terça-feira, dezembro 05, 2006

mangas que caem

depois de um sonho estranho ou muito estranho, onde haviam me chamado para fazer umas fotos para a Playboy e no começo achava esquisito eles terem me escolhido por eu não ter um corpo muito jovem ou não ser uma top-model, mas se confirmava o convite enfim aquelas coisas de sonho vai não vai e nunca rolavam as fotos ...e a sensação de estranheza durante o sonho continuava, um certo desconforto porque não entendia porque eu?, como se então o meu corpo estivesse jovem? e eu não soubesse. depois pensei que isso tinha a ver com a noite anterior eu me olhando no espelho espantada com o envelhecimento do meu corpo.
Enfim acordei. meio pesada...não sei o que me fez acordar e continuei meio tonta, meio besta, sem reaçao diante do dia que existia, sem reaçao diante da vida que continuava indo e eu parecia de fora, olhando bestificada como aquilo era possível. Ela parecia indo lá e eu de fora, olhando assustada. via.
Comi duas torradas e levei 1 banana para comer na sala, olhando o megazine e lendo o Cuenca que estava legal, e comi outra banana que já estava ali, na mesinha. tudo meio devagar...sabia que tinha que ir para o casarão desmontar a instalação mas ralentava esse momento. então a Regina ligou estressada e foi como um sôco, um balde de água fria p'reu voltar `a realidade. Fiquei deprimida, andando pelas ruas. sem dinheiro nenhum tendo que ficar fazendo um puta trabalho braçal e tendo que ir entregar a nota mas como comprar a nota sem dinheiro? e a conta de luz que vai vencer.e os 30 reais que tenho que arrumar para pagar aos caras que estão me ajudando. enquanto andava pela almirante alexandrino tentei não ficar muito pesada na terra como o extra-terrestre disse ontem tentei pensar que estava num planeta que estava rodando num universo e que existiam outros planetas rodando também e como a rua estava em uma descida eu tentava ver e sentir a forma arredondada do planeta tentava sentir essa sensação de estar andando em uma bola. isso tudo para não ficar muito grande o meu problema perto do universo enorme!
e na casa trabalhei trabalhei trabalhei foi engracado e constante e tranquilo? e também foi cansativo. e um estresse também. e foi. engraçado que um dos caras, que mora na comunidade da Fallet ( ou os dois) lembrava do Pedro meu irmão era um outro Pedro, como se estivessem falando de outra pessoa com outra vida e que eu não vi essa vida ( ou talvez tenha visto rápidamente, entre parênteses) talvez isso tenha feito rolar alguma empatia entre nós 3. outro mundo. mundos e mundos `as vezes planetas muito diferentes entre si. Planetas de nôvo. vontade de escrever de nôvo em inglês. ou francês. mas achei que ia ficar cafona e talvez besta.
again. encore.
sim, mas pensei maintenant, que acho uma palvara linda mas é agora...
agora.
tentando me entender no tempo. o tempo que passa e quanto ele passa ? como aquelas cenas em que a câmera dá uma volta de 360 graus sobre o personagem. como se o tempo também mudasse. uma reviravolta no tempo.
voltei de bonde. cheguei em casa e o telefone não estava funcionando! puta que pariu! chorei chorei chorei e lavei a louça e a água que descia me fez chorar mais. como uma tensão saindo e descendo e escorrendo. tudo. a forma de pensar a vida não se "casa" com a vida!...e toda a questão do trabalho. trabalho não era para ser uma realização ou um prazer ou o que se gostasse ? e não trabalho só para ganhar dinheiro e essa contradição e as cobranças das pessoas...e pior (ou melhor) é que passei por 3 dias muito bons!
o mais surreal foi no meio disso tudo a mulher do Unibanco ligando e dizendo que o Unibanco gostava muito de me ter como cliente (lembrei da crônica da Cora Rónai e o orgulho que ela sentia porque o Amex dizia que ela era associada!) e porque eu não colocava minhas contas em débito automático!

musicas que preenchem o espaço. gosto de preencher os espaços sempre ( pipoca/estopa/caixas de papelão).
a música das cordas esticadas. Cida. pipocas. a vista impressionante. não estou conseguindo passar nada, só descrever.

foi bom, muito bom. mangas que caiam. o vento. as moças na cadeira, simpatias........a menina da barraquinha precisa-se muito gracinha. a moita e aqueles meninos. o meu trabalho. as pessoas falando do meu trabalho. a recepçao foi muito legal. o vernissage.
sim, tenho que pensar niso e me encher disso. me encher disso e não deixar espaço para coisas chatas.

Um comentário:

Anônimo disse...

entendo isso tudo, querida, nunca sei bem porque corremos todos tanto, desesperadamente. ontem mesmo eu pensei: se tudo é relativo, será que além do preço, a pressa também muda em outros espaços do mundo? escolhemos viver num lugar corrido e caro. ainda temos que cantar e pintar, senao nada disso se justifica. e quem disse que pintar e cantar é coisa pra gerar essa renda perfeita e constante. putz...