quinta-feira, dezembro 15, 2011

E Cantou como canta a Tempestade

Musica

Para Dmitri Dmitrievitch Shostakovich

O vestigio de um milagre arde dentro dela,
e so o seu olhar, multiplo e brilhante,
me dirige a palavra, fala-me de perto,
quando outros receiam aproximar-se.

Quando o ultimo dos amigos despediu de mim o olhar,
ela veio deitar-se no tumulo ao meu lado
e cantou como canta a tempestade,
como se todas as flores começassem a falar.

Anna Akhmatova, 1958.
deve ser muito bom lamber as patas.
o mais estranho é que depois dos trovões assustadores, choveu uns dez minutinhos, ou um pouco mais, e depois parou.
hoje chuva de novo, meus sapatos encharcados, acho que me faço de vitima, ando sem animação nenhuma. desanimação.
ainda por cima final do ano, com essa energia toda no ar.
sei la mil coisas.

quarta-feira, dezembro 14, 2011

chove muito muito e caem raios assustadores ou os trovões que são assustadores
essa casa me parece meio fragil quando chove, a porta da cozinha não fecha direito, os panos ficaram la fora e não da, entra um pouco de agua por debaixo da porta de vidro da sala
espero que não acabe a luz
Panda ficou assustada
chego em casa e como ameixas, hoje, ontem, outro dia, parece até um ritual
o dia esta cinza claro, um grande céu cinza, as nuvens ja se desfizeram em agua
e hoje me enrolei com o exame, sempre me enrolo, apesar de ter feito tudo
e um grande tédio e vontade fisica de não fazer nada
e vontade de fazer e estar com disposição
mas não tenho

domingo, dezembro 11, 2011

Vontade de ler A Lebre com olhos de Ambar
Borges que quase não li, outro dia uma cliente falou de um conto no Livro de Areia
Istambul, do Pamuk
um livrinho que vi com poemas da Marina Tsetaeva e da Anna Akhmatova que não lembro o nome
biografia da Tsetaeva que o Pedretti falou, do Todorov
A Beleza salvara o Mundo, do Todorov
Ascensão e queda do Comunismo
Alain de Botton
Rimbaud
...

sábado, dezembro 10, 2011

Hermann Broch, Viena 1886 - Connecticut, 1951


Como sempre, me aproximo de alguns livros e não de outros, não sei exatamente porque, alguns me atraem piscando no meio da bancada, dou uma olhadela como um gato cheirando outro gato, meio desconfiada, um pouco curiosa; e então, num desses namoros, resolvi levar para casa o primeiro livro da trilogia Os Sonambulos, do Hermann Broch; é engraçado!, absurdo, os delirios que so acontecem na cabeça dele, as duvidas, um entre ... muito bom até agora . Engraçado como essa época - fim do século/começo do século 20, surgiram esses escritores austriacos, alemães como Kafka, Walser, Thomas Mann, Schnitzler, Musil, com uma escrita tão pessoal (não sei se existem escritas não pessoais, enfim...),tão significantes de uma época de mudanças...obvio tudo isso, enfim. Na verdade, desses que falo, o Thomas Mann nunca rolou, O Musil ainda não li, enfim de novo.
sabados sempre assim meio tristes e arrastados...dias sem sentido. hoje deitei no meu colchão/sofa em frente à porta de vidro, acabei dormindo... cinzas e brancos, horizontal.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Lidos/não lidos

