segunda-feira, outubro 24, 2011
não ia à praia desde fevereiro com minha irmã, uma vez em que fomos cedinho e rapido e foi uma delicia, depois tomamos banho no posto peguei o metro e fui pra Travessa, hoje sai mais cedo, percurso ao contrario, andei até o final do leblon, na areia fofa, beira do mar; no meio da volta minhas pernas e pés doiam, desacostumada, acabei no final indo pra areia dura. tatuagens, mulheres de peitos siliconados e derrieres enormes, navios ao longe, mar mexido e gelado acabei não mergulhando por absoluta falta de coragem, nenens, muitos playboys e patricinhas no trecho entre cesar park e posto 9, argentinos, franceses, pessoas muito gordas, cachorrinhos e lembrava da Panda doente em casa, sol de frente delicioso, minha sombra na minha frente na volta, eu andando andando andando tentando não pensar muito e escutar o mar somente mas conseguindo so um pouquinho, maresia, as pessoas se olham, meninas, chapéus grandes e oculos escuros, dois surfistas se preparam para entrar na agua com aquela roupa preta colada no corpo, muitas pessoas se fotografando, esta tão descritivo tudo, eu e meu corpo sem saber qual é, olhava pra outras mulheres, outros corpos para ver se pareciam com o meu, nem sentei não sei porque, parei no posto pra fazer pipi, depois um certo vexame no mercado onde peguei algumas coisinhas apetitosas e meu cartão foi recusado, tirei algumas coisas e a mesma coisa, fui até o banco e descobri que so tinha 11 reais, rs, voltei e comprei so pão manteiga e atum pra Panda, devolvi o iogurte de marca diferente, a massa de pizza que pensei em fazer com a ricota que tem aqui, tomate cebola hortela pro tabule banana tomate pellatti queijo grana padano que estava com um bom preço, na volta fila imensa,o pão quentinho tinha acabado, não foi a primeira vez, pensando no meu perfeccionismo também, relaxar mais, quando comecei à me culpar foi bom porque percebi e não deixei.
sábado, outubro 22, 2011
A arte de perder
A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subsequente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.
(Elizabeth Bishop; trad. Paulo Henriques Britto)
A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subsequente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.
(Elizabeth Bishop; trad. Paulo Henriques Britto)
amando anticancer estorias de vida e de superação e de reconciliação, objetivo e franco além de todas as pesquisas os tratamentos naturais alimentos e exercicios e ioga e . me emocionei e chorei um pouquinho...talvez eu esteja em busca de algum tratamento, não para cancer porque a principio não tenho que eu saiba mas para minhas instabilidades; antes de ontem não conseguia dormir me culpando do que escrevi, ontem euforica com mil idéias, hoje perfeccionista na livraria e impaciente com tudo e todos, demais. cheguei em casa exausta, dormia e acordava o tempo todo um dormir meio enevoado um acordar que não acorda. so la pelas 6 acordei, acho, e finalmente fui lavar a louça, fazer o brocolis que ainda estava vivo. esses dias hoje e ontem acordar tem sido assim, acordo e fico num outro lugar que não é nem desperto nem dormindo, meio dormindo, e chegando atrasada atrasada.
quinta-feira, outubro 20, 2011
demorei tanto pra chegar em casa, odeio ficar parada em transito sem sentido, rua da carioca é um inferno não entendo porque não fazem outro trajeto ja que esse esta completamente saturado o caminho de volta pra santa é sempre chato em casa panda doente gambas que invadem a casa dor de cabeça insatisfação vontade de sumir vou tentar dormir quem sabe tudo some mesmo
quarta-feira, outubro 19, 2011
terça-feira, outubro 18, 2011
segunda-feira, outubro 17, 2011
Pego o computador e a pasta dos poemas esta aberta, na do Bukowski que postei antes. Estava começando à refazer algumas das que ficaram meio ruinzinhas, mas Carlota resolveu sentar em cima, para ajudar, como sempre, e desisti. Tenho vontade de fazer varias, sempre que leio é gostoso, algumas, não todas; o problema é que não para de chover e o lugar ideal pra isso seria na mesa amarela do quintal, depois coloco pra secar no varal. Essa é uma delas.
