domingo, agosto 29, 2010

Miranda na frente do Zoom

Michio Kaku

Uma sopa de bolhas

Michio Kaku nasceu na Califórnia e vive em Manhattan. É catedrático de Física Teórica e colabora com o acelerador de partículas de Genebra. Casado e com duas filhas na faixa dos 20 anos, é hoje um dos físicos teóricos mais prestigiados e populares do mundo por sua eficácia na divulgação dos últimos saberes da física, desde sua escala cósmica até sua escala quântica. Kaku aprofunda na teoria das cordas - tudo é vibração -, a mais plausível hoje para englobar todos os fenômenos do Cosmos, e busca a confirmação do Omniverso ou Multiverso (universos paralelos) no acelerador de partículas. A entrevista que segue foi realizada por Víctor M. Amela para o periódico La Vanguardia - Cataluña - España. (tradução livre Marco Aurélio Souza)

- Qual é a novidade que sabemos sobre o universo?
O que não é universo: é multiverso.
- Que significa isso?
Que não existe só um universo: existe uma grande quantidade de universos, simultâneos, paralelos..!
- Onde estão? Eu não os vejo.
Em lugares e tempos muito distantes. Imagine uma sopa de bolhas...
Uma dessas bolhas é este nosso universo: nós e todas as galáxias estamos em sua superfície em expansão. Porém existem na sopa outras bolhas parecidas nascendo a cada momento, crescendo, fundindo-se umas com as outras, estourando.. .
- Como você sabe disso?
Nossos modelos teóricos assim o indicam, e hoje os físicos se dedicam a rastrear as evidencias desses universos paralelos com o nosso, que nascem a cada instante. Não houve só um big bang: eles acontecem continuamente!
- Enquanto falamos está acontecendo um big bang em algum lugar?
Sim. O de nosso universo foi há 13.700 milhões de anos, talvez por fusão ou colisão de outros universos, outras bolhas.
- Como e quando acabará a nossa?
Seguirá expandindo-se indefinidamente, até um "grande frio". Talvez, até lá, já tenhamos aprendido a saltar para outro universo!
- Existe também algum tipo de consciência nos outros universos?
Não sabemos... Mas é possível, em outro universo paralelo, outro você esteja fazendo outra entrevista como esta a outro eu...Procurarei que a minha aqui seja a melhor.
Na escala quântica já conseguimos que uma mesma partícula esteja em dois lugares ao mesmo tempo, e também teletransportar um átomo: é como copiá-lo em outro local e que desapareça o original. Será difícil conseguir a mesma coisa com pessoas para viajar no espaço...
- E viajar no tempo?
É teoricamente possível..., porém exigiria uma energia descomunal. Creio que a tecnologia nos permitirá obter essa energia no futuro. Assim que se hoje alguém bate à tua porta e te diz: "olá, sou tua ta-ta-ra-ta- ta-raneta"... não bata com a porta na sua cara! Pode ser uma descendente tua que veio do futuro...
- Bom truque para explicar...
É factível uma visita vinda do futuro: gerando duas linhas temporais, não afetaria à linhagem do visitado que conduz ao visitante.
- Por acaso alguém já o visitou, para começar a se interessar por estas coisas?
Já, já... Uma professora no colégio cristão me despertou o interesse, aos oito anos. Meus pais, japoneses, me inundaram de budismo: o universo não começa nem termina. E esta professora nos explicou a Genesis..!
Isso chocava com o que eu sabia, então levantei o dedo e perguntei: "E onde está a mamãe de quem nasceu Deus?" Se o universo tinha uma origem, eu iria saber qual era!
- E que disse a professora?
Que perguntaria ao seu diretor espiritual.
- E o que diz destes relatos a ciência?
A ciência hoje descreve cenários já antecipados pela mística: outros planos, outras dimensões... O multiverso combina infinitude e criação contínua. E agora buscamos a equação que englobe todas as forças.
- O que dirá esta fórmula?
Tudo é vibração e cada partícula elemental, uma nota: a física estuda harmonias; a química, melodias. O universo é sinfonia!
- O que você gostaria de descobrir?
Coopero com o grande acelerador de partículas de Genebra: buscamos a partícula S, que confirmará o que estive lhe explicando.
- Espero que não saltemos pelos ares...
Pode dormir tranquilo. Nos chegam agora mesmo do universo raios mais perigosos...
- E que utilidade prática tiraremos de todo este saber?
A curto prazo, nenhum. Porém cada nova fórmula científica modifica o mundo...
- Que novos avanços tecnológicos temos agora à mão?
De imediato os chips serão mais baratos que o papel: os terás integrados em tudo ao teu redor, inclusive em teu corpo!
- Me dê um exemplo.
Teus óculos ou lentes, conectadas on line, te identificarão ao teu interlocutor - nome, estudos, perfil,...- e se fala outro idioma, terás acesso a legendas automaticamente.
- Compro!
Entrarás no teu banheiro e será melhor que a melhor clínica de análises da atualidade: te analisará urina e fezes separadamente, e o espelho analisará tua respiração todo dia, e assim saberás que alguma proteína de tuas células pode gerar um tumor dez anos depois! Não haverá tumores.
- Adeus ao câncer, então!
Terás um escâner do tamanho de um móvel, te farás uma prova instantânea que enviarás a uma tela: ela será teu médico!
- E se tivesse que me operar?
Disporás de órgãos reservas de todo teu organismo, desenvolvidos a partir de algumas células tuas. Terás pele, ossos, artérias, válvulas coronárias, traquéia, nariz, orelhas, narizes... E também fígado e pâncreas: adeus à cirrose e à diabetes!
- Quando disporemos de tudo isto?
Antes de dez anos.
- Bravo! E depois, o que mais?
Mudança na civilização: no fim deste século já saberemos usar a energia planetária e não precisaremos de hidrocarbonetos. Logo, aprenderemos a usar a energia estelar. E em seguida, a energia galáctica...
A casa ganhou de presente, bonitinho!

