quinta-feira, outubro 20, 2011

demorei tanto pra chegar em casa, odeio ficar parada em transito sem sentido, rua da carioca é um inferno não entendo porque não fazem outro trajeto ja que esse esta completamente saturado o caminho de volta pra santa é sempre chato em casa panda doente gambas que invadem a casa dor de cabeça insatisfação vontade de sumir vou tentar dormir quem sabe tudo some mesmo

terça-feira, outubro 18, 2011

segunda-feira, outubro 17, 2011

Pego o computador e a pasta dos poemas esta aberta, na do Bukowski que postei antes. Estava começando à refazer algumas das que ficaram meio ruinzinhas, mas Carlota resolveu sentar em cima, para ajudar, como sempre, e desisti. Tenho vontade de fazer varias, sempre que leio é gostoso, algumas, não todas; o problema é que não para de chover e o lugar ideal pra isso seria na mesa amarela do quintal, depois coloco pra secar no varal. Essa é uma delas.

“Estilo”

Estilo é a resposta para tudo.
Novo jeito de encarar um dia estúpido ou perigoso.
Fazer algo estúpido com estilo é preferível a fazer algo perigoso sem estilo.
Fazer algo perigoso com estilo, é o que chamo de arte.
Touradas podem ser uma arte.
Boxe pode ser uma arte.
Amar pode ser uma arte.
Abrir uma lata de sardinha pode ser uma arte.
Não muitos têm estilo.
Não muitos podem manter o estilo.
Eu vi cachorros com estilo mais do que homens.
Apesar de não muitos cachorros terem estilo.
Gatos têm em abundância.

Quando Hemingway estourou seus miolos na parede com uma espingarda, isso era estilo.
Por um tempo pessoas te dão estilo.
Joana D’Arc tinha estilo.
João Batista tinha estilo.
Jesus.
Sócrates.
César.
Garcia Lorca.
Eu conheci homens na cadeia com estilo.
Eu conheci mais homens na cadeia com estilo do que fora da cadeia.
Estilo é a diferença, um jeito de se fazer, um jeito de ser feito.
Seis pássaros em silêncio numa poça d’água, ou você, saindo
do banheiro nua sem me ver.

(Bukowski; trad. Leonardo Marona)
"2 mortes"

você me disse muitos anos atrás
(bem antes de Stravinsky morrer
hoje)
que você queria aprender
tudo
sobre motores e monumentos
e guerras e mulheres
e cidades
e sobre a história do
Homem
e eu disse para você
é muito desgastante
não se incomode
o que conta não é o que
sabemos
mas sim o que nós não
sabemos.

você queria tão desesperadamente provar que podia
saber o que ainda não era
sabido.

e quando eu vi você no seu
caixão eu não tinha idéia
de que Stravinsky também
morreria hoje
e que eu me sentaria aqui
e escreveria sobre vocês dois
nesta noite.

(Bukowski; trad. Leonardo Marona)

domingo, outubro 16, 2011

vi de novo o filme sobre o grupo Baader Meinhof, que me fascinava tanto quando adolescente, e é fascinante mesmo, e sou um pouco eles e também não sou, teatrais mimados com senso de orgulho e de inviolabilidade e contra tudo e hippies e exagerados, apesar do Baader meio psicopata e dos assassinatos, obvio, tinha um recorte de jornal dessa época falando deles mas não acho mais prov da segunda fase do grupo outro tipo de "terrorrismo", ou essa palavra virou outra coisa. tem uma hora em que eles estão treinando em algum pais arabe, Jordania talvez, e as mulheres pegando sol nuas e os palestinos horrorizados e o Andreas Baader diz algo como "luta contra o imperialismo e revolução sexual são a mesma coisa" e lembra os protestos de Wall Street de hoje vagamente e antes vi Tokyo-ga, outra chave, filme do Wim Wenders sobre a Toquio anos 80 em busca de resquicios do Ozu, da simplicidade do Ozu que eu na verdade nunca assisti e é bonito e delicado e poético.

esqueci que é horario de verão e tenho que fazer milhões de coisas e acordei muito tarde então no relogio marcava 9 e tanto mas ja eram 10 e tanto, enfim não tenho tenho que fazer nada mas também tenho mas esta tão bom ficar na rede lendo e escrevendo e Panda esta no meu colo como sempre.

sábado, outubro 15, 2011

ontem os dois chopps que na hora foram otimos até porque inusitados mas depois me deu preguiça e queria deitar deitar e vim para casa exausta e dormi e depois acordei deprimida demais. não quero mais pensar nisso, acho que fico dando força para isso quando falo e penso nisso. isso isso isso. no finalzinho da noite melhorei...mas hoje piorei de novo, rs.
saco. mudar a fita, virar a chave, sei la, que peso chato e desnecessario.

