quarta-feira, abril 02, 2008

Acontece na Cidade

Coletiva de arte em Ipanema

27 de fevereiro de 2008
A Galeria de Arte do Centro Cultural Candido Mendes em Ipanema inaugurando sua temporada 2008, apresenta a mostra coletiva ZOOM, que reúne sete artistas com características bastante particulares, num diálogo entre pinturas.

Ana Rondon, Andréa Canto, Cássia Castro, Jean Déchery, John Nicholson, Ni da Costa e Patrícia Norman têm como ponto de partida dessa “exposição-jogo” uma foto tirada por John Nicholson dos outros integrantes do grupo, que, tendo a pintura como suporte básico dão início a uma espécie de um "telefone sem fio"; brincadeira popular onde uma frase dita aos ouvidos do primeiro, vai sofrendo as transformações pela audição dos demais.

Neste caso, existe a liberdade de retornarem à foto inicial a qualquer momento, onde os “ruídos” se materializaram como interpretações pessoais de cada artista. Assim as pinturas realizadas transparecem não só os estilos pessoais de cada um, como a interpretação do que seja se apropriar e participar de um processo coletivo, incluindo o imaginário de cada participante.

Após encontros e visitas aos estúdios, cada artista escolheu uma obra para ser visitada. O uso do zoom, como uma luneta no alto deste mirante, estabelece a relação entre eles. Enquadramentos, zoom de aproximação ou distanciamento e imagens focadas ou desfocadas foram as formas encontradas de visitar os territórios particulares do outro. A lente de aumento - e distanciamento - é portanto, a metáfora do entrar, sair, analisar, com todo o risco e ganho que essa aproximação implica; a metamorfose da identidade no eterno jogo entre observar e absorver.

Na seqüência, John Nicholson, cujo processo criativo parte da fotografia, captura as individualidades numa aquarela feita sobre a foto inicial; Andréa Canto se apropria de elementos pictóricos de Jonh, pois sua pintura lida com a presença humana a partir dos objetos, daí a ausência de pessoas em seu trabalho; Ana Rondon trabalha com o acúmulo de camadas de cor e transparências entre o figurativo e o abstrato, o que também explica a falta de figuras humanas; Ni da Costa parte das cores e do processo de Ana e retoma a foto com outro ângulo, trabalhando com retratos, daí a retomada de imagens de pessoas; Cássia Castro interpreta a composição das fotos iniciais de Ni agregando suas mandalas geométricas; Jean Déchery se apropria da planaridade e da modulação em Cássia, lançando mão da interferência em estampa; e finalmente Patrícia Norman subtrai da forma de Jean as linhas que compõem sua trama pictórica.

O ZOOM forma camadas de olhar sobre o olhar num microcosmo da manifestação da matéria e da vida em constante mutação. Pois estamos, conscientemente ou não, impulsionados pelas imersões e submersões do nosso zoom particular; tanto em nós, quanto no outro. Com esta exposição, o Zoom pretende inaugurar uma série de mostras, experimentando distintas possibilidades com o objetivo de criar miscigenações entre linguagens, olhares, índoles e artistas de diversas naturezas.

A Galeria de Arte do Centro Cultural Candido Mendes fica na Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema. A exposição fica em cartaz de 11 de março a 05 de abril de 2008 e pode ser visitada de 2ª a 6ª-feira, das 15h às 21h e aos sábados, das 16h às 20h com entrada franca. Maiores informações pelo telefone 2523-4141 - ramal 206.
www.acontecenacidade.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=379&Itemid=1

quinta-feira, março 20, 2008






Estava meio deprimida, comecei a`a juntar fotos `a olhar e resolvi fazer de nôvo o meu mural era tão bom mas as fotos e coisas começaram a cair... Fiz um mini, no chão, só com fotos minhas e de pessoas que "são eu" tbém...e melhorei, até. depois fotografei alguns cantinhos da casa...e fiquei tentando lembrar qual quadro do Matisse que tinha na parede lá de casa durante minha vida de casa -mas acho que foi quando era pequena Bulhões, Urca, não me lembro dele depois.
Tenho que escanear essas fotos uma por uma.

sábado, março 08, 2008

Texto escrito pela Ana Rondon maravilhoso!

