quinta-feira, dezembro 27, 2007

Rembrandt ... Caravaggio....


... ardendo de febre e os gatos lindinhos foram me fazer companhia! uma luz meio dramática .
Hoje foi um dia meio metamorfose, o que é bem óbvio de dizer...Quando fui ao banheiro me dei conta de que estou uma baleia e nada nadica da que eu mesma pensava que era quando me olhava antes no espelho não sei quem está me enganando eu ou o espelho o que dá no mesmo enfim. Hoje me vi, simplesmente. ou finalmente, sei lá. Não sei porque não aconteceu antes... não me reconheço, fico na dúvida de quem sou eu, se a pseudo magra ou a gordinha ? Uma bola na minha barriga e o pior, fome fome, fome. Devo estar com vermes famintos. Tenho que descobrir. Fico um pouco chateada com isso, talvez por isso tenha ido dar uma andada, que foi ótimo, foi a versão curta-metragem do que espero que seja o fim de semana, natureza, sol, céu, natureza, eu. `As vezes é tão difícil estar com os outros - ou chato. Será que todos sentem isso ? Mal estar ou falta de contato. Deve ser normal, só isso. Comi uma manga competamente maravilhosa e não queria que acabasse nunca. Agora estou enlouquecidamente escutando Abbey Road, e realmente é de enlouquecer. Outro dia queria ter escutado com "todos" mas não rolou. Aliás não rolou nada...
Os móveis da sala estão desencaixados e fora de lugar, fora de prumo de rumo de. agradável. o que faz uma coisa ser agradável ou nao ? são os sentidos que determinam ? bem, tenho que lidar com essa" bolinha" por enquanto

sábado, dezembro 15, 2007







Ouvindo selecionando músicas do Album Branco para colocar no ipod...as lembranças casa da Bulhões, o álbum Branco de quem era? Do papai ? não consigo imaginar muito bem ele escutando, se bem que o Bloody Sweat and Tears era do papai e também o Chicago...e tinha também o Revolver, e nós, pequenos, Pedro de shorts marrons -deve ser de alguma foto essa lembrança, lembrança fabricada ? -aliás todos usávamos shortinhos e aquelas camisas meio indianas, e escutando Chicago e Beatles e Simon e Garfunkel e o Bloody que eu queria achar de nôvo. Parênteses: Miranda chega perto e se estende lânguidamente em pose meio esfinge. Fecha parênteses. A sala tinha várias janelas que acompanhavam o lado de fora, quando a gente passava lá também indo para o quintal, era clara, o sofá e as poltronas - aonde foram parar? que eram estofados de xadrez verde, me lembro do estofador indo lá em casa com as amostras de pano. E as portas de quadradinhos de vidro que fechavam a sala por dentro.E papai ouvindo jazz bem alto lá dentro na quele gravador grande de rolo. Década de 70. Sexy Sadie. Julia que a Roberta adorava. Julia Julia morning moon touch me so i sing a song of love. Why dont we do it in the road, que eu imaginava outras coisas...agora toca uma gaita escocesa em don't pass me by.

domingo, novembro 25, 2007

Acordei pensando na palavra "falá-la" - será isso mesmo?
Consultar alguém.
Tirei a foto.
Coloquei essa foto aí embaixo mas começo a achar que foto "ilustrando" os textos fica meio cafona!
Hoje enquanto lia o José Castello falando de Borges e dos Seres Imaginários dele - Borges - e do Kafka e de outros, um texto saboroso aliás, aliás aliás falei várias vezes essa palavra hoje e até brinquei de falá-la aliás falá-la é estranho será isso mesmo? fala-la ao contrário - saila. e pensei nos meus livros que comprei ontem e como foi bom há tanto tempo que não comprava livros livros novos andava comprando em sebos que também é bom mas é outra coisa no sebo são descobertas, achados e na livraria são os livros que li sobre e recêm lançados...e então comprei um nôvo do Pamuk que nem tinha pensado em comprar mas que na verdade é o primeiro livro dele e gostei do pouquinho que li e da orelha e de qualquer forma ele não precisa me convencer porque já adoro ele, e um outro do Mia Couto -após folhear folhear era essa palavra que pensei antes quando me veio um texto na cabeça e que já esqueci mas era folhear pensando nessa associação entre livros e folhas de árvores folhas livros feitos de folhas amareladas e ocres e secas quando eu estava folheando 3 ou 4 livros dele pensando qual que o Fernando mais gostaria é difícil porque eu talvez gostasse de todos mas estava tentando ser ele naquele momento e também estava absorta e aquele menino me viu do outro lado do vidro e sorriu e foi ótimo só isso esse reencontro que não foi mas que as possibilidades ficaram no ar, não não estou explicando nada bem. enfim, depois pensei com prazer nessa troca de olhares e sorrisos e no desenvolvimento que poderia ter acontecido ? e na verdade é (tão) bom imaginar acho que é melhor do que se algo realmente tivesse acontecido. Imaginar. e também comprei o Robert Fisk, nem folheei aliás mas desde que o vi naquele programa gostei muito dele e suas opiniões decididas mas ainda não o abri. Comecei na verdade pelo mais bobinho que é o Viagem de Theo que estou achando uma pequena delícia é para adolescentes talvez mas é gostosinho de ler e como não sei nada sobre religiões nenhuma então me interesso por essa estória da busca pela essência pelas essências e explicações sobre o começo de tudo. O André disse que jamais leria esse livro, porquê? mas me deu tanto prazer carregar meus livrinhos pra casa fui lendo o Theo no ónibus e louca para chegar em casa e me dedicar `a horas de descoberta mas não foi isso que aconteceu porque ligaram e então sai com eles porque também é bom mas...na verdade saio com uma idéia na cabeça do que pode acontecer e de como pode ser bom, mas são idéias pré-concebidas e que não tem a ver com o que as pessoas são e etc etc etc e então não foi nada do que imaginei não que tenha sido ruim foi até engraçado encontros e desencontros mas como eu havia abandonado meus recém-adquiridos "amigos" pelo encontro com eles de certa forma tinha que haver uma compensação. ok, nada de tão trágico. a falta de liberdade de sempre...
Fernando vê um filme na TVE década de 70/começo de 80, a trilha é típica, sax, teclados, como é ruim tudo! ou engraçado.
mas também vimos um griot falando e foi interessante e vivo e um filme sobre um astrônomo polonês muito legal e azul. hoje conversamos sobre isso nas paineiras (que estava mágica e se abrindo e com sol) sobre as expectativas com o estar com os outros e sobre a minha expectativa de que sempre seja um "encontro" senão sinto que estou perdendo um tempo em que poderia estar comigo mesma. e pronto.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Mrs Dalloway

