto doce e louco e me perguntou se eu não lembrava dela e que adorou o livro do Coetzee que estava comigo e que disse que eu era bonita e lembrava sua mãe
a mulher que estava numa maca sem colchão e que qdo recebi alta pulou para a minha
o unico banheiro para trinta pessoas
a enfermeira mal humorada que me deu um copo de café com leite e muito açucar e eu devolvi gentilmente, e ela reclamou que eu deveria ter avisado a nutricionista que ainda não havia aparecido
a nutricionista que apareceu e não me perguntou nada
o médico lindo que parecia o Rodrigo Santoro e me deu alta repentinamente e estava de camisa pólo e perguntei à ele se ele já estava indo e ele ficou surpreso
o cara bonitão que fraturou o nariz e que foi assaltado e empurrou minha cadeira até o raio x
os maqueiros que sumiam
muitos e muitos médicos que apareceram de manhã, numa espécie de procissão
na noite em que passamos pelo Miguel Couto
ja escrevi um pouquinho mas ainda estava meio triste pensando na morte da bezerra como fico sempre
e a menina que quando acordei na enfermaria lotada, além do cara recem operado todo ensanguentado do meu lado e que estava nu, estava lá também sentada numa cadeira de rodas
com um ar triste ausente ela não estava lá ou sofria muito
muito, longe
estava antes na tomografia, e tinha vomitado
depois a vi, em alguma parte, perdida ou esperando
e de manhã ela vomitou de novo, sentada na enfermaria, com mais quinze outras pessoas que também esperavam
a mulher que chorou de manhã e que me deu um copo de água
a mulher que falava de Jesus
a menina que casou com o indio aos treze anos e que se comunicava telepaticamente com ele sua alma gêmea e que escreveu um livro de poesias aos quatorze e tinha um rosto doce e louco e me perguntou se eu não lembrava dela e que adorou o livro do Coetzee que estava comigo e que disse que eu era bonita e lembrava sua mãe
a mulher que estava numa maca sem colchão e que qdo recebi alta pulou para a minha
o unico banheiro para trinta pessoas
a enfermeira mal humorada que me deu um copo de café com leite e muito açucar e eu devolvi gentilmente, e ela reclamou que eu deveria ter avisado a nutricionista que ainda não havia aparecido
a nutricionista que apareceu e não me perguntou nada
o médico lindo que parecia o Rodrigo Santoro e me deu alta repentinamente e estava de camisa pólo e perguntei à ele se ele já estava indo e ele ficou surpreso
o cara bonitão que fraturou o nariz e que foi assaltado e empurrou minha cadeira até o raio x
os maqueiros que sumiam
muitos e muitos médicos que apareceram de manhã, numa espécie de procissão
segunda-feira, janeiro 18, 2010
tinha escrito na ilha achei no meu caderninho
tentando
a galinha esta dormindo na escada
preciso de uma reeducação sentimental
conversas formais
mas esse marzão todo e céu enorme e terra enorme,
e fantasias estúpidas
o que importa é a animação, somente
Fernando diz que precisamos agradecer
agradecer estar aqui parada com o pé engessado
meio triste
tudo bem
tentando
a galinha esta dormindo na escada
preciso de uma reeducação sentimental
conversas formais
mas esse marzão todo e céu enorme e terra enorme,
e fantasias estúpidas
o que importa é a animação, somente
Fernando diz que precisamos agradecer
agradecer estar aqui parada com o pé engessado
meio triste
tudo bem
dormi um pouco, acordei eram quatro e pouco da manhã, resolvi pegar o lençol que cobria a cama e me cobrir, tinha um montinho de areia tentei guardar a areia, a areia da praia onde tudo aconteceu
o bom é que tudo fica sem sentido: os desejos, quereres, pensamentos, cobranças a unica coisa é esperar os acontecimentos
toca um despertador no meio dessa enfermaria permanentemente acesa; meu pé dói
estava tudo tão encaixado e eu desencaixei foi isso desequilibrei espontaneamente e na praia eu não estava ali?
só em superfície a casca
e foi tudo tão rápido
o bom é que tudo fica sem sentido: os desejos, quereres, pensamentos, cobranças a unica coisa é esperar os acontecimentos
toca um despertador no meio dessa enfermaria permanentemente acesa; meu pé dói
estava tudo tão encaixado e eu desencaixei foi isso desequilibrei espontaneamente e na praia eu não estava ali?
só em superfície a casca
e foi tudo tão rápido
sexta-feira, janeiro 15, 2010
hoje foi bom e ruim
agora chove muito e tenho medo de ficar sem luz, de novo
e nao poder ler nem escrever nem mandar coisas pela internet
medo de acordar e a sala estar alagada
uma sensação de desconforto
o bom foi o apartamento lindinho e correr no final de tarde, esperando que caisse uma chuvinha
ruim passar a tarde e a noite toda sem luz
esperando sem saber
e so agora, de madrugada...
agora chove muito e tenho medo de ficar sem luz, de novo
e nao poder ler nem escrever nem mandar coisas pela internet
medo de acordar e a sala estar alagada
uma sensação de desconforto
o bom foi o apartamento lindinho e correr no final de tarde, esperando que caisse uma chuvinha
ruim passar a tarde e a noite toda sem luz
esperando sem saber
e so agora, de madrugada...
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