segunda-feira, maio 31, 2010

Hoje sai andando para resolver o problema das caixas e também comprar a adaptação do secador de cabelo, estou parecendo a personagem com vida boboca do filme, fui andando até o leblon, cruzei com esse feliz pintor e seu macacão laranja, parecia um gari, que me deu o contato dele para que eu mandasse as fotos, vi as caixas e sacos, tentei voltar à pé não deu porque meu pé não estava muito feliz, eu não estava muito feliz, apesar da Bel ter ligado e dito que as pessoas adoraram minhas caixinhas e a pequena "exposição" Andrea que tem na casa dela, isso foi ótimo, mas estou sem fazer nada e sem saber o que fazer e angustiada e agora que a vida está voltando ao normal e não tenho mais a desculpa do pé quebrado e então não sei. provavelmente estou me fazendo de vítima o que é mais estúpido ainda. tenho que voltar à ter vícios, risos. fumar...e ontem Sérgio Menezes disse mas vc é tão criativa, dizendo nas entrelinhas o que aconteceu? e eu respondi que eu era uma boboca mesmo, e ele surpreso com minha franqueza disse todos somos ou algo assim, fiquei vendo pias e banheiros e cozinhas na internet
sei que essa noite não conseguia dormir, mais engraçado foi que no Zaratustra ele encontra um sábio que fala sobre o dormir: "não é uma arte fácil, dormir: faz-se mister, para começar, passar o dia todo acordado ..."
acho que mau-humor comigo mesma, ansiedade, insatisfação



Andando em ipanema...
Apareceu um sol e fez uma marca linda na parede, voltei com a máquina mas já tinha sumido. Gostei mesmo assim.

Sol LeWitt: A Wall Drawing Retrospective

domingo, maio 30, 2010

Lendo Retratos de Fidelman, Contos de uma exposição, de Bernard Malamud. Muito engraçado, fiquei rindo muito outro dia no metrô. Aliás para passar o tempo rápido e não sentir a viagem a melhor coisa é ler. Outro dia eu estava tão dentro desse livro que chegou na estação final e ainda fiquei alguns minutos, lendo, achando que estávamos só parados um tempo um pouco maior que o habitual, até que resolvi perguntar ao varredor que apareceu no trem e ele me olhou espantado, achando que eu fosse uma turista, e disse que estávamos em ipanema, saia à direita, etc. Só tinha mais uma pessoa dentro do carro, rs.
"Os seis "retratos"de Bernard Malamud começam com Arthur Fidelman, judeu do Bronx e pintor fracassado, chegando a Roma para escrever sobre Giotto. Terminam com Fidelman, barqueiro expulso pelos próprios colegas, carregando seus passageiros no inverno pelos canais da nebulosa Veneza. Nesse meio tempo, Fidelman se torna, sucessivamente, falsificador, gigolô e batedor de carteira; entalhador de madonas para souvenires; escultor itinerante de buracos quadrados - fazendo o melhor que pode segundo ditam a necessidade e as musas.", Cia das Letras

Safe


Safe, direção de Todd Haynes, com Juliane Moore. Ela, casada numa relação burocrática e sem emoção com o marido, dona de casa, uma vida vazia e entediante. Ambientes abertos, solitários, grandes. Um tom esverdeado, às vezes azulado. Ela começa à se sentir mal, problemas respiratórios, vômitos, e acaba indo parar numa comunidade alternativa, onde as pessoas se refugiam dos "males" do mundo criando outro mundo, seguro e artificial, mas sem ligação com o mundo real. Uma critica às terapias alternativas, e também à vida travada, certinha, também segura.

Esse bloco de pedra no mar de ipanema, nunca tinha visto, é uma instalação? Ou sempre esteve lá e eu nunca havia reparado?

De qualquer forma uma visão inusitada, estava voltando pela areia, um por do sol estonteante, as cores no mar e no céu incríveis, um brilho, me fez bem estar em contato com isso. Acabo que fico fechada em casa , ou em atividades, atividades e não vejo o dia; hoje andei no calçadão com a Rita na ida, pegando um solzinho aqui e ali, muitas pessoas passando. Na volta calçadão um tempo, skatistas em skates com rodas enormes, depois areia, outra experiência, deu uma paz, me encheu de não sei o quê. No final meu pé reclamou um pouco, ele ainda não conseguiu voltar à ser o que era antes, a sensação é de que as "peças"ainda não estão completamente ligadas.

