reconhecer quem vocês são.
segunda-feira, outubro 29, 2012
domingo, outubro 28, 2012
acordei com o dia nascendo um vento que achei que entrava pela janela e que so descobri depois que era um ventilador ligado ao pé da cama me senti so dormindo encolhida sem encostar pudor não sei porquê de acorda-lo incomoda-lo e depois a gente se acomodou e dormi profundamente um pouco até o maldito despertador que eu achava ter desligado tocar às oito e meia e transamos nossa transa quase "tradicional" meio adolescente ele disse como que pedindo desculpas mas gosto dessa intimidade entre nos e ser de manhã é sempre otimo pra mim e que não é genial e levantei banho liguei pra dentista esperei ele sair do banho pra me despedir e sai andando com a garrafa de suco de manga na mão que era para colocar no lixo ele pediu quando nos abraçamos e ele disse até amanhã talvez na lixeira do corredor pensei depois mas ja estava na rua e coloquei nesses cestos laranjas na esquina e parei pensando que teria que pegar mais dinheiro pra pagar o cara que estava podando a arvore ou se so dava metade e pagava depois preguiça de voltar não disse à mim mesma tenho que voltar é ali pertinho entrei no banco depois voltei até a rua do catete onde tem a padaria e que esqueci o nome - da rua e que é o mesmo da padaria - e subi vendo -a por outro ângulo ja que a conheço um pouco descendo e a escadaria quase européia punk a subida até o guimarães ônibus cheguei em casa elço em cima de uma escada grande com alguns galhos ja no chão e falamos rapidamente tomei café liguei pro f. que estava meio doente e não poderia ir lavei o cabelo com sabão neutro pra ver se passa a coceira me vesti com a saia de cintura alta que paloma gosta (rs) detalhe insignificante como todos talvez e na verdade não sei se gosto dela da saia mas estava me sentindo bem esse dia paguei o elço me despedi passou o central e resolvi pegar ao invés de esperar o castelo qdo cheguei la tinha uma passarela onde dois homens na minha frente andavam lentos e bloqueavam minha passagem mais rapida qdo cheguei no ponto ninguém sabia dizer nada sobre nada mal sabiam sobre seus proprios itinerarios fui pra pista central onde um senhor dava informações totalmente detalhadas à uma senhora que nem reparei se era senhora ou não e me disse que o meu ponto era la mais adiante na mesma pista onde eu estava antes e fui e passou o 380 e passava na taquara e ele pega a avenida brasil rapido passou em frente à um negocio de cinema que ja fui lembro vagamente e outros lugares e depois rumo à linha amarela suburbios favelas palafitas e reconhecia tudo pela janela quando chegou em jacarepagua teve uma hora que me perdi mas depois voltou àquela ultima rua onde sempre passamos e saltei ir andando é uma outra experiência cheguei ela não estava marina disse pr'eu almoçar o que fiz num lugar embaixo que sempre esta fechado mas estava aberto comida caseira simpatico e coloquei muita comida 500 e tantas gramas arroz feijão farofa salada de batata sufê de legumes couve flor à milanesa comi tudo 16 reais voltei e meditei meditei com os olhos fechados ouvindo anouar brahen e às vezes umas ondas de muita tristeza ansiosa e lendo so na sala de espera depois chegou uma outra pacienta e li o budista vietnamita nham nham respiração consciente e me acalmava e so uma hora depois a ana enrolada atrasada chegou o marcelo e olhou e eles conversaram detalhes ele pratico e rapido ela meio insegura sobre o que fazer e depois olhou o outro que pode ser um canal ou não e sai para procurar a estrada do tindiba pra fazer um raio-x panorâmico e entrei na rua errada perguntei ninguém sabe dizer onde esta uma mulher disse tudo isso é a estrada do tindiba afirmação absurda pois a estrada so pode ser num unico lugar e depois uma alma boa de setsuan me indicou vira aqui na rua em frente que vc vai dar la e entrei e então dei naquela rua onde sempre voltamos e estava la pertinho andando nela ao lado daquelas lojas que so via da janela do carro e andei umas três quadras e chegando la uma escada todos os edificios comerciais da taquara tem uma escada bem inclinada na entrada e não achava os numeros escuros e o meu cartão não passou tive que sair e achei um itau duas ou tres quadras à frente onde tinham umas dez pessoas querendo entrar mas a porta tinha quebrado mas no caixa automatico dava e descobri que o meu pequeno dinheirinho estava aplicado automaticamente e por isso so poderia sacar 37, 58 e pensei em ir até outro banco mas resolvi que pagaria 37 no débito e os 3 restantes em dinheiro voltei deu certo fiz a panorâmica onde uma maquina da uma volta em volta do seu rosto muito estranho tudo e fiquei sentada esperando para levar a radiografia e fechei os olhos e escutava a musica que musica? não sei e voltei entreguei à marina peguei minha declaração no ponto passa um ônibus candelaria pego logo depois entra um louco e fica berrando fluminense e enchendo o saco de todos o tempo todo que reclamam eu também chamo-o de flamenguista e ele ri o motorista adverte-o de que ele tera que sair do ônibus se continuar ele fica quieto, às vezes volta à falar mas para eu aumento a musica e leio leio leio enquanto o ônibus da voltas e mais voltas e enche pessoas em pé até que finalmente chega no rio na presidente vargas apos passar por uma avenida que demoro à reconhecer onde tem um canal e salto e ando até a gomes freire passa um ônibus na outra rua e depois um castelo cheio e outro mas tem muitos estudantes e vou em pé uma lenha voltar para casa sempre e uma menina linda e pequena olha pra mim com o dedo na boca e faço o mesmo e ela ri e depois nos olhamos.
