domingo, agosto 12, 2007

Persona



Relatório Bergman : Persona sexta `a noite, poucas pessoas no estação. Um começo maluco, com cenas desconexas, pensei erraram de filme, mas como a cópia estava em mau-estado (!) só podia ser o Bergman mesmo, uma música moderna, depois veio o letreiro Persona e continuou a montagem rápida...uau! Esse era bem diferente dos que eu havia visto durante a semana. Um monólogo. ou um diálogo entre duas mulheres, sendo que uma ( Liv) nada fala? Mudanca de personalidades. A luz que vai escurecendo bem aos pouquinhos no rosto da Liv Ullmann. A cena com as duas em que Bibi descobre o "segredo" e é filmada duas vezes : a primeira com a câmera no rosto da Liv ( e suas expressões!) enquanto a Bibi fala; a segunda com a câmera no rosto da Bibi e tudo é repetido. maravilhoso! os rostos acabam se juntando... Será que o filme ganhou algum prêmio? é de 66, leio depois. estou viciada, agora quero ver mais.
hoje está aquele dia suspenso no ar: sol, poeira, tem dia dos pais (bleargh!) e deveria ir cumprir minhas (minhas?) obrigações sociais...ou ficar em casa estudando - quase esqueci que me matriculei no vestibular da uerj, e aliás acho tão longínqua essa idéia...aliás não sei que idéia não é longínqua, longínqua que palavra estranha longe longilínea distante. longínqua. tento me encaixar em projetos mas não consigo realmente me ver em nenhum deles e também quero me ver neles. contradição. as coisas são e não são. escutando pat metheny as falls wichita so falls.será que dá pra colocar música no blog?
beijos tchau.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Ontem foi meu terceiro Bergman em uma semana! Segunda foi Da Vida das Marionetes, quarta Cenas de um Casamento, com a Liv Ullmann, que fez "parte" da minha adolescência, e ontem O Sétimo Selo, preto e branco lindo, uma trupe de pessoas pensando sobre a vida, a morte, Deus...e a Morte andando atrás delas! Estranho isso porque nunca pensei sobre a morte e tenho (ou tinha?) resistência `a isso, como se fosse mórbido... Ih, tá parecendo filosofia barata, é melhor só o Bergman falar sobre isso!
Saí andando pelo flamengo, depois praia de botafogo, e fui andando até o humaitá, imersa em meus pensamentos e umbigos e olhando as pessoas e pensando...lá fora um trânsito cão. prefiro ir andando `a ficar presa dentro de um ónibos, com aquele barulho insuportável do motor que acelera e freia e pára e acelera de nóvo e desvia...depois 157, lagoa rápida , tirei da bolsa o livro da Liv Ullmann que resuscitei (tenho há 20 anos! tem uma dedicatória do Mauro, sem data, mas deve ser de 80 ou 81) e é uma delícia, recordaçoes, retratos um pouco melancólicos, interiores...Mutações. De certa forma acho que sou eu mesma ali, quando leio e interiorizo esse personagem que em algum momento da minha vida se misturou com o meu personagem... era engracado como adorávamos tudo isso! Bibi Anderson, Ingrid Thulin, Liv Ullmann...eu, mauro, ursula, mamãe talvez? tudo tão intelectual e pensado e um pouco duro também e denso e difícil e agora não quero mais parar de ver! Hoje vou tentar ver Persona.
subi ipanema, suco de melancia, parei prá ver a loja da Bel que realmente está muito linda.
prazeres.

segunda-feira, agosto 06, 2007


Foi bom voltar pela ponte entardecendo tudo cinza levemente viloeta um toque de azul escuro ali e aqui...queria filmar fiquei filmando internamente fui fotografar a máquina estava sem bateria! os volumes os depósitos do porto fachadas da marinha o mar espesso navios a cor entardecendo na verdade anoitecendo porque estava naquele intervalo que não é noite nem dia, ando gostando dos cinzas. depois irritação com kombi velha e motorista chato dando em cima de mim e eu me esquivando toda hora, cheguei em casa, pizza de frigideira rápida maravilhosa - abobrinha e champignos e cebola e molho de tomates -e fui correndo ver o Bergman "tout seul" no Paissandú. Foi tão bom, aqueles planos longos as análises o tempo inteiro e tudo sendo dito e pensado e também muita neurose e"encucação", e tão diferente do que se vê hoje e tão genial por isso, anos 60 ou 70? vou procurar saber, esse filme eu não havia visto, Da Vida das Marionetes, o título é ótimo e fiquei pensando se tinha `a ver com aquele livrinho de mesmo nome de um autor que esqueci o nome, do séc xix que se matou e que depois foi lido, resgatado por Kafka e... mas só depois. e a fotografia do Sven Nykvist, outro nome maravilhoso. Sven Nykvist. se fala com a língua na ponta dos pés, se a língua tivesse pés..
Carlota está no meu colo, enrolada, carente. procuro uma rádio na Internet., está tocando Haydn, não era bem isso que eu buscava, não sei bem o que buscava, mas até que está legal, é bem mozartiano.
e como fico tanto em casa e quando saio e vejo pessoas e carros e agitação e papos vazios me canso e quero me refugiar de nôvo no meu casulo. estou ficando louca!