segunda-feira, fevereiro 22, 2010

 
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Vovó Virginia, 1931. Vestidinho bonitinho, com gravata (ou laços?).

9-3-1950

 
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Encontrei essa foto da irmã da minha mãe, Ludmila, na frente do primeiro endereço onde morei anos depois, na São Clemente. É a entrada de uma vila, na casa da minha avó Virginia. Os carros são o máximo.
fiquei tanto no sol, queria ficar solar.
 
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pronto tirei as fotos que queria.
e somos éramos tão diferentes e era isso que me atraía e talvez eu quisesse me transformar em alguém diferente outra pessoa mas não
minhas relações nunca tiveram foram projetos será isso
e tudo o que sinto às vezes em relação `mim tenho que deixar escondido e enterrado e não acreditar porque não é
e agora cds livros músicas um vestido de oncinha memórias faço o que com tudo isso
e nem sei direito qual foi minha resposta repassei depois as palavras até dizer chega, isso não tem sentido, aliás sentido...
os objetos descansam inertes ao sol
Rui trouxe fotos, me distrai um pouco, tomei banho de mangueira, meu pé me incomoda, e fico sem saber o que se passa por trás desse gesso
Ana lê estudiosa é bom isso essa liberdade de não falar e dormir ou ler, tenho medo de ter que falar, não estou nem um pouco espirituosa
vontade de estar na minha casa só que ela não existe
tenho que voltar para minha casa que existe e encaixotar e tirar tudo de seus lugares
estava tão em autocomiseração aquela tarde, vergonha agora, como acredito que chego rápido ao fundo do poço, fundo do poço que não é, não quero essa imagem e ela não é real
agora que já passou um pouco me sinto mais leve talvez eu não possa ter relação nenhuma no momento porque o mínimo comigo mesma não está mas ao mesmo tempo cansada de estar só e como ele era protetor e reconfortante isso era bom e ontem dormi um pouquinho aqui na piscina dormimos todos de tarde e tive um sonho tão envolvente e acordei tranquila no meio de uma onda
depois o vício de checar emails e a bomba que era esperada mas não naquela hora daquela forma brusca talvez escrevo trezentas vezes essa palavra

terça-feira, fevereiro 16, 2010

insight: tudo muito exagerado
sonhador, idealista
sem limites, uma confiança ingênua nas pessoas
sem perceber a superficialidade das relações
externa

ultrapassei o mètron

foi isso.
olhando os cds da Rita/papai vejo alguns do Charlie Parker e lembro dessa cena: papai já meio alto, depois de muitas doses de whisky, ficava muito muito triste e chorava pensando nele.
tentando entender porque eu era uma pessoa tão ativa e hoje em dia não consigo me mexer muito. Sei que tive mil idealismos bobocas que me paralisaram, de certa maneira, mas queria voltar à ser leve e ativa e interessada. não consigo ir para nenhuma direção, talvez não acredite muito e não consiga ir.
talvez o gesso tenha servido para dar uma pausa. mas uma pausa em quê? estava talvez com uma relação excessiva com o corpo, correr correr nadar ficar magra. mas era bom porque prazeroso. fora isso, um final de casamento que ainda sinto porque foram muitos e muitos anos de idas e vindas e lamas e nadas e solidão e tentativas de viver. e que aos poucos fui abandonando tudo. queria retomar a minha vida mas ...ui, que drama.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

No banheiro vejo que o sabonete francês da Rita sumiu do murinho do box, onde tomo meu banho de chuveirinho. Acho-o no chão do quarto, levado pelo Gustavo! Peste! Será que sabão faz mal? rsrsrs...
faço minha "mala"para ir para a sala: livros, óculos, coisas para deixar no banheiro que é no caminho, um sutiã de biquini para pegar um pouquinho de sol lá fora mais tarde quando ele aparecer no quintal, sentada na cadeira de alumínio como ontem, roupas para lavar. tudo no esquema, metaesquema. no café da manhã, outras estratégias: fico com uma muleta só para ter a outra mão livre, pulo até a geladeira, tiro queijo, pão, manteiga, mamão, acendo o fogo da água e do forno, procuro o filtro do café, guardo o manjericão de ontem e o vinho que resolvi não tomar, coloco as louças todas num cesto para carregar de uma vez, tudo é um pouco difícil e tenho que tomar cuidado; um escorregão pode ser fatal; sento na mesinha improvisada pela Ana, corto as cascas dos pães para dar para Gustavo e Maria Silvia que já estão à postos, café sem jornal. combinei com Ana para ela não vir, embora isso me custe um pouco. depois coloco a cadeira perto da pia, apóio minha perna engessada nela e lavo todas as louças. pelo menos as coisas não ficam pelo meio, sem fim. engraçado outra casa, outro ralinho de pia, outra lixeirinha. detalhes. ontem à noite Manuela perguntou se eu ia sair quando viu minha bolsa à tiracolo. risos...
um certo tom de cinza. ..disse que eu sou ranzinza, rindo, óbvio. como sempre. e hoje baixou a ranzinzice total depois que caiu um balde de água fria. tentar fugir de tudo isso ranzinza balde de agua fria eu ir para outro lugar de preferência algum cantinho no alto escondido. ponto. minha barriga está enorme. Maria Silvia veio aqui falar comigo eles gostam de companhia como todos aliás. porquê as coisas não podem ser simplesmente simples ia escrever normal mas normal já pressupõe um juizo qualquer. hoje dormi de tarde um pouquinho e depois no filme do Frank Capra antigo bonitinho e depois só vi o final. tudo se resolve.