sábado, maio 29, 2010

Depresión

La depresión puede ser un refugio - muchas veces lo es - una manera de no tener que enfrentar las dificultades de la vida que todos tenemos. Si uno esta deprimido se salva del esfuerzo, se salva de tener que hacerse de abajo, de tener que sacar de dentro de si la fuerza para lograr las cosas que quiere.
La depresión puede funcionar como un afecto conocido, tranquilizador y ser hasta disfrutable; la tristeza se liga de una extraña manera con la belleza, o - podríamos decir -tiene una versión particular de la belleza, una emoción languida, de huérfano, incomprendido, de solito y pobrecito yo, que es muy rendidora.
Hay quien hace de esta posición sensible incluso una estrategia de seducción. Y hay personas a las que les encanta sentir que rescatan a alguien de su profundo dolor. Hay amores que se fundan en la depresión compartida y desde esa emoción gloriosa de la tristeza sus participantes sienten que todos los que disfrutan de la vida son unos superficiales sin remedio.
(www.100volando.net, Alejandro Rozitchner)

domingo, maio 23, 2010

Número Mil

a imagem que sempre vem é um dia de sol eu e ele chegando no condomínio animados e depois saindo e depois andando e eu dando um beijo nele rápido encostado numa parede de uma sala do CCBB e estava sorrindo tanto e com aquela saia da Krishna de pregas e blusa de estrelinhas azul marinho e branca e ele estava de jeans e camisa meio laranja
depois tive um sonho ou foi antes com a Ursula e ela não gostava da casa definitivamente e tinha uma janela enorme como uma parede onde uma onda do mar imenso batia e cobria todo o vidro de cinza
vai ser bom voltar à ter meu piano e calma
é uma imagem
La Dispute e outros, Yann Tiersen, trilha sonora do Amelie Poulain, que é um delírio visual e a estória também delirante, a direção de arte é totalmente conceitual, lembro do apto dela que é todo em tons vermelhos e aquele apto do velhinho que pintava todos os anos o mesmo quadro do Renoir e que era frágil, de vidro, e o apto da senhora das cartas e estou ouvindo depois de muito tempo, enquanto mexo em algumas fotos e nessa a idéia era a torrezinha entre os prédios grandes e nem tinha notado nos homens no andaime pintando, Blow up total, é bom quando acontece isso




computador se recusa a salvar fotos das casas por ai pela cidade pelas ruas bairros em que vou andando e desejando e porque não consigo ficar relaxada em mesas de bares restaurantes me sinto desconfortável talvez porque tenha a obrigação de falar coisas interessantes engraçadas leves e não sai nada fico calada não consigo conversar fazer um curso a arte da conversação deve existir se estivesse em mil oitocentos e qualquer coisa e tivesse que frequentar salões chás festas estava ferrada

palestra do Wisnick sobre Machado de Assis e o Rio, Elisiário, fulgor de uma promessa, extraordinário, criadores de uma criação desencontrada com a criação, Eliziário detém a chave do Rio de Janeiro, palimpsesto, Pestana, dizem à bocas vadias, puro gozo da cidade, desvãos pelos quais a cidade se deixa ver, Machado de Assis paisagista Roger Bastide, Teorias da Alma, Machado como escritor urbano, entranhar a paisagem no próprio personagem, nos decotes, nos cabelos, mulheres paisagem, olhos de ressaca de Capitú, alucinante presença de uma ausência, atmosfera que permeia o texto, baforada de ar iodado, a cidade fala, o que é palimpsesto mesmo?

quarta-feira, maio 19, 2010

imagem bucólica, parece Tarsila do Amaral , anos 30, o barquinho já está quase saindo de quadro...

nada dá para ver muito bem, nem os azulejos, nem a escada ou as grades deco, e o elevador onde as duas grades tem que ser puxadas, na subida já fui reparando encantada, fotografei rapidamente enquanto o corretor me esperava.

ruas do centro com prédios antigos misturados ao caos



edifício construído por ingleses, segundo um morador, tem até pátio interno, lindo, numa rua do centro

as janelas...

portaozinho de entrada de uma casa que vi, toda detonada e linda, com uma janela acompanhando o leve arredondado da parede.

sexta-feira, maio 14, 2010


Diário visual, indo para a aula de modelagem já havia passado por esse painel rápidamente e gostado, ontem deparei com ele de novo, adoro esses mosaicos singelos, parece anos 5o pelas linhas, pena que as plantas estão encobrindo, ontem fiz uma gola para o meu vestido, emoção - rsrs - é complicadíssimo, quando tudo estiver pronto vou levar um champagne!, depois foi uma delícia (...) e louco e triste e bom, e exposição de aquarelas e desenhos rápidos do Torres Garcia em Nova York um deslumbre, vivacidade, vou escanear o postal que é lindinho e a exposição é leve e clara e...hoje acordei enjoada e cansada cansada. e com uma sensação de ter falado coisas que não devia, como sempre.

quarta-feira, maio 12, 2010


uma outra foto da praia à noite
fotos malucas.


fiquei escutando música e balançava a perna, às vezes; o menino que estava atrás de mim também batia com o pé no chão; parecia que estávamos, de alguma forma, conectados através de vibrações sonoras. isso no 570, indo para o Cosme Velho. depois peguei a bicicleta de volta e fui, às vezes pelas calçadas, às vezes pela rua, até o Aterro, o que é uma verdadeira corrida de obstáculos com os asfaltos esburacados, os pitocos, os carros parados ao lado do acostamento, os ônibus que passam grudados. já estava morta de cansaço. pausa na unirio, onde peguei minha carteira e tranquei a matrícula, pelo menos. fui até copacabana, sempre gosto e quero exceder os limites, Rita acha que é maluquice; pode ser mas é bom. Gosto de sentir que tentei até o último segundo, que fiz o máximo que poderia ter feito. logo no começo do calçadão veio a chuva, chuva gigantesca, e a bicicleta furou o pneu. fiquei encharcada e adorando aquela chuva torrencial caindo em cima de mim, andando com a bicicleta, a praia deserta. quando cheguei o porteiro do edifício ao lado tocou parabéns pra você num violaozinho.