“Estilo”
Estilo é a resposta para tudo.
Novo jeito de encarar um dia estúpido ou perigoso.
Fazer algo estúpido com estilo é preferível a fazer algo perigoso sem estilo.
Fazer algo perigoso com estilo, é o que chamo de arte.
Touradas podem ser uma arte.
Boxe pode ser uma arte.
Amar pode ser uma arte.
Abrir uma lata de sardinha pode ser uma arte.
Não muitos têm estilo.
Não muitos podem manter o estilo.
Eu vi cachorros com estilo mais do que homens.
Apesar de não muitos cachorros terem estilo.
Gatos têm em abundância.
Quando Hemingway estourou seus miolos na parede com uma espingarda, isso era estilo.
Por um tempo pessoas te dão estilo.
Joana D’Arc tinha estilo.
João Batista tinha estilo.
Jesus.
Sócrates.
César.
Garcia Lorca.
Eu conheci homens na cadeia com estilo.
Eu conheci mais homens na cadeia com estilo do que fora da cadeia.
Estilo é a diferença, um jeito de se fazer, um jeito de ser feito.
Seis pássaros em silêncio numa poça d’água, ou você, saindo
do banheiro nua sem me ver.
(Bukowski; trad. Leonardo Marona)
“Estilo”
Estilo é a resposta para tudo.
Novo jeito de encarar um dia estúpido ou perigoso.
Fazer algo estúpido com estilo é preferível a fazer algo perigoso sem estilo.
Fazer algo perigoso com estilo, é o que chamo de arte.
Touradas podem ser uma arte.
Boxe pode ser uma arte.
Amar pode ser uma arte.
Abrir uma lata de sardinha pode ser uma arte.
Não muitos têm estilo.
Não muitos podem manter o estilo.
Eu vi cachorros com estilo mais do que homens.
Apesar de não muitos cachorros terem estilo.
Gatos têm em abundância.
Quando Hemingway estourou seus miolos na parede com uma espingarda, isso era estilo.
Por um tempo pessoas te dão estilo.
Joana D’Arc tinha estilo.
João Batista tinha estilo.
Jesus.
Sócrates.
César.
Garcia Lorca.
Eu conheci homens na cadeia com estilo.
Eu conheci mais homens na cadeia com estilo do que fora da cadeia.
Estilo é a diferença, um jeito de se fazer, um jeito de ser feito.
Seis pássaros em silêncio numa poça d’água, ou você, saindo
do banheiro nua sem me ver.
(Bukowski; trad. Leonardo Marona)
"2 mortes"
você me disse muitos anos atrás
(bem antes de Stravinsky morrer
hoje)
que você queria aprender
tudo
sobre motores e monumentos
e guerras e mulheres
e cidades
e sobre a história do
Homem
e eu disse para você
é muito desgastante
não se incomode
o que conta não é o que
sabemos
mas sim o que nós não
sabemos.
você queria tão desesperadamente provar que podia
saber o que ainda não era
sabido.
e quando eu vi você no seu
caixão eu não tinha idéia
de que Stravinsky também
morreria hoje
e que eu me sentaria aqui
e escreveria sobre vocês dois
nesta noite.
(Bukowski; trad. Leonardo Marona)
você me disse muitos anos atrás
(bem antes de Stravinsky morrer
hoje)
que você queria aprender
tudo
sobre motores e monumentos
e guerras e mulheres
e cidades
e sobre a história do
Homem
e eu disse para você
é muito desgastante
não se incomode
o que conta não é o que
sabemos
mas sim o que nós não
sabemos.
você queria tão desesperadamente provar que podia
saber o que ainda não era
sabido.
e quando eu vi você no seu
caixão eu não tinha idéia
de que Stravinsky também
morreria hoje
e que eu me sentaria aqui
e escreveria sobre vocês dois
nesta noite.