Só agora depois de nossa conversa assisti ao filme" cadeira é uma cadeira é .... no "You Tube". lembrei de " Isto não é um cachimbo"...e tb de " isto é uma pedra no meu caminho.." ou uma rosa é uma rosa.
Ficou bárbaro ! Lindo de verdade !
Seu trabalho ganhou uma dimensão poética e uma força imagética transcendente...
Pena não ter Debussy aqui para continuar no clima ao escrever...
Coloquei My favorite things de Coltrane para ficar a altura...
Você e Fernando fizeram uma dobradinha e tanto - casal de causar invejas brancas e negras...em todos os bons sentidos...
Uma sintonia de artistas que comungam sensibilidades e intimidades...
Desculpe pelo comungar - cumplicidade - seria mais apropriado e sonoro... but ao mesmo tempo as imagens trazem uma subjetivdade tão espiritual. Foi tão bonito a fusão da sua imagem com a água, o mar, o tempo nebuloso e sutil de uma imagem com a outra no final.
A aproximação em preto e branco do espaço, no início, o tempo rápido, a câmera penetrando de fora para dentro o espaço, o registro das diversas apropriações: o empilhamento, os reflexos e ambiguidades, o objeto cadeira sendo de certa forma sendo dissecado, vida e morte convivendo num mesmo tempo/espaço, a deterioração, o amontoado, a desorganização, a organização, o estético coabitando entre transparências, profundidades e planos.( Dionísio e Apolo). O mundo real, a rua,os carros, as árvores a vida enfim... vazando e interferindo inexoravelmente no trabalho. Porque a arte acontece no espaço da vida, com todos os maravilhamentos e aporrinhações...o inédito e o costumeiro. O sublime e a rotina de tudo.
O que fica para mim é a sua postura de experimentar, perseguir e cercar um "tema" que parece pelo seu discurso de hoje que está se construindo ainda...... mas que é muito seu,pessoal, sincero, que na verdade reflete a sua identidade como pessoa e tb como artista.
Não importa o tempo que levamos para isso, nem que na maioria das vezes nos sentimos incapazes de justificar o que fazemos. Importa sim o nosso envolvimento. A experiência, nossa disponibilidade interna, liberdade não no sentido babaca de fazer o que der na telha, mas no sentido de criação de algo com todos os perrengues, limites internos e externos de uma determinada situação.
Afinal o que está em jogo? No fundo não sei a resposta??????????

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Papel

sempre estou querendo querendo `as vezes consigo ficar feliz com o que está acontecendo na hora sem ficar ansiosa por algum livro ou filme ou sofá da sala ou o que falta que é sempre.
agora por exemplo estava pensando que quero:

fazer uns vestidos que ainda não sei quais!
livros que saíram do mario benedetti
zygmund Bauman ? coisas líquidas...
tempo ter tempo
fazer um tapete juntando vários tapetes
fazer uma saia `a lá Cassia (mais ou menos)
começar `a fazer
músicas músicas som na sala
fumar hj foi ótimo mas não deu mto certo com o F.
fazer quadrinhos com as fotos do fernando
tirar caixinhas de cima do piano e pregos do lado do quadro verde
plantas na varanda e mudar o que está lá
como como como ???

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Hj comprei mais 2 pincéis, estou com 4 novos num mês, Uau! pareço criança!, mas há muito muito tempo que não rolava de poder comprar pincéis! Aliás há muito tempo que não rolava nada... e aliás tudo continua meio absurdamente irreal fora do mundo bom e ruim ao mesmo tempo. As coisas vão indo meio sendo empurradas...agora o problema é dormir e acordar, são 4 hs agora e estou até com um pouco de sono talvez mas se for pra cama vou ficar rolando rolando e a cabeça engrenagens que não páram. Ontem fui dormir cedo, com dor de cabeça, lá por volta de 1 e pouco...mas acordei `as 4, fiquei até `as 5 acordada e então desisti e vim para o quarto fiquei folheando uma Marie Claire Maison e foi ótimo porque fiquei viajando nas todas possibilidades de possibilidades e no francês também que é uma delícia porque ainda tem um certo mistério e glamour e quando vi já era claro, o dia tinha nascido, eram 6 e pouco! Dormi até 1 da tarde! mas acordei mal, parecia que tinha um chumbo pesando no meu corpo! Aliás, a dor de cabeca ficou hj o dia inteiro alojada...talvez seja ovulação, será? hj seria o 11 dia. só depois que comi e dormi e remédio e tédio é que as coisas começaram `a esquentar...Mireca Miranda aparece, sapeca simpática e curiosa e falante, mesmo no silêncio. Estou com sono. Amanhã espero terminar as caixinhas e fotografar a nova versão do quadro e ligar para o estofador para ele colocar o cheque para mais tarde e ligar também para o cara vir olhar o chão. Preciso de dinheiro!!!!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008