iogurte com mel. primeiro banho frio do verão. tenho que ser confiante em mim mesma, alias como me basto quando estou so e em casa. engraçado que vou perdendo essa auto-confiança conforme a semana vai passando e vai ficando longe esse dia ou pedaços de dias em que relaxei e fiquei completamente bem e comigo mesma, geralmente é no domingo que fico em casa casa casa com o meu tempo e isso me faz um bem tremendo e depois o que fiz? ah, o problema foi que não tive esse domingo pausa e o sabado ja rolou um stress, alias na sexta ja rolou por causa da culpa L., então não tive essa pausa e por isso o stress maior me repito me repito. segunda... lavei quase toda a louça, fui arrumando aqui e ali, fui saara comprar fios mais flores e terminei a vitrine e rui gostou e cumplice da "chatice" o que me fez bem e a grosseria no telefone e eu sem saber mto o que fazer com o essa semana fiquei meio na minha mas fria talvez e fiquei la fazendo a outra vitrine também na terça quarta não fui? quinta corri e fui pegar meu vestido e torre terça varri a sala lavei o chão da cozinha as roupas as roupas não lembro calça jeans algum dia e saia branca e top preto vestido rosa retrô e comprei o manuel pina e o nhan nhan budista e os dois otimos so às noites que não consigo ser nada se bem não lembro muito. ah segunda saia africana e blusa cantão velhinha.
sábado, outubro 27, 2012
escrito bobo e profundo
preciso tanto desse espaço esse tempo em que sou so eu e a musica e a casa e basta
paisagem la fora
outra aqui dentro
quando esses dias demoram à acontecer fico fora de mim
ufa
paisagem la fora
outra aqui dentro
quando esses dias demoram à acontecer fico fora de mim
ufa
leio o Manuel Pina e fico com vontade de ler mais embora essess poucos ja me bastem porque grandes. agora de novo vejo "Talvez ..." e fico como baqueada como um tapa. essa meio alourada que vejo por ai não reconheço voltar à cor normal do meu cabelo eu. voltar à eu, isso que importa desejos insatisfeitos e esclarecimentos e fantasias jogar no lixo. hoje à tarde olhando a casa a sala e eu sentada olhando e isso basta. então porque a ansiedade louca? não sei. hormônios desequilibrados agindo por tras também, diabinhos. administra-los. e não importa o que achem. agora penso isso mas ...
quarta-feira, outubro 24, 2012
Talvez de noite
1.
à minha volta tudo envelheceu
como se fosse eu, e no entanto
uma casa, ou um espaço em branco
entre as palavras, ou uma possibilidade de sentido.
Pois nada
surge com a sua propria forma
Digo "casa" mas refiro-me a luas e umbrais,
à lembranças extenuadas,
às trevas do corpo, lucidas
latejando na obscuridade de quartos interiores.
E digo "palavras" porque
não sei que coisa chamar
à mudez do mundo.
E digo "sentido" sufocado
sob o pensamento
tentando respirar
a golpes de coração,
agora que se desmorona a casa
sobre todas as palavras possiveis.
...
Manuel Antonio Pina
Como se desenha uma casa
1.
à minha volta tudo envelheceu
como se fosse eu, e no entanto
uma casa, ou um espaço em branco
entre as palavras, ou uma possibilidade de sentido.