(Bukowski; trad. Leonardo Marona)
domingo, outubro 16, 2011
vi de novo o filme sobre o grupo Baader Meinhof, que me fascinava tanto quando adolescente, e é fascinante mesmo, e sou um pouco eles e também não sou, teatrais mimados com senso de orgulho e de inviolabilidade e contra tudo e hippies e exagerados, apesar do Baader meio psicopata e dos assassinatos, obvio, tinha um recorte de jornal dessa época falando deles mas não acho mais prov da segunda fase do grupo outro tipo de "terrorrismo", ou essa palavra virou outra coisa. tem uma hora em que eles estão treinando em algum pais arabe, Jordania talvez, e as mulheres pegando sol nuas e os palestinos horrorizados e o Andreas Baader diz algo como "luta contra o imperialismo e revolução sexual são a mesma coisa" e lembra os protestos de Wall Street de hoje vagamente e antes vi Tokyo-ga, outra chave, filme do Wim Wenders sobre a Toquio anos 80 em busca de resquicios do Ozu, da simplicidade do Ozu que eu na verdade nunca assisti e é bonito e delicado e poético.
esqueci que é horario de verão e tenho que fazer milhões de coisas e acordei muito tarde então no relogio marcava 9 e tanto mas ja eram 10 e tanto, enfim não tenho tenho que fazer nada mas também tenho mas esta tão bom ficar na rede lendo e escrevendo e Panda esta no meu colo como sempre.
esqueci que é horario de verão e tenho que fazer milhões de coisas e acordei muito tarde então no relogio marcava 9 e tanto mas ja eram 10 e tanto, enfim não tenho tenho que fazer nada mas também tenho mas esta tão bom ficar na rede lendo e escrevendo e Panda esta no meu colo como sempre.
sábado, outubro 15, 2011
ontem os dois chopps que na hora foram otimos até porque inusitados mas depois me deu preguiça e queria deitar deitar e vim para casa exausta e dormi e depois acordei deprimida demais. não quero mais pensar nisso, acho que fico dando força para isso quando falo e penso nisso. isso isso isso. no finalzinho da noite melhorei...mas hoje piorei de novo, rs.
saco. mudar a fita, virar a chave, sei la, que peso chato e desnecessario.
saco. mudar a fita, virar a chave, sei la, que peso chato e desnecessario.
quinta-feira, outubro 13, 2011
ano passado eu era magra magra, esguia
e retrasado também, não sei a formula
um pouco de paixão, corridas,
andar na praia
uma depressãozinha aqui e ali
agora corro mas não estou magra, magra
(de repente isso não tem importancia) me dava prazer, parecia que era tudo mais facil
lépida
computador esta com problemas
como se morassem passarinhos delicados dentro dele
e retrasado também, não sei a formula
um pouco de paixão, corridas,
andar na praia
uma depressãozinha aqui e ali
agora corro mas não estou magra, magra
(de repente isso não tem importancia) me dava prazer, parecia que era tudo mais facil
lépida
computador esta com problemas
como se morassem passarinhos delicados dentro dele
quarta-feira, outubro 12, 2011
fazendo experiencias para a idéia de pendurar as poesias pela livraria, lembrei do Caetano cantando essa, do Maiakovski, n'O Percevejo. Depois a Gal cantou, ficou meio cliche, mas gosto mesmo assim. Não consegui achar quem fez essa tradução; achei uma outra versão, traduzida pelo Haroldo de Campos, mas essa é a da minha memoria.
PERSONALIDADE
Talvez quem sabe, um dia
por uma alameda do zoológico
ela também chegará
ela que também amava os animais
entrará sorridente assim como está
na foto sobre a mesa
ela é tão bonita
ela é tão bonita que na certa eles a ressuscitarão
o século trinta vencerá
o coração destroçado já
pelas mesquinharias
agora vamos alcançar tudo o que não podemos amar na vida
com o estrelar das noites inumeráveis
ressuscita-me
ainda que mais não seja
porque sou poeta
e ansiava o futuro
ressuscita-me
lutando contra as misérias do quotidiano
ressuscita-me por isso
ressuscita-me
quero acabar de viver o que me cabe
minha vida para que não mais existam amores servis
ressuscita-me
para que a partir de hoje a partir de hoje
a família se transforme e o pai seja pelo menos o universo
e a mãe seja no mínimo a terra
Vladimir Maiakovski
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