Tarantula, por causa do filme do Almodovar, thriller estranho, um pouquinho diferente do filme, legalzinho
Os Irmãos Tanner, maravilhoso, adorei o Walser, meio naif, completamente anarquista, verdadeiro, pessoal
Bartleby, Melville, maravilhoso, tem à ver com o Walser, o personagem que faz o que quer e diz não mas o Walser é aberto pra vida e o Bartleby não
Jacob von Gunten, idem
Anticancer, gostei muito, pesquisas alternativas de tratamento, as estorias são legais, de mudança e superação, e também o relato do conservadorismo e protecionismo médico
O Fim do Sofrimento, gostei, é legal a mistura da historia da vida dele com o interesse pelo desaparecimento do budismo na India e a pesquisa que ele faz sobre isso, a historia do Buda, é muito bonito
Calma no Caos, foi o primeiro livro budista que li, aplicação pratica do budismo na vida diaria dele, muito bom, emprestei, tenho que pegar de volta
O Instante Continuo e Jeff em Veneza, morte em Varanasi, do Geoff Dyer, adorei, o primeiro pela estorias fotograficas, o segundo é um humor ingles, agil saboroso
Doutor Pasavento, Vila Matas (nt) e Historia abreviada da Literatura Portatil (não terminei), no começo amei, depois não sai mais daquilo, do autor que quer desparecer, repete, repete, e e então cansei, e o Historia Abreviada também fica aquela mesma coisa...
A Love Supreme, legalzinho, sobre a gravação do disco maximo do Coltrane
folheada no Atlas do Romance Europeu
Diario da Queda, gostei, escrita pessoal, um acerto de contas com o pai, tenho que achar a critica, hehehe
Dois Rios, bom, duas estorias parecidas, gostei do recurso das pausas quando os personagens "dançam", pausas são sempre boas
A Chave de Casa, bonzinho
A invenção de Morel, Adolfo Bioy Casares, otimo
O Mal ronda a Terra, Tony Judt, deixei de ler porque peguei algum outro livro e agora fica dificil voltar, toda uma analise historica que ele vai construindo sobre o desaparecimento do estado do Bem estar Social, muito bom, vontade de ler outros livros dele
Comecinho do Richard Rorty, Contingencia, ironia e sociedade, dificil
Comer Carne, Jonathan Safran Foer, importantissimo e corajoso pelas descrições terriveis da industria da carne, legal
pedaços do Cidades Invisiveis, não consigo ler o Calvino, acho bom mas não me "pega",
comecei Os Irmãos Karamazov mas parei, adorei Crime e Castigo e O Adolescente, mas esse é mais cansativo, os personagens discutem o tempo todo, enfim tenho que voltar
Aprender a Viver, Luc Ferry,que infelizmente parei e quero retomar, estava gostando
Do que eu falo quando falo de corrida, Apos o anoitecer e Kafka à Beira-mar, Murakami, tem um mistério que é legal mas enjoa um pouco, legal
Historia do Cabelo, yes!, frases longas cheias de pensamentos, correlações subjetivas, gostei muito do Alan Pauls
heisenberg, sim, as descrições das discussões e passeios e a "saga" da fisica quantica, Bohr, Schrodinger, etc
Sabedoria Incomum, o percurso do Fritjof Capra na década de 50/60/70, contracultura e as pessoas que ele conheceu, legal
Borges Oral, alguns gostei mais outros menos
Ezra pound, gostei bastante de conhecer a historia da vida dele, junto com analises de pedaços de poemas
eliot, sim!
amorpoesiasabedoria, legal
memoria de elefante, otimo
a liberdade oculta da mente, Tartang Thulku, budismo,otimo
poesias Eliot, Cummings, Pound, William Carlos Williams, Ana C, ...
o espirito zen
biografia da Anna Akhmatova
...

quinta-feira, dezembro 08, 2011


Rodney Graham, The Avid Reader 1949, 2011

“O sentimento da arquitetura é, provavelmente, um dos primeiros que os homens experimentaram. As moradias primitivas encravadas nas montanhas, reunidas no meio de pântanos, indubitavelmente originaram nos nossos antigos avós um sentimento confuso feito de mil outros e do qual desencadeou, no decorrer dos séculos, aquilo que nós chamamos sentimento da arquitetura.”

Giorgio de Chirico

quarta-feira, dezembro 07, 2011

ja que não consigo dormir escuto as variações goldberg; elas foram, parece, feitas para uma pessoa que não conseguia dormir, quem sabe...sabado esquizofrenico, minhocas e minhocas, dor de cabeça constante; a casa estava vazia e minha, o colchão na sala, fiz as bolinhas ...e mais alguma coisa que não lembro. quiabo e abobora e mini arrumações pela casa; mantra. domingo não ia acordar nunca provavelmente, mas como o telefone tocou, aceitei que não tinha escolha. dificuldade imensa de acordar e cair na real, fico num limbo qualquer, vivendo ali e somente, como hj; acordei as 9 da manhã, depois que ouvi ruidos do Pedro pela casa. Panda agora dorme na cama, por causa do colchão durinho; sera que ela reconhece? miranda também tem adorado e eu adoro ve-las juntas. finalmente o shuffle sumiu. irritação gigantesca na segunda. hj Georgia disse que as coisas eram mal feitas e eu concordo mas não me importo (tanto), porque foi o que foi. embora eu quisesse tudo lindo, obvio.na hora fiquei chateada, porque ela foi meio desajeitada. relações entre pessoas não tem dado certo. o problema é esse de ficar muito fazendo as coisas sozinha; desacostumei dos outros, e acho meio chatas as pessoas. bem, sempre achei, um pouco...mas agora acho mais? vontade de ficar na cama com muitos livros, para beliscar um pouco de cada, rejeitar um outro, mas férias so...mas tenho gostado, gostado de tudo, das coisas tortas que não acontecem.

