domingo, maio 23, 2010

Número Mil

a imagem que sempre vem é um dia de sol eu e ele chegando no condomínio animados e depois saindo e depois andando e eu dando um beijo nele rápido encostado numa parede de uma sala do CCBB e estava sorrindo tanto e com aquela saia da Krishna de pregas e blusa de estrelinhas azul marinho e branca e ele estava de jeans e camisa meio laranja
depois tive um sonho ou foi antes com a Ursula e ela não gostava da casa definitivamente e tinha uma janela enorme como uma parede onde uma onda do mar imenso batia e cobria todo o vidro de cinza
vai ser bom voltar à ter meu piano e calma
é uma imagem
La Dispute e outros, Yann Tiersen, trilha sonora do Amelie Poulain, que é um delírio visual e a estória também delirante, a direção de arte é totalmente conceitual, lembro do apto dela que é todo em tons vermelhos e aquele apto do velhinho que pintava todos os anos o mesmo quadro do Renoir e que era frágil, de vidro, e o apto da senhora das cartas e estou ouvindo depois de muito tempo, enquanto mexo em algumas fotos e nessa a idéia era a torrezinha entre os prédios grandes e nem tinha notado nos homens no andaime pintando, Blow up total, é bom quando acontece isso




computador se recusa a salvar fotos das casas por ai pela cidade pelas ruas bairros em que vou andando e desejando e porque não consigo ficar relaxada em mesas de bares restaurantes me sinto desconfortável talvez porque tenha a obrigação de falar coisas interessantes engraçadas leves e não sai nada fico calada não consigo conversar fazer um curso a arte da conversação deve existir se estivesse em mil oitocentos e qualquer coisa e tivesse que frequentar salões chás festas estava ferrada

palestra do Wisnick sobre Machado de Assis e o Rio, Elisiário, fulgor de uma promessa, extraordinário, criadores de uma criação desencontrada com a criação, Eliziário detém a chave do Rio de Janeiro, palimpsesto, Pestana, dizem à bocas vadias, puro gozo da cidade, desvãos pelos quais a cidade se deixa ver, Machado de Assis paisagista Roger Bastide, Teorias da Alma, Machado como escritor urbano, entranhar a paisagem no próprio personagem, nos decotes, nos cabelos, mulheres paisagem, olhos de ressaca de Capitú, alucinante presença de uma ausência, atmosfera que permeia o texto, baforada de ar iodado, a cidade fala, o que é palimpsesto mesmo?

quarta-feira, maio 19, 2010

imagem bucólica, parece Tarsila do Amaral , anos 30, o barquinho já está quase saindo de quadro...

nada dá para ver muito bem, nem os azulejos, nem a escada ou as grades deco, e o elevador onde as duas grades tem que ser puxadas, na subida já fui reparando encantada, fotografei rapidamente enquanto o corretor me esperava.

ruas do centro com prédios antigos misturados ao caos



edifício construído por ingleses, segundo um morador, tem até pátio interno, lindo, numa rua do centro

as janelas...

portaozinho de entrada de uma casa que vi, toda detonada e linda, com uma janela acompanhando o leve arredondado da parede.

sexta-feira, maio 14, 2010


Diário visual, indo para a aula de modelagem já havia passado por esse painel rápidamente e gostado, ontem deparei com ele de novo, adoro esses mosaicos singelos, parece anos 5o pelas linhas, pena que as plantas estão encobrindo, ontem fiz uma gola para o meu vestido, emoção - rsrs - é complicadíssimo, quando tudo estiver pronto vou levar um champagne!, depois foi uma delícia (...) e louco e triste e bom, e exposição de aquarelas e desenhos rápidos do Torres Garcia em Nova York um deslumbre, vivacidade, vou escanear o postal que é lindinho e a exposição é leve e clara e...hoje acordei enjoada e cansada cansada. e com uma sensação de ter falado coisas que não devia, como sempre.

quarta-feira, maio 12, 2010


uma outra foto da praia à noite
fotos malucas.


fiquei escutando música e balançava a perna, às vezes; o menino que estava atrás de mim também batia com o pé no chão; parecia que estávamos, de alguma forma, conectados através de vibrações sonoras. isso no 570, indo para o Cosme Velho. depois peguei a bicicleta de volta e fui, às vezes pelas calçadas, às vezes pela rua, até o Aterro, o que é uma verdadeira corrida de obstáculos com os asfaltos esburacados, os pitocos, os carros parados ao lado do acostamento, os ônibus que passam grudados. já estava morta de cansaço. pausa na unirio, onde peguei minha carteira e tranquei a matrícula, pelo menos. fui até copacabana, sempre gosto e quero exceder os limites, Rita acha que é maluquice; pode ser mas é bom. Gosto de sentir que tentei até o último segundo, que fiz o máximo que poderia ter feito. logo no começo do calçadão veio a chuva, chuva gigantesca, e a bicicleta furou o pneu. fiquei encharcada e adorando aquela chuva torrencial caindo em cima de mim, andando com a bicicleta, a praia deserta. quando cheguei o porteiro do edifício ao lado tocou parabéns pra você num violaozinho.


