sexta-feira, agosto 24, 2007
continuo pensando na minha viagem, viagem com aspas porque só fui ali Araruama mas quando começou quando o ônibus começou `a andar e passamos pela ponte e eu olhava da janela aquela janela grande de ónibus de viagem encostada na janela queria escrever tudo o que pensava o que passava na minha frente mas não tinha caneta então fiquei só pensando pensando e fotografando também algumas coisas e então passamos pelos armazéns pelos barcos pela vista do Rio do outro lado e depois casas casinhas favelizadas de tijolo de cimento aparente entulho lixo e mato e mais casas casinhas entulho e mato e depois pastos terrenos cuidados e grandes e bonitos com bois e vacas e eu pensando naqueles terrenos com plantaçoes lindas na Europa e aqui tudo caótico referências erradas e depois apareceram avestruzes! incrivel! uma criação perdida por aqui e casas ao longe solitárias singelas simplórias com poucas janelas e eu sem saber o que ia encontrar e o senhor ao meu lado parecia que dormia mas depois me contou que morava há dois anos lá e que antes morava em Realengo ...e me lembrei de quando eu e Roberta fomos morar com a D. Dulce e pra mim foi triste acho que pra Roberta não porque ela namorava o tempo todo mas eu ficava ali naquele apto de quarto e sala no bairro peixoto que hoje acho bonitinho mas naquela época era terra estranha pra mim que vivia dentro do meu mundo e que havia odiado ter de sair da Bulhões daquela casa que me bastava com a varanda a rede os dois andares a escada os cachorros o jardim o quintal o pingue-pongue a sala grande com suas portas de quadradinhos de vidro e também as janelas e os irmãos... e uma vez fui jogar água na privada não sei porque e tinha um pano no balde e foi direto pra dentro da privada e flupt, foi engolido e a D. Dulce me deu uma bronca horrível ela não tinha a menor paciéncia e a mamãe estava na Bahia curtindo sua adolscência tardia e eu devia ter 12 anos.
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