outro dia estava pensando em livros maravilhosos que li ... Tia Julia e o escrevinhador, Os filhos da meia-noite, o conto A Auto-estrada do Sul - do Cortázar, Minhas Noites são Melhores do que meus dias, Fup, Misto quente, Berlim? que o Franklin me deu, A Tempestade ...
me acho uma pessoa meio vaga. cheia de idéias que voam e então gosto quando tem pessoas pé-no-chão, como a Clara, que é completamente objetiva. é como se minha cabeça não estivesse muito aqui...engraçado o outro dia quando fui para Friburgo, 2 horas e meia ou mais escuando música e músicas no Ipod e a janela e viagem a viagem. não havia ninguém sentado do meu lado, incrível, porque é tão bom a estrada ? devaneios devaneios sempre indo mas carregando milhões de pensamentos e lembranças e lendo o diário da Piauí...'sintoma interessante: o diário é o último refúgio do ego que nos resta, e faz meses que não anoto nada no meu," do diário de Kenneth Tynan - Leve, Alegre e Triste, Fernando tapa os olhos e está gripado de nôvo, coitado.. outro dia, acho que foi na viagem, me deu uma leve tristeza. zs. mas também foi bom escapar para um outro espaço. e depois foi meio ansioso. Equador. Comecei a ler a Odisseia ... não é fácil. preciso de mais livros e mais sempre. acho que tem um livro meu com a Patricia - A Trégua ?
Também pensei nas casas em que morei e fiquei com vontade de "colecioná-las" : fotos. Estou fazendo um almoxarifado de mim mesma.
eu mim nunca sei.

domingo, outubro 21, 2007


Ontem depois que minha irmã me ligou de Mauá pensei em escrever mil coisas mas não escrevi e agora não sei o quê. que mil coisas eram essas. eu gostei há tempos não nos falávamos e ela tem umas maluquices parecidas com as minhas. Fomos muito influenciadas pela Shangri-lá que foi nossa infância e a mamãe e a nossa casa, e até hoje! temos dificuldades em lidar com esse mundo o mundo que não é nada disso que ela falava. a impressão é que as pessoas sempre seriam justas e diferentes e questionadoras das repressões burocracias e "estupidezes" diárias e etc etc etc e não é bem isso... hahaha. tudo isso era tão anos 70. tenho que esquecer e superar isso. Estou tentando, juro, mas no fundo não tenho certeza se vou conseguir me livrar disso algum dia. e ontem `a noite acabei falando um monte de "verdades" pro Fernando e foi muito chato porque hoje ele passou o dia triste jururu e monossilábico, e eu me sentindo mal mal mal. e no fundo o que eu quero??? não quero me refugiar na cama de nóvo, que é o ideal talvez! preciso de férias precisamos.