Hoje resolvi trabalhar em cima de quadros que estavam meio xôxos...ou meio ruins ou meio sei-lá-o-quê. Mas tenho a leve impressão de que consegui piorar o primeiro quadro que peguei!! Na hora, e foram algumas horas de trabalho braçal, estava adorando... talvez tenha passado do ponto? Deveria ter fotografado todas as etapas, mas estava tão animada pintando e pintando e pensando e cantando...com o ipod no ouvido tudo fica delicioso! A culpa é dele...anyway, foi bom trabalhar. Tenho que trabalhar e trabalhar e conseguir colocar esses quadros pra frente, andar. eles andam muito paradinhos, esperando, tristes. acho que todos vão sofrer cirurgias!
pensava em cores, na Ana que disse que eu não gosto de cor- comentário que entendo e não entendo!, nas manchas que quando vi estava fazendo e então não quero mais fazer manchas e comecei a fazer pequenas formas com as cores -formas procuram cores ou cores procuram formas disse o pintor israelense que está expondo nos correios que ainda não vi mas li,e por isso percebi que nunca penso em formas - acabei juntando as formas numa grande massa com azul, principalmente e sei lá. talvez eu tenha que aumentar esse azul com pseudo formas para cima, diminuindo essa área meio salmão que ficou um pouco parada e grande...e colocar uns brancos pontuando em baixo e em cima...

segunda-feira, fevereiro 04, 2008


Aqui no Rio já fez sol e já voltou `a chover. No momento chove chove e dá preguiça de qualquer coisa. A casa está em silêncio e tem uma barata morta na sala, de barriga para cima. É a peste da Miranda, que traz de fora e deixa largados na sala os coitados dos bichinhos, geralmente lagartixas, `as vezes uns sapinhos.
Sábado fiz um almoço para os franceses, mas foi um pouco confuso. Marina, que vem `as vezes arrumar a casa, não veio e então fiquei limpando portas, janelas, encerando, tentando melhorar o aspecto caótico geral da casa, esse cheiro de mofo... tinham até nascido 3 champignons na sala, de tão úmido que é tudo...mandei tbém forrar duas poltronas! Faltam os tacos soltos, forrar o sofá e arrumar ainda mais mil milhões de coisas. Fiz um risoto de laranja e funghi que ficou bom mas pouco, uma salada de rúcula e outros verdes com manga e figos, goiabada e queijo minas de sobremesa. mas cairam 2 cervejas no chão da cozinha e não deu tempo de limpar, a mesa não coloquei direito, não tinham taças para todos etc etc. E eu estava exausta porque entre uma limpeza e outra de janela tinha trabalhado ido na uerj levado gatos para seus novos donos e... `A noite fomos `a um aniversário árabe, e aprendi um pouquinho de dança árabe, que é bem interessante. Os movimentos são sutis, quando se mexe o quadril o peito não se mexe, e vice-versa. Impossível para nós que mexemos o corpo inteiro como espasmos modernos de liberação...
Ontem foi meio bode de tudo...
os franceses me deram uma garrafa de champagne e uma caixa da Maison du Chocolat maravilhosa! Acho que é por isso que estou com afta.
Vi 2 desfiles e meio ontem, adorei a escola que falou dos japoneses, era tudo limpo e lindo, sem aquele aspecto exagerado e carnavalesco de tudo. Mas aí leio no jornal hoje que as pessoas não gostaram. É sempre assim, por isso me frustra. Sempre gosto de escolas que não ganham nada!
Vimos o vídeo do casamento há 20 anos atrás de BelBob. A curiosidade - ou fascínio? de ver todos - todos que eu não conhecia ainda, parece que estou tentando penetrar na vida dos outros, tentando entender os outros.
A chuva apertou agora, escuto esse barulhinho bom da chuva caindo. E´impressionante como chove no Rio, já tem umas 3 semanas.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