terça-feira, dezembro 06, 2011

"...Mas do ponto de vista da mais alta realização, tudo aquilo com que nos envolvemos ja esta dentro da iluminação. Tudo ja é perfeito, não existe uma unica coisa que seja imperfeita, "coisa" alguma precisa ser limpa ou desenvolvida. Cada forma, cada qualidade especifica ja é completa sendo aquilo que é, apenas da maneira que é.
Dessa perspectiva, não existe não-iluminação, nem iluminação, não existe samsara nem nirvana. A perfeição intrinseca da existencia esta além de todas as interpretações relativas ou tentativas para descrever suas qualidades. Mesmo antes de começar a praticar e meditar, todas as aparencias e formas são manifestações do ser perfeito. Assim sendo, não ha nada a ganhar, nada a perder, nada a realizar e nenhum lugar para ir.
Então, por que ja não estamos iluminados? Como podemos estar dentro de uma existencia perfeita quando nosso mundo e nossas vidas parecem tão longe da utopia?
As respostas para essas perguntas estão na nossa tendencia de dar a tudo uma identidade, um rotulo, definir e categorizar nossa experiencia. Por meio desse processo, perdemos o contato com a realidade uma vez que assim que começamos a descrever e interpretar, ficamos do lado de fora, olhando para ela. Ao nos colocarmos à parte da realidade, criamos a separação cuja ponte tentamos transpor com a meditação.
Até mesmo pensamos sobre a realização como sendo a meta de uma relação sujeito-objeto sem percebermos que essa "realização" é meramente outro conceito, um produto de nosso condicionamento que obscurece o potencial de profundidade e de clareza da mente. Na verdade nã ha nada a descobrir, nem no sujeito nem no objeto - nem espaço, nem tempo, nem matéria; não existe, nem mesmo, uma mente.
Quem pode, então, realizar a iluminação? Ninguém. Não existe um "eu", não existe quem vivencie a experiencia e não existe a experiencia. Tudo existe perfeitamente como completa abertura. Todas as manifestações são o vazio eo vazio é todas as manifestações. Contudo nos, como individuos, não podemos apreender esta abertura perfeita. Não podemos ve-la, toca-la, cheira-la interpreta-la ou experimenta-la: não existe um "eu" para apreender, ver, cheirar ou experimentar, negar ou afirmar a fisicalidade da substancia material, ou até mesmo para fazer a comparação entre existencia e não-existencia.
A abertura absoluta, ou shunyata, não tem ponto de apoio, não tem posição. Sem caracteristicas ou essencia, não pode ser experimentada pelos sentidos ou pela mente. Ainda assim, nada esta fora de shunyata. A realidade inclui todas as posições, cada aspecto da existencia e da não existencia. Em shunyata existe espaço para todas as possibilidades e tudo se encaixa com perfeição.
Voce começa a entender o vazio quando elimina as preconcepções. Se voce acredita que shunyata é uma tremenda extensão, descarte essa idéia. Se voce acredita na mente, ou que tudo é criação da mente, ou que existe algum fundamento ou substancia, jogue fora tal conceito. Desmascare tudo e deixe sua mente ficar totalmente silenciosa, em paz, vazia e clara : deixe-a tornar-se a experiencia de shunyata. Dentro desse espaço claro e vazio entre os pensamentos, antes que outro conceito se forme, não existe sujeito nem objeto e nem experiencia. Aqui se encontra a natureza da iluminação...
(tirado do capitulo final de "A Liberdade Oculta da Mente", Tarthang Tulku, Dharma Publishing)

quinta-feira, dezembro 01, 2011

irritada irritada pelo menos percebo, tentar não me identificar com isso, é muito dificil estou tentando...hoje pelo menos quando cheguei em casa Panda estava em pé e andou um pouco! e a casa foi arrumada pela diarista e esta tudo tão limpinho pela primeira vez acho, e isso foi bom. ruim : as pelinhas que estão saindo ao lado das unhas e que doi, figado disseram acho que efeito do antibiotico (o segundo efeito); minha irritação; hoje me vi no espelho no banheiro da Travessa e me achei muito cansada, feia; os erros emocionais; cheguei em casa e me irritei porque nem colocar o colchão no quarto o Pedro colocou; e essa mudança pelo telefone e etc; esqueci a Bischop; zona e as faltas na Travessa me irritam muito. eu me irritar me irrita, hahaha. acho que sou uma chata. sei la, mil coisas.

sexta-feira, novembro 25, 2011


revi ontem, o roteiro é tão bom que achei que era baseado em algum livro mas é do proprio Guillermo del Toro, as atrizes que ja tinha visto em outros filmes, Maribel Verdu acho que no Goya e Ariadna Gil no Belle Epoque, escutar espanhol que adoro, o clima gotico, denso, a musica que não lembrava e que é bonita, as esperanças que são fadas...tudo, talvez um pouco violento demais, mas dentro do clima do filme. Quando a menina, Ofelia, é separada da mãe, me deu uma rapida tristeza, devo ter sido abandonada também quando criança mas não lembro exatamente de nada; quando vi Cria Cuervos, do Saura, era adolescente, e chorei muito e muito no cinema e tinha que rever - sera que tenho coragem? - para tentar entender, também uma menininha, e uma mãe - Geraldine Chaplin - que era triste ou doente, e que lembrava a minha mãe.

segunda-feira, novembro 21, 2011

hoje me sentindo toda errada. as unhas horriveis, a bolsa que não combina com o vestido, o livro que esta sem proteção, a carteira de identidade que não tenho, indo pra barra num onibus que não para de encher. e o corte no rosto...como se fosse alguma coisa, alguma coisa não sei de que ordem, alguma coisa mistica talvez? de tempos em tempos, algum acidente, agora seria assim. o pé ha quase dois anos... como uma pausa forçada, uma limpeza qualquer. estranho, de qualquer forma.