acho que sou meio selvagem. e o mar estava lindo.

terça-feira, maio 11, 2010


Andei na praia final de tarde, já escuro, de vestido, bolsa e com a sapatilha na mão. Uma pessoa corre, saudade dessa sensação de liberdade . Passa um casal vestido, como eu. O mar lá na dele, ondas loucas que levantam caudas, falando o tempo todo. O mar molha meus pés. Muitas pisadas na areia, tento encaixar meu pé nelas. Pés indo e vindo, escuridão. Na areia fofa jogam vôlei. Comprei o Infância do Coetzee, mas não é lá muito animador para quem está desanimada como eu. No final, a praia escura me deu mais leveza e força.

segunda-feira, maio 10, 2010

Comprei um livro sobre modelagens de saias, é tão apaixonante! Passei o dia sem tirar a saia que Bel me emprestou; parece que se eu tirar vai faltar um pedaço de mim.
Fico sem saber o que fazer. Durmo. Penso. Vou à sala e vejo um pouco de televisão, enquanto folheio uma revista. Não. O telefone toca, falo um pouco mas não é isso, saem palavras sem expressão. Pego um livro da Clarice, mas não é esse livro. Sair e andar seria bom, fresco e escuro, sempre gostei de andar à noite e quase não se faz mais isso. Gostava de passear com os cachorros pelas ruas...mas não saio. Não saio do quarto que me sufoca. Vou para o computador, escrevo. O que mais? Fotos. Tenho que dormir pois amanhã tenho que acordar cedo, mas como dormi à tarde vai ser difícil. Aceitar. Pronto. Respiro.

domingo, maio 09, 2010

Papai Pernilongo não está disponível!
achei essas fotos, de 2006 talvez, tiradas da varanda do Sassa, num dia melancólico e chuvoso






O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, deslumbrante, lembrei de outros filmes que vi do Terry Gillian e em que tive êxtases de prazer pelo visual delirante e rebuscado, como o Barão de Munchausen e o Brazil. Uma colagem visual, lembrei do Fornasetti e daquelas coleções que se faziam antigamente em caixinhas, achar o nome. O Munchausen vimos no Roxy, saímos andando por uma copacabana gótica influenciados pelo filme, e lembro que ficamos horas olhando um prédio antigo fechado e em ruínas...

The Beatles - The Fool On The Hill - Remastered

Vou fazer um guia com os piores apartamentos do Rio de Janeiro!



Um barulhinho de chuva caindo. Senti um alívio, um alívio quando troquei de roupa e de repente fiquei leve. Algo desbloqueou e saiu pelo ar. Me senti como se tivesse voltado à ser Andrea, ou a essência Andrea, embora as roupas nem fossem minhas. Talvez fosse isso que eu estivesse precisando, roupas que me devolvessem a minha identidade, e sempre tive uma relação com isso, a roupa era eu, uma fotografia do meu estado. E aquele vestido estava tão gasto...e sem cara. Bel disse que ele estava curto; isso não me importa, mas quando vesti uma saia linda e elegante e uma camisa simples e gracinha, era exatamente isso que estava querendo desde quinta quando me entristeci de não ser outra. Crise de identidade ; não sou mais quem eu era e nem sou o que acho que sou, ou essa outra pessoa que penso em me transformar às vezes. Não. Toda essa ansiedade me levou à isso, como um caminho -uma terapia permanente- um processo que vai, por esquisitos e estranhos caminhos, levando à conclusões. Só viver, deixar ser. E hoje andando pelo Lgo do Machado encontrei o Dib na loja de esfiha, e foi como uma volta espetacular no tempo. Atravessamos a rua de mãos dadas até o ônibus, como um entendimento que não precisa de mais nada. Facilidade. E facilidade ontem também com o Fernando. E todos os dias faço coisas e nunca páro. Agora, quando penso num mergulho naquele mar que dá uma leveza e ficar olhando a praia, chove. Risos. Amanhã, amanhã não sei. Voltar à criar, é disso que sinto falta. Só coisas práticas e práticas o tempo inteiro. Preciso de um dia que seja isso, um se largar e deixar ficar fazendo. Estava confusa vivendo um outro sonho que era confuso também e não era muito meu, embora muito bom também. e era eu também.