Pois nada
surge com a sua propria forma
Digo "casa" mas refiro-me a luas e umbrais,
à lembranças extenuadas,
às trevas do corpo, lucidas
latejando na obscuridade de quartos interiores.
E digo "palavras" porque
não sei que coisa chamar
à mudez do mundo.
E digo "sentido" sufocado
sob o pensamento
tentando respirar
a golpes de coração,
agora que se desmorona a casa
sobre todas as palavras possiveis.
...
Manuel Antonio Pina
Como se desenha uma casa
As coisas
Ha em todas as coisas uma mais-que coisa
fitando-nos como se dissesse " Sou eu "
algo que ja la não esta ou se perdeu
antes da coisa, e essa perda é que é a coisa.
Em certas tardes altas, absolutas, quando o mundo por fim nos recebe
como se também nos fossemos mundo, a nossa propria ausência é uma coisa.
Então acorda a casa e os livros imaginam-nos
do tamanho da sua solidão.
Também nos tivemos um nome
mas, se alguma vez o ouvimos, não o reconhecemos.
Manuel Antonio Pina
Como se desenha uma casa
Ha em todas as coisas uma mais-que coisa
fitando-nos como se dissesse " Sou eu "
algo que ja la não esta ou se perdeu
antes da coisa, e essa perda é que é a coisa.
Em certas tardes altas, absolutas, quando o mundo por fim nos recebe
como se também nos fossemos mundo, a nossa propria ausência é uma coisa.
Então acorda a casa e os livros imaginam-nos
do tamanho da sua solidão.
Também nos tivemos um nome
mas, se alguma vez o ouvimos, não o reconhecemos.
Manuel Antonio Pina
Como se desenha uma casa
terça-feira, outubro 23, 2012
a sensação de desencaixe desagradavel. libertador também. ontem e hoje um pouco mais leve, rindo por dentro. mas agora voltou a - como sempre- mania de analisar às vezes obsessiva. segunda terminei a vitrine e estou gostando rui me entendeu quanto à questão "r" pelo menos algum entendimento tacito entre nos ufa alivio (um pouco) e meu cinto 'cai' pendurado na porta do armario mania de aspas parênteses traços hoje hoje como se eu escrevesse sempre não importa. sera que voltei à ficar estressada? não posso. ler o texto novamente. não tenho quê.
segunda-feira, outubro 22, 2012
sábado, outubro 20, 2012
chove chove chove chove.
uma alegria e uma tristeza e não sei explicar nenhuma das duas. embates... e também proximidades. balzac usa seis pontinhos e não três no coronel chabert que é engraçadissimo e a moça no ônibus levando o carrinho e a filha de dois anos, saltaram no campo de santana (que adoro acho lindo europeu e queria fazer um piquenique la) para passear, acho, tomar sol? minha vizinha. achei incrivel e lindo. eu andei na central em algumas lojas e depois tentei fazer um "jardim suspenso" na vitrine ele ainda esta nascendo. chove muito e fez muito muito calor. a relação não importa! disse e isso me deu um alivio tão bom mas depois ele me irritou muito porque achei que ele fosse outra pessoa, participante, e tinha esquecido como era. sempre uma sensaçao muito solta...não sei. devo estar com stress crônico. ontem no municipal a. g. e eu não sabia o que falar e ele continua lindo. preciso de um manual. e sempre essa sensação de que não era isso, ai fatigué porque sempre essa forma instisfeita de reagir.
uma alegria e uma tristeza e não sei explicar nenhuma das duas. embates... e também proximidades. balzac usa seis pontinhos e não três no coronel chabert que é engraçadissimo e a moça no ônibus levando o carrinho e a filha de dois anos, saltaram no campo de santana (que adoro acho lindo europeu e queria fazer um piquenique la) para passear, acho, tomar sol? minha vizinha. achei incrivel e lindo. eu andei na central em algumas lojas e depois tentei fazer um "jardim suspenso" na vitrine ele ainda esta nascendo. chove muito e fez muito muito calor. a relação não importa! disse e isso me deu um alivio tão bom mas depois ele me irritou muito porque achei que ele fosse outra pessoa, participante, e tinha esquecido como era. sempre uma sensaçao muito solta...não sei. devo estar com stress crônico. ontem no municipal a. g. e eu não sabia o que falar e ele continua lindo. preciso de um manual. e sempre essa sensação de que não era isso, ai fatigué porque sempre essa forma instisfeita de reagir.