por quê cadeiras

engraçado porque nunca sei o que responder `a já clássica pergunta sobre o meu trabalho que é - por quê cadeiras ? e então na volta de Niteroi, logo depois que desci da barca na Praça XV, aliás uma delicia voltar na barca `a noite só o barulho das águas e do motor da velha barca - acho que a velha barca só anda `a noite, é muito mais gostosa do que a nova, as janelas são grandes e generosas, dá para ficar no caminho fazer o caminho estando quase dentro do mar ...
saltei na praça e então me veio, de repente! : meus primeiros trabalhos com o Áquila que eram cenas de interiores e que depois esses interiores foram se reduzindo `a mesas e cadeiras e depois `a cadeiras e obviamente lembrei: ( engraçado porque isso não veio antes! ) Matisse!
Matisse, que fez parte da minha infância - lembro do pôster de uma exposição dele que ficava na sala, era uma cadeira com frutas ou algo assim, uma porta de uma varanda, uma planta; depois, mais tarde, os impressionistas - Monet Manet e cia e Van Gogh muito tb! mas Matisse principalmente e acho que meus primeiros trabalhos eram, de certa forma, um pastiche daquele primeiro Matissse da minha infância. Então agora, pena que depois do debate, mas os próximos virão!, e então poderei responder, quando me perguntarem por quê cadeiras, poderei responder que tudo começou com as aulas com Áquila e com um Matisse que estava escondido dentro da minha cabeça.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Poço Fundo



Comendo uma manga geladinha dessas mangas grandes que tem várias cores, ocre laranja um tom meio róseo e também alguns pequenos verdes aqui e ali e lembrei da manga de-li-ci-o-sa que comemos eu e Claudia `a noite na cozinha de Poço Fundo e lembrei de outras coisas boas mas difíceis de descrever o prazer que elas deram : o mergulho na piscina no meio daquelas cores tão vivas desses dias absurdamente ensolarados, o pássaro de rabo grande que vi no meio do arbusto e depois numa árvore fina no gramado; dançando com o ipod no ouvido e Fernando tocando, os sapos cantando `a noite na piscina do Tom, as cores, o lugar, subindo o morro e aquela vista toda e os pássaros na árvore falando; os almoços simpes e gostosos - ricos, diria em espanhol; nadar, jogar vôlei... Ufa! coisas demais! a subida, ouvindo música e ouvindo a estrada com seus tons e semitons, o começo do livro do Mia Couto com as palavras mágicas e ... os cachorros amorosos e dançar Beatles... indo para Niteroi também escutamos música Beatles Caetano João Gilberto na ida e na volta e foi foi foi não consigo achar nenhuma palavra foi bom ótimo gostoso wonderful marvelous superbe

meu primeiro quadro Zoom

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Rembrandt ... Caravaggio....


... ardendo de febre e os gatos lindinhos foram me fazer companhia! uma luz meio dramática .
Hoje foi um dia meio metamorfose, o que é bem óbvio de dizer...Quando fui ao banheiro me dei conta de que estou uma baleia e nada nadica da que eu mesma pensava que era quando me olhava antes no espelho não sei quem está me enganando eu ou o espelho o que dá no mesmo enfim. Hoje me vi, simplesmente. ou finalmente, sei lá. Não sei porque não aconteceu antes... não me reconheço, fico na dúvida de quem sou eu, se a pseudo magra ou a gordinha ? Uma bola na minha barriga e o pior, fome fome, fome. Devo estar com vermes famintos. Tenho que descobrir. Fico um pouco chateada com isso, talvez por isso tenha ido dar uma andada, que foi ótimo, foi a versão curta-metragem do que espero que seja o fim de semana, natureza, sol, céu, natureza, eu. `As vezes é tão difícil estar com os outros - ou chato. Será que todos sentem isso ? Mal estar ou falta de contato. Deve ser normal, só isso. Comi uma manga competamente maravilhosa e não queria que acabasse nunca. Agora estou enlouquecidamente escutando Abbey Road, e realmente é de enlouquecer. Outro dia queria ter escutado com "todos" mas não rolou. Aliás não rolou nada...
Os móveis da sala estão desencaixados e fora de lugar, fora de prumo de rumo de. agradável. o que faz uma coisa ser agradável ou nao ? são os sentidos que determinam ? bem, tenho que lidar com essa" bolinha" por enquanto

sábado, dezembro 15, 2007







Ouvindo selecionando músicas do Album Branco para colocar no ipod...as lembranças casa da Bulhões, o álbum Branco de quem era? Do papai ? não consigo imaginar muito bem ele escutando, se bem que o Bloody Sweat and Tears era do papai e também o Chicago...e tinha também o Revolver, e nós, pequenos, Pedro de shorts marrons -deve ser de alguma foto essa lembrança, lembrança fabricada ? -aliás todos usávamos shortinhos e aquelas camisas meio indianas, e escutando Chicago e Beatles e Simon e Garfunkel e o Bloody que eu queria achar de nôvo. Parênteses: Miranda chega perto e se estende lânguidamente em pose meio esfinge. Fecha parênteses. A sala tinha várias janelas que acompanhavam o lado de fora, quando a gente passava lá também indo para o quintal, era clara, o sofá e as poltronas - aonde foram parar? que eram estofados de xadrez verde, me lembro do estofador indo lá em casa com as amostras de pano. E as portas de quadradinhos de vidro que fechavam a sala por dentro.E papai ouvindo jazz bem alto lá dentro na quele gravador grande de rolo. Década de 70. Sexy Sadie. Julia que a Roberta adorava. Julia Julia morning moon touch me so i sing a song of love. Why dont we do it in the road, que eu imaginava outras coisas...agora toca uma gaita escocesa em don't pass me by.

domingo, novembro 25, 2007

Acordei pensando na palavra "falá-la" - será isso mesmo?
Consultar alguém.
Tirei a foto.
Coloquei essa foto aí embaixo mas começo a achar que foto "ilustrando" os textos fica meio cafona!
Hoje enquanto lia o José Castello falando de Borges e dos Seres Imaginários dele - Borges - e do Kafka e de outros, um texto saboroso aliás, aliás aliás falei várias vezes essa palavra hoje e até brinquei de falá-la aliás falá-la é estranho será isso mesmo? fala-la ao contrário - saila. e pensei nos meus livros que comprei ontem e como foi bom há tanto tempo que não comprava livros livros novos andava comprando em sebos que também é bom mas é outra coisa no sebo são descobertas, achados e na livraria são os livros que li sobre e recêm lançados...e então comprei um nôvo do Pamuk que nem tinha pensado em comprar mas que na verdade é o primeiro livro dele e gostei do pouquinho que li e da orelha e de qualquer forma ele não precisa me convencer porque já adoro ele, e um outro do Mia Couto -após folhear folhear era essa palavra que pensei antes quando me veio um texto na cabeça e que já esqueci mas era folhear pensando nessa associação entre livros e folhas de árvores folhas livros feitos de folhas amareladas e ocres e secas quando eu estava folheando 3 ou 4 livros dele pensando qual que o Fernando mais gostaria é difícil porque eu talvez gostasse de todos mas estava tentando ser ele naquele momento e também estava absorta e aquele menino me viu do outro lado do vidro e sorriu e foi ótimo só isso esse reencontro que não foi mas que as possibilidades ficaram no ar, não não estou explicando nada bem. enfim, depois pensei com prazer nessa troca de olhares e sorrisos e no desenvolvimento que poderia ter acontecido ? e na verdade é (tão) bom imaginar acho que é melhor do que se algo realmente tivesse acontecido. Imaginar. e também comprei o Robert Fisk, nem folheei aliás mas desde que o vi naquele programa gostei muito dele e suas opiniões decididas mas ainda não o abri. Comecei na verdade pelo mais bobinho que é o Viagem de Theo que estou achando uma pequena delícia é para adolescentes talvez mas é gostosinho de ler e como não sei nada sobre religiões nenhuma então me interesso por essa estória da busca pela essência pelas essências e explicações sobre o começo de tudo. O André disse que jamais leria esse livro, porquê? mas me deu tanto prazer carregar meus livrinhos pra casa fui lendo o Theo no ónibus e louca para chegar em casa e me dedicar `a horas de descoberta mas não foi isso que aconteceu porque ligaram e então sai com eles porque também é bom mas...na verdade saio com uma idéia na cabeça do que pode acontecer e de como pode ser bom, mas são idéias pré-concebidas e que não tem a ver com o que as pessoas são e etc etc etc e então não foi nada do que imaginei não que tenha sido ruim foi até engraçado encontros e desencontros mas como eu havia abandonado meus recém-adquiridos "amigos" pelo encontro com eles de certa forma tinha que haver uma compensação. ok, nada de tão trágico. a falta de liberdade de sempre...
Fernando vê um filme na TVE década de 70/começo de 80, a trilha é típica, sax, teclados, como é ruim tudo! ou engraçado.
mas também vimos um griot falando e foi interessante e vivo e um filme sobre um astrônomo polonês muito legal e azul. hoje conversamos sobre isso nas paineiras (que estava mágica e se abrindo e com sol) sobre as expectativas com o estar com os outros e sobre a minha expectativa de que sempre seja um "encontro" senão sinto que estou perdendo um tempo em que poderia estar comigo mesma. e pronto.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Mrs Dalloway

