sábado, junho 26, 2010
Indo pra Barra de ônibus, ônibus do metrô pelo menos que é mais "civilizado", levo o meu kit viagem : ipod, caderno literário de sábado - li até uma resenha sobre Walter Benjamin e Goethe, rs, um livro, garrafinha de água, caderninho e caneta para eventuais anotações, máquina fotográfica. Ouvindo Amy lembro de J. e da paixão fulminante, risos, que Fernando depois disse que era infantil. E era mesmo, não tinha nada de real. Era tudo tão fantasioso como uma foto colorida desfocada; só movimento e cores indefinidas, desejo, sem direção. Encontros sexuais, as sopinhas carinhosas, ficar vendo algo na televisão. Algumas conversas, aliás eu falava. Ele me levava depois, eu agarrava sua camisa na moto. Estava tudo tão largado na minha vida que isso me preenchia loucamente. Óbvio que só enxergo isso assim tão claro agora. E era tanto sofrimento! Não entendo o sofrimento...parece um sentimento artificial, um desespero sem sentido. Amy comecei à escutar naquela época, por isso. E Paraty... uma sensação de dívida com os outros que é uma merda. Na verdade as relações com os amigos vão se distanciando, normal, as vidas vão tomando rumos para lá, outras para cá. A vida é assim, movimentos, não fica sempre tudo igual ou quentinho, embora seja dificil de aceitar, hehehe. E quando penso em trabalho ou ganhar dinheiro me dá um aperto no coração e não sei porquê. Pelo menos isso está claro. Deveria conseguir encarar isso normalmente, como todas as pessoas do mundo, sem essa tristeza. Deve ser infantil isso também. Estou conseguindo ser mais positiva e concreta... como tudo demora. Tenho que "encarar" mais os santos e encarar mais as roupas, por enquanto. Assumir. Como isso vai dar mais dinheiro ainda não sei, rsrs...
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