sábado, agosto 20, 2011

Tenho de sair do sol
Boca seca e toalha vermelha enrolada
na cabeça
subindo a pé, gritando, cantando, ah, girassol
Onde a jornada do viajante
Fechei meus olhos esta feito no
Buraco negro ali
Doce descanso tão tão longe
Subindo a ladeira de pedra onde
Bimbisara deixou seus exércitos
Desceu de seu elefante
E caminhou para encontrar Napoleão Buda andando para la e para ca
Para la e para ca na plataforma
De tijolos vermelhos na saliência do rochedo de pedra
Mirando de olhos fechados abaixo
A abrasadora luz do sol
Zangada com o reinado de Rajgir abaixo
Rodas de formigas dentro de rodas do império
Casas carroças ruas mensageiros
Fontes e agua fluindo
Para passado e futuro simultâneos
Reinos aqui e idos em Jupiter
O distante raio X da piscada de um olho
Miriades de cidades de tijolos na terra e sob ela
Nova York Chicago Palenque Jerusalém
Delfos Machu Pichu Acco
Herculanum Rajagriha
Aqui abaixo tudo ventoso com o trinar
De pássaros e rochas azuis
Inclinando-se sob o céu azul –
Pico do Abutre tijolos desolados
Moscas nas sombras dos joelhos quentes
Gritos de corvos e rajada de vento
Sobre as colinas de planícies desertas
No sul em direção a Bodh Gaya

Allen Ginsberg, Indian Journals

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