outro dia estava pensando em livros maravilhosos que li ... Tia Julia e o escrevinhador, Os filhos da meia-noite, o conto A Auto-estrada do Sul - do Cortázar, Minhas Noites são Melhores do que meus dias, Fup, Misto quente, Berlim? que o Franklin me deu, A Tempestade ...
me acho uma pessoa meio vaga. cheia de idéias que voam e então gosto quando tem pessoas pé-no-chão, como a Clara, que é completamente objetiva. é como se minha cabeça não estivesse muito aqui...engraçado o outro dia quando fui para Friburgo, 2 horas e meia ou mais escuando música e músicas no Ipod e a janela e viagem a viagem. não havia ninguém sentado do meu lado, incrível, porque é tão bom a estrada ? devaneios devaneios sempre indo mas carregando milhões de pensamentos e lembranças e lendo o diário da Piauí...'sintoma interessante: o diário é o último refúgio do ego que nos resta, e faz meses que não anoto nada no meu," do diário de Kenneth Tynan - Leve, Alegre e Triste, Fernando tapa os olhos e está gripado de nôvo, coitado.. outro dia, acho que foi na viagem, me deu uma leve tristeza. zs. mas também foi bom escapar para um outro espaço. e depois foi meio ansioso. Equador. Comecei a ler a Odisseia ... não é fácil. preciso de mais livros e mais sempre. acho que tem um livro meu com a Patricia - A Trégua ?
Também pensei nas casas em que morei e fiquei com vontade de "colecioná-las" : fotos. Estou fazendo um almoxarifado de mim mesma.
eu mim nunca sei.

domingo, outubro 21, 2007


Ontem depois que minha irmã me ligou de Mauá pensei em escrever mil coisas mas não escrevi e agora não sei o quê. que mil coisas eram essas. eu gostei há tempos não nos falávamos e ela tem umas maluquices parecidas com as minhas. Fomos muito influenciadas pela Shangri-lá que foi nossa infância e a mamãe e a nossa casa, e até hoje! temos dificuldades em lidar com esse mundo o mundo que não é nada disso que ela falava. a impressão é que as pessoas sempre seriam justas e diferentes e questionadoras das repressões burocracias e "estupidezes" diárias e etc etc etc e não é bem isso... hahaha. tudo isso era tão anos 70. tenho que esquecer e superar isso. Estou tentando, juro, mas no fundo não tenho certeza se vou conseguir me livrar disso algum dia. e ontem `a noite acabei falando um monte de "verdades" pro Fernando e foi muito chato porque hoje ele passou o dia triste jururu e monossilábico, e eu me sentindo mal mal mal. e no fundo o que eu quero??? não quero me refugiar na cama de nóvo, que é o ideal talvez! preciso de férias precisamos.