No metrô


Fiquei horas com o Coco no colo, os outros em volta, um sol gostoso na garagem, lembrando dos cafés que tomamos lá embaixo no colchãozão e jornais, os almoços, as "exposições". Aquela garagem é uma delicia. Nilton passou lá e ficou avaliando as pinturas, super positivo sempre, até comecei à pensar em mexer em alguns...por outro lado acho que já passou esse momento pintora, experimentei, foi o que foi.
De noite estava indo embora, Coco foi atropelado e sumiu.
Queria me livrar duma sensação ruim.

sábado, agosto 28, 2010

Um piano é sempre lindo.




Essas pedras bonitas na calçada da Rio Branco, tentei achar um bom ângulo, talvez o melhor fosse do outro lado, rs!
As coisas estão indo para seus lugares, e a casa está surgindo do caos e da poeira. Saí depois correndo para ir ao Municipal com manchas de tinta azul nas mãos e no braço que não consegui tirar. Bom que música clássica ficam todos muito concentrados...no começo era o Jean Louis Steuerman e uma soprano; fechei os olhos para entrar mais na música e fui entrando num estado de pré-sono! Ou dormi, realmente, rs. Sonhei com o Bubu, lembro. E minha dúvida se ele estava realmente morto! Depois com o cello resolvi ficar mais acordada. E no intervalo olhando para aquelas mulheres nuas debaixo de vestidos transparentes, dançando alegres e ingênuas; um pouco non-sense tanta ingenuidade e sensualidade juntas.
Hoje quando acordei tinha uma mensagem ótima da Ana Rondon que vou colocar aqui, e saí temprano e contenta. Logo depois vi o Gabeira na padaria, ótimo. Comecei bem o dia.

sexta-feira, agosto 27, 2010

Ed Ruscha, Twenty six gasoline station


Em 1963 o livro Twenty-Six Gasoline Stations de Ed Ruscha foi publicado. Um dos primeiros livros de artista, são "road photos" de postos de gasolina, começando por Los Angeles e terminando no Texas, passando pela Route 66 de Los Angeles à Oklahoma City. Ed Ruscha é um pop-artista da mesma família estética de Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Jim Dine ou ainda de Jasper Johns. Em todos esses casos, o objeto da manifestação artística são fatos e fotos do cotidiano norteamericano, celebrando talvez não as conquistas gloriosas do Império Americano (sua épica), mas suas banalidades, suas representações de espaço (um fator constitutivo do ser-americano), sua falências.
Warhol com seu culto de celebridades e suas reproduções ad infinitum das sopas Campbell, de cadeiras-elétricas, de flores; Lichtenstein com seus belíssimos quadros, blowing-up estórias em quadrinhos, pixilizando tudo e todos, de flores a móveis; Jim Dine com seu NEW DADA, do qual o ícone máximo é uma estátua de Pinocchio com 9 metros de altura; e Jasper Johns, um grande reprodutor do banal, com bandeiras, mapas, algarítimos, que evolui para grandes colagens de dejetos e refugos da produção industrial americana. Ruscha talvez seja o menos conhecido deles, mas seguramente não o menos talentoso. Há um revival Ruscha total nos EUA.
O original de seu livro Twentysix Gas Stations vale hoje milhares de dólares no EBay. Isso porque o livro, que retrata os tais 26 postos de gasolina, transformou-se num ícone de uma era que parece fadada ao desaparecimento precoce: a era do petróleo e de seu templo máximo - o posto de gasolina.
Ruscha nasceu em Nebraska e cresceu em Oklahoma. Quem leu Vinhas da Ira pode imaginar o cenário por trás da memória visual do Ruscha: grandes espaços desolados, desertos, uma região que durante muito tempo foi a marca do fracasso do Império Americano.
Os 26 postos do Ruscha são na maioria dos casos ruínas. Ex-postos (a ambiguidade aqui é reveladora)... A importância desse belíssimo livro é porque ele é considerado o primeiro livro-objeto de um artista plástico moderno. Daí sua primeira versão ser tão cobiçada.
Ruscha ainda está vivo (nasceu em 1937) tem tido retrospectivas em grandes museus mundo afora. Todas elas com enorme êxito de público.