acho que sou meio selvagem. e o mar estava lindo.

terça-feira, maio 11, 2010


Andei na praia final de tarde, já escuro, de vestido, bolsa e com a sapatilha na mão. Uma pessoa corre, saudade dessa sensação de liberdade . Passa um casal vestido, como eu. O mar lá na dele, ondas loucas que levantam caudas, falando o tempo todo. O mar molha meus pés. Muitas pisadas na areia, tento encaixar meu pé nelas. Pés indo e vindo, escuridão. Na areia fofa jogam vôlei. Comprei o Infância do Coetzee, mas não é lá muito animador para quem está desanimada como eu. No final, a praia escura me deu mais leveza e força.

segunda-feira, maio 10, 2010

Comprei um livro sobre modelagens de saias, é tão apaixonante! Passei o dia sem tirar a saia que Bel me emprestou; parece que se eu tirar vai faltar um pedaço de mim.
Fico sem saber o que fazer. Durmo. Penso. Vou à sala e vejo um pouco de televisão, enquanto folheio uma revista. Não. O telefone toca, falo um pouco mas não é isso, saem palavras sem expressão. Pego um livro da Clarice, mas não é esse livro. Sair e andar seria bom, fresco e escuro, sempre gostei de andar à noite e quase não se faz mais isso. Gostava de passear com os cachorros pelas ruas...mas não saio. Não saio do quarto que me sufoca. Vou para o computador, escrevo. O que mais? Fotos. Tenho que dormir pois amanhã tenho que acordar cedo, mas como dormi à tarde vai ser difícil. Aceitar. Pronto. Respiro.

domingo, maio 09, 2010

Papai Pernilongo não está disponível!
achei essas fotos, de 2006 talvez, tiradas da varanda do Sassa, num dia melancólico e chuvoso






O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus, deslumbrante, lembrei de outros filmes que vi do Terry Gillian e em que tive êxtases de prazer pelo visual delirante e rebuscado, como o Barão de Munchausen e o Brazil. Uma colagem visual, lembrei do Fornasetti e daquelas coleções que se faziam antigamente em caixinhas, achar o nome. O Munchausen vimos no Roxy, saímos andando por uma copacabana gótica influenciados pelo filme, e lembro que ficamos horas olhando um prédio antigo fechado e em ruínas...

The Beatles - The Fool On The Hill - Remastered

Vou fazer um guia com os piores apartamentos do Rio de Janeiro!



Um barulhinho de chuva caindo. Senti um alívio, um alívio quando troquei de roupa e de repente fiquei leve. Algo desbloqueou e saiu pelo ar. Me senti como se tivesse voltado à ser Andrea, ou a essência Andrea, embora as roupas nem fossem minhas. Talvez fosse isso que eu estivesse precisando, roupas que me devolvessem a minha identidade, e sempre tive uma relação com isso, a roupa era eu, uma fotografia do meu estado. E aquele vestido estava tão gasto...e sem cara. Bel disse que ele estava curto; isso não me importa, mas quando vesti uma saia linda e elegante e uma camisa simples e gracinha, era exatamente isso que estava querendo desde quinta quando me entristeci de não ser outra. Crise de identidade ; não sou mais quem eu era e nem sou o que acho que sou, ou essa outra pessoa que penso em me transformar às vezes. Não. Toda essa ansiedade me levou à isso, como um caminho -uma terapia permanente- um processo que vai, por esquisitos e estranhos caminhos, levando à conclusões. Só viver, deixar ser. E hoje andando pelo Lgo do Machado encontrei o Dib na loja de esfiha, e foi como uma volta espetacular no tempo. Atravessamos a rua de mãos dadas até o ônibus, como um entendimento que não precisa de mais nada. Facilidade. E facilidade ontem também com o Fernando. E todos os dias faço coisas e nunca páro. Agora, quando penso num mergulho naquele mar que dá uma leveza e ficar olhando a praia, chove. Risos. Amanhã, amanhã não sei. Voltar à criar, é disso que sinto falta. Só coisas práticas e práticas o tempo inteiro. Preciso de um dia que seja isso, um se largar e deixar ficar fazendo. Estava confusa vivendo um outro sonho que era confuso também e não era muito meu, embora muito bom também. e era eu também.

sexta-feira, maio 07, 2010




















































Hoje fui ver essa casa incrível, 10 quartos, uma casa do Rio antigo, com o pé direito alto, cômodos enormes. Quando vi a escada, fiquei encantada, parecia um sonho. Pena que esteja precisando de uma reforma gigante...