sábado, fevereiro 13, 2010

eu era muito envergonhada, acho que essa palavra nem se usa mais. tímida.
e insegura ao extremo.
e vovó tomava banho de camisola no colégio interno de freiras, mamãe sempre contava isso, não podia ver nem tocar o corpo
e então mamãe queria que tudo fosse o mais solto possível, era uma reação, e falava que sexo era uma coisa tão simples como escovar os dentes! era um processo dela de desrepressão, de libertação, e fomos ver o Boal quando ele voltou do exílio e passamos uma semana lá em casa falando vc está me oprimindo
quando contei isso no biográfico a Rose ficou meio chocada, acho que para ela estava tudo dessacralizado demais
e na mesma época alguém me ofereceu um trabalho que era tocar piano numa aula de ballet, fui lá ver e lembro do chão de tábuas corridas em um sobrado velho no centro? e não tive coragem de assumir, achei que era mais adiantado do que eu sabia, e quem foi, não lembro
saiu um artigo sobre autobiografia no jornal
tenho que pegar meus cds para escutar, já que meu laptop morreu
hoje acho que gostaria de tocar piano numa aula de ballet, embora eu nem saiba mais, hahaha
Franklin diz que sabe de mim pelo blog, e eu que ando tão sem notícias então vou tentar criar notas
estou com dois óculos na cabeça, além das muletas encostadinhas aqui do lado, hahaha
contei pílulas de estórias da minha vida
meu avô era comunista do partidão e andou o Brasil inteiro à pé e que depois , na Itália, já expulso do partido, foi adotado por padres católicos e virou um religioso fervoroso, andando tudo de novo, ele que só tinha um pulmão, pois o outro ele tinha "perdido" na prisão, não sei se torturas ou as péssimas condições, pneumonia
minha avó era funcionária pública de algum ministério, foi inspetora, tinha pernas bonitas, gostava muito de ler e de ir ao teatro, cheguei à comprar livros para ela na dazibao que ela lia sem danificar as páginas e depois pedia para trocar!, hahaha, Rui não gostava muito, e ela era o "banco'da família, emprestava para todo mundo mas não dava e era seca, afetivamente seca, e lembro de ler kim, Philby, estória de um espião duplo inglês na união soviética que era dela, encadernado com papel colorido, acho que era mania encadernar os livros, e também Maigret ela adorava, mas quem herdou essa paixão foi o Pedro, eu nunca li Simenon
escuto uma música do radiohead, faz parte das várias que eu tinha no meu ipod e no mac, engraçado

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

estou lendo lentamente O Compromisso.
hoje pintei meu cabelo no salão em cima da travessa, de loiro ( ou louro?) Ficou engraçado. Acho que gostei.
e fiz uma massagem maravilhosa no andar de cima com um massagista cego! e que percebeu várias coisas sobre mim só com o toque. ele se chama Eusébio. depois quebrei um cristal de ametista, sem querer. foi estranho. energias.
e ele falou que vivo mais o passado e o futuro, que me auto boicoto, que sou introspectiva, que tenho dificuldades em receber. que me cobro muito. ufa. vícios.
ao mesmo tempo os aromas de capim-limão e alecrim, os óleos, a mão maravilhosa e experiente, ficar ali relaxando fora do tempo...
e estar aqui vivendo como se não houvesse amanhã, resolvi parar de me cobrar e aceitar que é isso e está sendo ótimo
e talvez eu estivesse precisando disso mesmo, de ser ajudada, de certa forma, de estar fora daquele apto que me deprime, de pensar calmamente ou não pensar, deixar um pouco as coisas irem sem me deprimir`a toa