Bubuzinho querido! In memoriam...

Recado dos astros para os piscianos
Cuidado com o excesso de idealização. O melhor amor é aquele que acontece na prática...
Rs. Ô coisa difícil!

quarta-feira, agosto 25, 2010

Conscientious

Jörg Colberg, editor do blog Conscientious, sobre fotografia, muito legal.


Lendo um texto do Gerhard Richter sobre pintura em cima de foto, texto do curso de aprofundamento em pintura que desisti de fazer, e procurando imagens dele, como essa - que é uma pintura embora pareça incrivelmente uma foto e lembra Vermeer e também a pintura da moça na banheira que não lembro de quem é, e a outra que é mais borrada, dei nessa expo ótima que está abaixo, de 2007 (para ver as imagens tem que clicar no título).

a new american portrait @ jen bekman

a new american portrait @ jen bekman:


NEW YORK, NY - Jen Bekman is pleased to present A New American Portrait, a group exhibition of photographs featuring artists at the vanguard of contemporary portraiture in America. Co-curated by Ms. Bekman and Jörg Colberg, editor of the influential fine art photography blog Conscientious, the exhibition will be on view from June 22 – August 3, 2007 at jen bekman, located at 6 Spring Street between Elizabeth and Bowery, New York.


A New American Portrait features photographs by Christine Collins, Jen Davis, Benjamin Donaldson, Amy Elkins, Peter Haakon Thompson, Todd Hido, Alec Soth, Brian Ulrich, and Shen Wei. Their portraits, environmental, posed, and self-portraits among them, express the wide range of practice in modern American portraiture. Mr. Colberg observes: “A portrait lives in the interaction between the photographer and the sitter, a relationship which banishes any notion of objectivity. The work included in this exhibition explores, and at times exposes, this fragile intriguing dynamic.”

These photographs illustrate the inherent contradictions in contemporary portraiture, as seen from a distinctly American point of view. While they appear to be "honest" representations, some revealing and confessional, in truth the subjects exist within narratives and environments carefully constructed by the photographers. Gallery director Jen Bekman comments, “Alec Soth's Bonnie smiles sweetly while holding her photograph of an angel, serene in her faith, having just shared a Bible passage with Soth condemning people to hell for their sins. Soth's presence, however, remains as it does in all his work: compassionate rather than condescending. In an untitled portrait from Ulrich's Thrift series, a young girl assumes a Classical pose amid the glare and chaos of a shopping mall. Hido's portraits are suffused with sadness and sexuality, ripe with a mysterious narrative. Davis's self-portraits brutally confront our abiding obsessions with thinness and desirability. The eighteen portraits in this exhibition explore potent themes and emotions which shape contemporary America: sexuality, gender, desire, heroism, consumption, fear, class, hope and loneliness are all in the mix.”

A New American Portrait at jen bekman, 6 Spring Street.
Hours: Wednesday - Saturday, noon – 6pm or by private appointment.
Às vezes fico pensando que não deveria escrever sobre meus desânimos, porque com isso estou reforçando-os. Fico com essa dúvida. E pensando na felicidade simples, em se fazer qualquer coisa e pronto. Hoje, como acabei não indo na obra, fui à praia principalmente para ter essa sensação maravilhosa que olhar para um mar verde verde dá em mim; uma calma, os pensamentos obsessivos fogem diante do mar sempre ali, com ondas, sem ondas, pessoas nadando - o que adoro ver, não sei porquê - os braços levantando e abaixando, indo em frente, absortos. Ando até o leblon, olhando as pessoas diferentes, tudo ali. E me faz bem. Depois isso vai sumindo com o passar do dia, porque me cobro muito e não consigo ficar feliz simplesmente existindo. Quando vim fotografando pela Rainha Elizabeth, pela Prudente de Moraes, me senti integrada numa coisa, foi bom. Depois queria cortar tecidos, blogar, não fiz nada, caí numa soneca rápida no sofá, pesada. Agora já são 8 e meia da noite...e amanhã será outro dia, outra batalha comigo mesma, e o que é o mais absurdo - ninguém está me obrigando à isso.

Estava fotografando portarias, depois de fotografar minha ex-casa de infância, e dei de cara com esses anões, pássaros, Branca de neve...

Casas Moradas 2

Essa casa na Bulhões de carvalho, 171, entre a Rainha Elizabeth e a Joaquim Nabuco, no Posto 6, não existe mais. Há um prédio enorme no lugar, desde a época em que foi demolida, na década de 70. Foi o lugar mais feliz onde morei, uma casa com direito à mil fantasias, de ir à lua quando nos balançávamos na rede da varanda, escrever estórias no quarto de cima, estudar piano, jogar ping-pong no quintal detrás. Em frente, a mesma casinha antiga, onde era o açougue, acho.


Adoro essa loja quietinha, calminha, com seus balcões pé palito e preocupação zero com design!, inclusive é a segunda vez que a fotografo. E esse Frango Diplomata é o máximo, muito singelo e isso mesmo.