sábado, outubro 20, 2007

Durmo durmo durmo

Durmo durmo durmo não sei pra quê e porquê. Não estou com um sono terrível, é só para ficar ali, naquele mundo outro, suspensa numa estória meio nebulosa - no bom sentido. Acordar pra quê? me pergunto, como se não houvesse o que fazer. Talvez não haja sentido em fazer, ou vontade porque não há sentido. O sentido vem,`as vezes, misteriosamente. Mas só `as vezes. Depois resolvo levantar: já é meio-dia - meio-dia! metade do dia já passou. Tenho prazer comendo - meio mamão, depois a outra metade porque achei que não ia gostar de comê-lo, mas na verdade é muito bom fruta leve que é diferente da sensação de comida mesmo, Não sei descrever isso; sensação de terra, talvez. leite de soja sabor-banana com farinha de semente de linhaça dourada -uau, ficou com um nome muito comprido e sofisticado! e pra termnar, café e dois mini-pãezinhos,,,,porque na verdade não deveria ter nenhum pãozinho! A barriga enorme. Leio o jornal, mastigando as palavras e idéias, e parece que isso me preenche e me estimula, como se eu fosse todas aquelas pessoas que estão fazendo coisas lá; como se eu fosse todas as possibilidades. Possibilidades, só isso que me tornei. mas sem ação. Leio o Idéías que não é o Idéias e sim o do Globo que tem um nome sem graça- revolução de outubro, construtivistas, arte figurativa, o romance em si, um livro de um cara que andou pelas Europas -colonizado vs metrópole algo assim, o Cuenca que só leio no megazine `as vezes mas que tenho simpatia apesar dele ser de outra geração. digitar, letras, os acentos. erros toda hora, porque penso mais rápido do que escrevo, e as letras saem fora de ordem. tenho que tomar um banho porque ontem não tomei e meu cabelo reclama : está pesado, lembrando sua existência suja. ontem foi um dia nada, dia em que fugi de qualquer coisa e de mim-mesma? e no fundo acho que não foi bom - ou foi? Como saber? me culpo e me cobro e não saio do lugar. neurose pura. só que a vida anda morna e chata. acho que escrevo isso há anos.
Fiquei lendo e `as vezes só mordiscando folheando o Gênios do Harold Bloom - ele é muito pernóstico e um pouco chato; se repete, fala de Shakespeare o tempo todo -principalmente de Hamlet, peça que não li. Fica sempre comparando, acho que as pessoas "cultas" pensam assim em comparações Shakespeare `a Dante `a Cervantes e etc- mas tem alguns tópicos tópicos, talvez essa linguagem seja médica algumas coisas legais - coisas, essa palavra é maravilhosa e serve para tudo e não significa nada também - é bem humanista e clássico no sentido de valorizar obras que falam de algo mais -enfim, li pedacinhos sobre Emily Dickinson - dei um livro de poemas dela para o Dudu - acho que ele nunca entendeu, será que por isso anos depois ele me deu o cd do Lenny Kravitz ou algo assim, logo pra mim que não escuto rock e eu também não entendi (achei que ele, Dudu, fosse meio misterioso e inglês e romantico - o que achei que a Emily Dickinson fosse- depois descobri que ela é americana!)), Virginia woolf que adoro, irmãs Bronte- falou muito bem do Morro dos Ventos Uivantes Luiz Costa Lima também falava mas tentei ler e não bateu, tentar de nóvo, Cervantes - tenho que ler, e não lembro mais. e vi televisão. e pensei sobre não ter trabalho não ter profissão e as outras pessoas que têm e sobre o Fernando e sua imagem de "desnutrido" que me irritou muito e sobre vontade de morar sozinha, que anda piscando. e sobre a nossa falta de assunto. e porque nunca falei abertamente aos outros que eu queria trabalhar? talvez porque falasse secretamente e não houvesse resposta, mas talvez as pessoas não entendam pedidos secretos. e fico com raiva de todos e de mim por isso. êta cabeça complicada! bem, agora vai ter o comercial. é isso que está aí, talvez como isso não signifique nenhuma continuidade, eu não fique muuuiiito animada, mas as coisas estão...estão? se encaminhando.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Todos os fogos o fogo

Li o Julio Cortazar pro Fernando...foi bom ler de nóvo acho que ele não gostou estava com febre acho que não era a leitura apropriada! A Auto-estrada do Sul é outro ritmo quando se lê em voz alta, bem o Hélio já havia falado que os antigos - gregos e outros - liam em voz alta, não existia a leitura solitária como hoje em dia, mas eles liam em voz alta para re-criar o que liam, para corporificar... a estória anda em voltas, se repete, o tempo se estica, alarga e também rola uma ansiedade, todos os contos que eu li eram assim, circunavegações em torno de uma estória que é a mesma sempre a mesma estória. uma busca que não chega nunca. é muito legal quando no final as pessoas são chamadas pelo nome dos carros, a Dauphine o 404 o Simca o Taunus e quando de repente tudo se desfaz o engarrafamento de repente e ele ansioso pensando nos dois em Paris ele o engenheiro do 404 e a moça do Dauphine mas quando o engarrafamento acaba eles vão se distanciando pouco a pouco ele ainda acha que terão as reuniões e etc etc e é tão romântico afinal
a vida se transformou em conversar o dia inteiro com os gatos?

segunda-feira, outubro 01, 2007

Guardar


Essa foto linda, do Fernando, estava num projeto de instalação só com gavetas, milhares de gavetas...