sábado, outubro 20, 2007

Durmo durmo durmo

Durmo durmo durmo não sei pra quê e porquê. Não estou com um sono terrível, é só para ficar ali, naquele mundo outro, suspensa numa estória meio nebulosa - no bom sentido. Acordar pra quê? me pergunto, como se não houvesse o que fazer. Talvez não haja sentido em fazer, ou vontade porque não há sentido. O sentido vem,`as vezes, misteriosamente. Mas só `as vezes. Depois resolvo levantar: já é meio-dia - meio-dia! metade do dia já passou. Tenho prazer comendo - meio mamão, depois a outra metade porque achei que não ia gostar de comê-lo, mas na verdade é muito bom fruta leve que é diferente da sensação de comida mesmo, Não sei descrever isso; sensação de terra, talvez. leite de soja sabor-banana com farinha de semente de linhaça dourada -uau, ficou com um nome muito comprido e sofisticado! e pra termnar, café e dois mini-pãezinhos,,,,porque na verdade não deveria ter nenhum pãozinho! A barriga enorme. Leio o jornal, mastigando as palavras e idéias, e parece que isso me preenche e me estimula, como se eu fosse todas aquelas pessoas que estão fazendo coisas lá; como se eu fosse todas as possibilidades. Possibilidades, só isso que me tornei. mas sem ação. Leio o Idéías que não é o Idéias e sim o do Globo que tem um nome sem graça- revolução de outubro, construtivistas, arte figurativa, o romance em si, um livro de um cara que andou pelas Europas -colonizado vs metrópole algo assim, o Cuenca que só leio no megazine `as vezes mas que tenho simpatia apesar dele ser de outra geração. digitar, letras, os acentos. erros toda hora, porque penso mais rápido do que escrevo, e as letras saem fora de ordem. tenho que tomar um banho porque ontem não tomei e meu cabelo reclama : está pesado, lembrando sua existência suja. ontem foi um dia nada, dia em que fugi de qualquer coisa e de mim-mesma? e no fundo acho que não foi bom - ou foi? Como saber? me culpo e me cobro e não saio do lugar. neurose pura. só que a vida anda morna e chata. acho que escrevo isso há anos.
Fiquei lendo e `as vezes só mordiscando folheando o Gênios do Harold Bloom - ele é muito pernóstico e um pouco chato; se repete, fala de Shakespeare o tempo todo -principalmente de Hamlet, peça que não li. Fica sempre comparando, acho que as pessoas "cultas" pensam assim em comparações Shakespeare `a Dante `a Cervantes e etc- mas tem alguns tópicos tópicos, talvez essa linguagem seja médica algumas coisas legais - coisas, essa palavra é maravilhosa e serve para tudo e não significa nada também - é bem humanista e clássico no sentido de valorizar obras que falam de algo mais -enfim, li pedacinhos sobre Emily Dickinson - dei um livro de poemas dela para o Dudu - acho que ele nunca entendeu, será que por isso anos depois ele me deu o cd do Lenny Kravitz ou algo assim, logo pra mim que não escuto rock e eu também não entendi (achei que ele, Dudu, fosse meio misterioso e inglês e romantico - o que achei que a Emily Dickinson fosse- depois descobri que ela é americana!)), Virginia woolf que adoro, irmãs Bronte- falou muito bem do Morro dos Ventos Uivantes Luiz Costa Lima também falava mas tentei ler e não bateu, tentar de nóvo, Cervantes - tenho que ler, e não lembro mais. e vi televisão. e pensei sobre não ter trabalho não ter profissão e as outras pessoas que têm e sobre o Fernando e sua imagem de "desnutrido" que me irritou muito e sobre vontade de morar sozinha, que anda piscando. e sobre a nossa falta de assunto. e porque nunca falei abertamente aos outros que eu queria trabalhar? talvez porque falasse secretamente e não houvesse resposta, mas talvez as pessoas não entendam pedidos secretos. e fico com raiva de todos e de mim por isso. êta cabeça complicada! bem, agora vai ter o comercial. é isso que está aí, talvez como isso não signifique nenhuma continuidade, eu não fique muuuiiito animada, mas as coisas estão...estão? se encaminhando.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Todos os fogos o fogo

Li o Julio Cortazar pro Fernando...foi bom ler de nóvo acho que ele não gostou estava com febre acho que não era a leitura apropriada! A Auto-estrada do Sul é outro ritmo quando se lê em voz alta, bem o Hélio já havia falado que os antigos - gregos e outros - liam em voz alta, não existia a leitura solitária como hoje em dia, mas eles liam em voz alta para re-criar o que liam, para corporificar... a estória anda em voltas, se repete, o tempo se estica, alarga e também rola uma ansiedade, todos os contos que eu li eram assim, circunavegações em torno de uma estória que é a mesma sempre a mesma estória. uma busca que não chega nunca. é muito legal quando no final as pessoas são chamadas pelo nome dos carros, a Dauphine o 404 o Simca o Taunus e quando de repente tudo se desfaz o engarrafamento de repente e ele ansioso pensando nos dois em Paris ele o engenheiro do 404 e a moça do Dauphine mas quando o engarrafamento acaba eles vão se distanciando pouco a pouco ele ainda acha que terão as reuniões e etc etc e é tão romântico afinal
a vida se transformou em conversar o dia inteiro com os gatos?

segunda-feira, outubro 01, 2007

Guardar


Essa foto linda, do Fernando, estava num projeto de instalação só com gavetas, milhares de gavetas...