sexta-feira, agosto 27, 2010

Ed Ruscha, Twenty six gasoline station


Em 1963 o livro Twenty-Six Gasoline Stations de Ed Ruscha foi publicado. Um dos primeiros livros de artista, são "road photos" de postos de gasolina, começando por Los Angeles e terminando no Texas, passando pela Route 66 de Los Angeles à Oklahoma City. Ed Ruscha é um pop-artista da mesma família estética de Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Jim Dine ou ainda de Jasper Johns. Em todos esses casos, o objeto da manifestação artística são fatos e fotos do cotidiano norteamericano, celebrando talvez não as conquistas gloriosas do Império Americano (sua épica), mas suas banalidades, suas representações de espaço (um fator constitutivo do ser-americano), sua falências.
Warhol com seu culto de celebridades e suas reproduções ad infinitum das sopas Campbell, de cadeiras-elétricas, de flores; Lichtenstein com seus belíssimos quadros, blowing-up estórias em quadrinhos, pixilizando tudo e todos, de flores a móveis; Jim Dine com seu NEW DADA, do qual o ícone máximo é uma estátua de Pinocchio com 9 metros de altura; e Jasper Johns, um grande reprodutor do banal, com bandeiras, mapas, algarítimos, que evolui para grandes colagens de dejetos e refugos da produção industrial americana. Ruscha talvez seja o menos conhecido deles, mas seguramente não o menos talentoso. Há um revival Ruscha total nos EUA.
O original de seu livro Twentysix Gas Stations vale hoje milhares de dólares no EBay. Isso porque o livro, que retrata os tais 26 postos de gasolina, transformou-se num ícone de uma era que parece fadada ao desaparecimento precoce: a era do petróleo e de seu templo máximo - o posto de gasolina.
Ruscha nasceu em Nebraska e cresceu em Oklahoma. Quem leu Vinhas da Ira pode imaginar o cenário por trás da memória visual do Ruscha: grandes espaços desolados, desertos, uma região que durante muito tempo foi a marca do fracasso do Império Americano.
Os 26 postos do Ruscha são na maioria dos casos ruínas. Ex-postos (a ambiguidade aqui é reveladora)... A importância desse belíssimo livro é porque ele é considerado o primeiro livro-objeto de um artista plástico moderno. Daí sua primeira versão ser tão cobiçada.
Ruscha ainda está vivo (nasceu em 1937) tem tido retrospectivas em grandes museus mundo afora. Todas elas com enorme êxito de público.

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