quinta-feira, outubro 18, 2012
20.9.12
"noturno da primavera"
com o pensamento em rilke
quando nasce o dia em nós
(porque é irrelevante quando nasce o dia no mundo)
arrumamos logo afazeres
que justifiquem sua morte em batalha:
arrumamos a estante, fumamos cigarros na janela,
planejamos ilhas, ouvimos frases futuras,
falsos amores, algo parece coçar no corpo,
algo como uma presença maior que começa
a invadir o espaço que nem sabíamos ter.
daí vêm os textos, frescos nas ideias,
pouco importa sejam ideias descartáveis;
o descartável, com o pavor do que se aguarda,
o dia que materializa e dispersa a louca
ideia de que somos algo e não qualquer coisa,
o dia que deverá, de todo modo, ser utilizado
até sua morte, sugado como um escravo,
torna-se perceptível, justo e firme
como uma realidade intransigente.
daí nos vem a ideia de colher
pequenas pétalas que caiam pelo chão.
daí a ideia de que, sendo noite de ninguém, ó rosa!
fechaste tantas pálpebras em pleno dia.
ideia, planos, a vertigem e o medo do que,
apenas sendo, não se sabe o que é.
vantagem e desvantagem da noite:
dentro dela nós não passamos
de restos do que não foi o dia.
quando nasce o dia em nós
(porque é irrelevante quando nasce o dia no mundo)
arrumamos logo afazeres
que justifiquem sua morte em batalha:
arrumamos a estante, fumamos cigarros na janela,
planejamos ilhas, ouvimos frases futuras,
falsos amores, algo parece coçar no corpo,
algo como uma presença maior que começa
a invadir o espaço que nem sabíamos ter.
daí vêm os textos, frescos nas ideias,
pouco importa sejam ideias descartáveis;
o descartável, com o pavor do que se aguarda,
o dia que materializa e dispersa a louca
ideia de que somos algo e não qualquer coisa,
o dia que deverá, de todo modo, ser utilizado
até sua morte, sugado como um escravo,
torna-se perceptível, justo e firme
como uma realidade intransigente.
daí nos vem a ideia de colher
pequenas pétalas que caiam pelo chão.
daí a ideia de que, sendo noite de ninguém, ó rosa!
fechaste tantas pálpebras em pleno dia.
ideia, planos, a vertigem e o medo do que,
apenas sendo, não se sabe o que é.
vantagem e desvantagem da noite:
dentro dela nós não passamos
de restos do que não foi o dia.
Leonardo Marona
domingo, outubro 14, 2012
Os Enamoramentos, Javier Marias, Companhia das Letras.
"Quando alguém esta enamorado ou, mais precisamente, quando uma mulher esta e além disso é no começo e o enamoramento ainda possui o atrativo da revelação, em geral somos capazes de nos interessar por qualquer assunto que interesse ou do qual nos fale quem amamos. Não so de fingir interesse para agrada-lo ou para conquista-lo ou para marcar nossa fragil posição mas também para prestar verdadeira atenção e nos deixar contagiar de verdade pelo que quer que ele sinta e transmita, entusiasmo, aversão, simpatia, temor, preocupação ou até obsessão. Não digamos acompanha-lo em suas reflexões improvisadas, que são as que mais prendem e atraem porque assistimos a seu nascimento e as incentivamos, e as vemos espreguiçar, cambalear e tropeçar. De repente nos apaixonam coisas a que jamais haviamos dedicado um pensamento, pegamos insuspeitas manias, prestamos atenção em detalhes que tinham nos passado despercebidos e que nossa percepção teria continuado omitindo até o fim dos nossos dias, centramos nossas energias em questões que so nos afetam vicariamente ou por feitiço ou por contaminação, como se decidissemos viver numa tela ou num cenario ou no interior de um romance, num mundo alheio de ficção que nos absorve e distrai mais do que nosso mundo real, o qual deixamos temporariamente suspenso ou em segundo lugar, e de passagem descansamos dele (nada tão tentador como se entregar a outro, mesmo que so com a imaginação, e fazer nossos seus problemas e submergir em sua existência, que por não ser nossa é por isso mesmo mais leve). Talvez seja excessivo expressar a coisa assim, mas nos nos colocamos inicialmente a serviço de quem cismamos querer, ou pelo menos à sua disposição, e a maioria de nos faz isso sem malicia, isto é, ignorando que chegara um dia, se nos fortalecermos e nos sentirmos firmes, em que ele olhara desiludido e perplexo para nos ao verificar que na realidade não damos importância ao que antes nos suscitava emoção, que nos aborrece o que esta nos contando, sem que ele tenha variado de temas nem que estes tenham perdido interesse." ...
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