sexta-feira, maio 07, 2010




















































Hoje fui ver essa casa incrível, 10 quartos, uma casa do Rio antigo, com o pé direito alto, cômodos enormes. Quando vi a escada, fiquei encantada, parecia um sonho. Pena que esteja precisando de uma reforma gigante...
Hoje conversando com Fernando, tão bom, nos entendemos sem precisar falar, só estando. Mas falamos e falamos porque é bom. Sobre as tristezas e cobranças e culpas, ele tem razão: tenho que aceitar que tudo é um processo e não me cobrar pelo que não sou ou não consigo ser. Não adianta realmente. É como se punir, um vício de pensamento. Por isso estava triste, dessa forma no fundo não estava me aceitando. Pensar na vibração.
uniformes são tão bonitinhos, é a segunda loja que vejo hoje, vontade de comprar e dar um jeito, uma apertada, tem um ar retrô, e avental e bolsos grandes... pena que a foto saiu com flash. hoje no ônibus comecei à ficar muito triste, indo para o leblon uma tristeza infinita, uma falta de visão da vida, de possibilidades só via o impossível, me cobrando mil coisas...na aula fiquei triste mas continuei lá tentando, andamos pelo leblon, almoco na Bel que foi ótimo porque eles são bem-humorados e riem das coisas, banco rápido para nada, pintei o cabelo, durante 2 horas fiquei com aqueles papéis de alumínio no cabelo que sempre achei estranhíssimos! gastei 170 reais e sai loura de novo, rsrs, depois sai piruando e olhando...comprei um livro de moldes, calcinhas, 1 vestido coloridão que já cortei, nada. Alice falou : porque vc não foi à praia? mas nessas horas consumir dá um choque de felicidade, uma massagem no ego. mas também tenho que ir à praia, estou em ipanema e quase não aproveito.
é uma bobagem ficar triste.

domingo, maio 02, 2010

Rita diz que visitou 15 aptos até achar esse, fiquei pensando no que ja vi; o primeiro acho que foi na Gamboa, com uma vista incrivel mas com uma divisao estranha e o lugar, de dificil acesso: depois uma casa estranhissima em Santa, toda apertada, com uma garagem imensa e uma outra casa que nao dava para ver, outra com pisicina em santa, o duplex, o apto embaixo do jean, quatro na Equitativa que adoro, a casa do cosme velho que quase compramos, mais 3 ali perto, 2 no edificio perto do meu, 1 que a janela dava direto para a favela, 1 horrivel que tinha que reconstruir inteiro na rua da feira, 3 no mesmo edificio quando fomos com a Beth...mais 2 na Paula mattos, 1 sobrado perto da Paula Mattos, 2 no centro; acho que eu é que nao me decido, so pode ser; e mais...
Terminei o Anna Karienina, finalmente, e fiquei muito triste.
tento copiar do wikipédia - que nao gosto, hehehe - mas acabo sempre dando uma olhadinha - e nao consigo, Kyrie eleison em grego, Senhor , tenha piedade
como se chamam esses arranjos vocais do Mozart? Contrapontos vocais ?, onde as vozes se cruzam, os jogos das frases dos instrumentos e das vozes parecem ondas que vao e vem e se cruzam e às vezes vao juntas num dia de mar mexido e nublado, polifonias
amo
escutando Domine Jesu, pegar um libreto para saber o que dizem

sábado, maio 01, 2010




Escuto Bach, missas missas, Jesus Alegria dos Homens que tocava no piano sem nunca ter pensado no significado desse titulo e relacionado com a musica, com a forma da musica nessa época em que todas as musicas eram basicamente ligadas à devoçao, religiosas. E adorando esse tempo mais reflexivo da musica erudita e profundo antes so jazz jazz ou outras ou musicas misturadas de P. E olhando tantas fotos de diferentes épocas, parece que estou vendo diferentes andreas e tempos e é bom que eu nao seja mais assim, e fui pegando para mandar para as pessoas: Franklin na praia eu e a namorada suiça - o nome? tao infantil e bonitinha e Fernando e outra com Patricia e Sacramento outro Sacramento e a vista daquele dia chuvoso e o meu mural lindo e aniversario do Bob na champanheria e ilha ilha maravilha hehehe...e outras que vou mandar para alguns e Ursulinha e Maya
e essas da praia esquecidas e antigas
rua da Pedra do Sal, rua do Jogo da Bola, Ladeira Joao Homem, Morro da Conceiçao, Daniel pai do Luizinho, uma delicia, no meio do centro e tao longe... tomara que de certo!