hoje

quinta-feira, outubro 13, 2011

ano passado eu era magra magra, esguia
e retrasado também, não sei a formula
um pouco de paixão, corridas,
andar na praia
uma depressãozinha aqui e ali
agora corro mas não estou magra, magra
(de repente isso não tem importancia) me dava prazer, parecia que era tudo mais facil
lépida
computador esta com problemas
como se morassem passarinhos delicados dentro dele

quarta-feira, outubro 12, 2011


fazendo experiencias para a idéia de pendurar as poesias pela livraria, lembrei do Caetano cantando essa, do Maiakovski, n'O Percevejo. Depois a Gal cantou, ficou meio cliche, mas gosto mesmo assim. Não consegui achar quem fez essa tradução; achei uma outra versão, traduzida pelo Haroldo de Campos, mas essa é a da minha memoria.

PERSONALIDADE

Talvez quem sabe, um dia

por uma alameda do zoológico
ela também chegará
ela que também amava os animais
entrará sorridente assim como está
na foto sobre a mesa
ela é tão bonita
ela é tão bonita que na certa eles a ressuscitarão
o século trinta vencerá
o coração destroçado já
pelas mesquinharias
agora vamos alcançar tudo o que não podemos amar na vida
com o estrelar das noites inumeráveis
ressuscita-me
ainda que mais não seja
porque sou poeta
e ansiava o futuro
ressuscita-me
lutando contra as misérias do quotidiano
ressuscita-me por isso
ressuscita-me
quero acabar de viver o que me cabe
minha vida para que não mais existam amores servis
ressuscita-me
para que a partir de hoje a partir de hoje
a família se transforme e o pai seja pelo menos o universo
e a mãe seja no mínimo a terra

Vladimir Maiakovski

terça-feira, outubro 11, 2011

não sei porque eu queria tanto ligar o computador
não sei porque eu queria tanto chegar em casa, fora dar uma corrida
e essa sensação de desconforto com as estorias
corri mesmo estando com sono e agora o sono passou e...vou continuar o livro de fotografias que quando leio sempre adoro mas que esqueço
ontem na minha insonia fiquei vendo as fotos do Edward Weston, maravilhosas, e ele teve um caso com a Tina Modotti, anos vinte, como sempre, no México, e com a Charis que era foda e os nus que ele fotografou são lindos e Stieglitz que era mentor dele foi casado com a Georgia O'keefe e também fotografou-a nua, e ela, Georgia, teve um caso com Paul Strand, que era amigo do Stieglitz e talvez com a Rebeca, mulher dele, que depois se matou, e as fotos que Paul Strand tirou dela são lindas
agora ja esqueci onde entra o André Kertész
e separei os livros deles e esqueci e a revista idem
me esqueço, cansaço
e meio que o "feitiço se virou contra o feiticeiro", como as coisas andam, iguais, shame
escritos de quando se acorda às tres da manhã e se fica na cama sem saber o que fazer
geralmente é às quatro e tal
p. dizia que ele era como o sistema windows que roda varias coisas ao mesmo tempo mas aqui em casa tudo é lento
acho que é porque eu sou mais Mackintosh mesmo
e descobri que girando o botão do ventilador pra esquerda ele gira docemente
e fica so aquele barulhinho constante que teve uma hora em que eu não sabia o que era
e quando cheguei fiz tanta coisa que deveria estar exausta mas so fico exausta quando faço poucas coisas
varri lavei limpei fiz arrumei
é tanta energia
que ela fica, de prontidão, ã espera
e não se vai

domingo, outubro 09, 2011

como sempre me culpo pos-bebedeiras ontem tinha um aniversario que queria ir e esqueci fico sempre hipnotizada e solta dentro do que acontece e esqueço de mim parar com essa a outra obsessão e também esse negocio de idade muito chato ontem percebi também um medo e fiquei horas pensando nisso enfim processos processos e não resultados
outro dia eu e um vizinho fomos juntos no onibus um leve desconforto da falta de intimidade e de não saber o que falar e ele perguntou o que eu fazia com essas horas que "ganhei" quando saio da livraria e eu fiquei sem resposta, falei corro, meio sem graça...
outro vizinho subimos juntos o trenzinho ele mais velho e disse que ja viveu muitas coisas intensamente e achava que eu também e o Wlad outro dia disse isso de outra forma e eu ansiosa querendo mais então não é isso