domingo, setembro 15, 2013

nada. na verdade. não, começar de outro jeito. ficando cada vez mais verdadeira e então falo demais e totalmente sem saco pros outros. leio na entrevista do andrew solomon que isso faz parte da depressão. ? e eu achando que não estava deprimida. ou rola algum disfarce. o que é certo ou errado. a história começa numa tarde chuvosa no centro da cidade maternidade pró-matre que eu não lembro onde é exatamente sei que no centro. nasci sozinha, sem ajuda médica, é a lenda familiar. e fiquei boiando no líquido aminiótico - isso eu imagino. mamãe dizia que os partos eram orgasmos. depois, aos 3 anos, caí da janela, evento nebuloso e que não tenho nenhuma recordação, nebuloso porque mamaãe dizia sempre que eu tinha caído do terceiro andar embora morássemos no segundo e ela falava assim porque era um segundo andar alto, segundo ela. passo lá e não lembro de nada, não reconheco o edificio. Ursula diz que me empurrou da janela, meio brincando. ou não. fiquei em coma um mês, mamãe dizia, mas também não sei. o que é verdade ou não. papai dizia que abri os olhos pela primeira vez depois desse tempo hibernando quando ele foi me visitar. hospital da lagoa. abriram minha cabeça. e por isso ou foi pela queda? fiquei com estrabismo no olho direito. ou são os dois que são estrábicos sempre? a lenda familiar diz que depois disso fui "protegida", o que também não lembro. protegida de quê? sei que roberta e ursula batiam na gente, os menores, e eu batia no pedro.  depois fui atropelada ou melhor jogada longe por um carro - será que era um fusca? - na rua em frente ao nosso edifício, aquele fatia de bolo na saída cosme velho do rebouças. bem, talvez mamãe não fosse muito vigilante, ou com 4 filhos não dava mesmo. estávamos indo prá onde, afinal? passear? papai tinha fusca naquela época? só acho que o rebouças não funcionava ainda. e eu tinha 4 ou 5 anos. foi antes de morarmos na urca... de onde lembro só do terraço interno, de onde víamos a sala que era quarto de papai e mamãe, ou só da mamãe. uma cama grande na sala que era quarto ( anos depois mamãe repetiria a cama na sala, no apto da fonte da suadade_ e lembro também do ai, luar do sertão. mamãe já estava bem hippie. foi na araucária). deles na cama... trepando? eu era "namorada" do andré nessa época. os quartos embaixo. um som de pagode vai e volta. paredes de pedra, subi essa rua e não consegui achar o edifício. prédio edifício. curiosidade de ver. e foi quando tivemos o meireles e papai trabalhava na tv tupi e tivemos também a jaguatirica. outra lenda. e tartarugas? nessa época que papai foi morar com a ... que também tinha filhos. lembro de um apto pequeno que ele alugou mais `a frente da são sebastião. sempre tinha que ser reformado e eu não entendia isso porque a gente nunca reformava nada. e teve um dia que meu olho não abriu angustiante e eram muitas remelas no olho e mamãe limpou e pronto. gávea antes ou depois? a menina que comia sementes de girassol, a praça. o laboratório de fotografia - acho que era na urca, lembro de algumas sessões vendo papai ampliando as fotos luz vermelha a foto crescendo anos depois tive um laboratório que nunca andou e depois tudo ficou decadente e isso era horrível pra mim. fernando não entendia porque era horrível talvez porque a decadência não tivesse feito parte da vida dele ou talvez não seja decadência decadência e sim transitoriedade nada era muito sólido e se isso faz parte da vida e talvez fosse isso que mamãe quisesse que a gente absorvesse mas nosso inconsciente coletivo não deixa. agora é tudo culpa do inconsciente coletivo. fui na oculista e o exame foi estúpido agora os exames são assim sinceramente. uma análise de novo seria bom só prá dar uma esvaziada talvez. detox. avishai cohen contra a música de fora não tá dando.vergonha da minha barriga enorme voltar `a correr o problema é o calor louco. vontade de chocolate. pedir algum dinheiro emprestado. cheio de moscas. `as vezes fico achando que é por causa dessa lata de lixo em frente.
da gávea não lembro quase nada. estranho como tudo some da lembrança. e fomos pra bulhões que eu amava e que era como um parque de diversões porque tinha a sala com porta de vidro que ficava fechada `as vezes quando papai escutava música e ele tinha um gravador de rolo (fantástico, onde isso foi parar?) e tinha posters do matisse e um outro de viagem ou algo assim stockholm e as poltronas forradas de xadrez verde e lembro do estofador que ia lá levando as amostras de tecido e tinham também janelas dando pro caminhozinho lateral e também pro quintal. enfim por isso gosto tanto de janelas e a outra sala menor onde ficava uma mesa de jantar e que `as vezes usávamos pernil rosbife goulasch coca-cola comprada em frente no bar e tinha um açougue também. o piano ficou ali e também no andar de cima, no corredor. e tinha um buffet onde ficavam travessa que a maãe não gostava. e lembro também de cadáver de barata morta. e embaixo da escada tinha um armarinho? mais janelas. e a rede viagem `a lua. cachorros. pinguepongue. a casinha onde ficaram as poucas empregadas e onde tinham revistas de fotonovelas e virou o nosso clube não lembro mais da música que fizemos e outro dia fui cantar mas cantei uma dos saltimbancos. tinha já uma solidão secreta, depois minha adolescência horrível onde fui jogada aos porcos sem nenhuma preparação defensória. óbvio que vem daí todos os desajustes...acho que não quero lembrar dessa fase não. enfim, uma odisseia. tu comprenda. a couve-flor ficou sem graça durinha dar uma refogada. quando era pequena adorava couve-flor e abóbora. e sorvete de limão. outra das lendas e nosso bisavô  que participou do baile da ilha fical e o conde d'eu o que tinha ele? e mamãe contava as estórias sentada no chão entre várias coisas que ela sempre guardava e trazia e `as vezes olhava... seus desejos guardados e tinha o saci pererê de papier machê e as histórias que escreveu pra propaganda de tecidos e um caderno com colagens feitas quando ela era criança e mais outras que não lembro agora e tirava todas essas coisas de sacos e cantava músicas francesas do século dezoito e folclóricas brasileiras benedito pretinho olha as ondas do mar lêlêô olha as ondas do mar e cantávamos juntos enquanto ela tocava violão.
semana pesada. respirar fundo será que adianta?

Nenhum comentário: